RESUMO
ABSTRACT Background: Early hospital readmission (EHR) is associated with worse outcomes. The use of anti-thymocyte globulin (rATG) induction therapy is associated with increased efficacy in preventing acute rejection, although safety concerns still exist. Methods: This retrospective single-center study compared the incidence, causes of EHR, and one-year clinical outcomes of patients receiving a kidney transplant between August 18, 2011 and December 31, 2012 (old era), in which only high-risk patients received 5 mg/kg rATG, with those transplanted between August 18, 2014 and December 31, 2015 (new era), in which all patients received a single 3 mg/kg dose of rATG. Results: There were 788 patients from the Old Era and 800 from the New Era. The EHR incidence in the old era patients was 26.4% and in the new era patients, 22.5% (p = 0.071). The main cause of EHR in both eras was infection (67% vs. 68%). The incidence of acute rejection episodes was lower (22.7% vs 3.5%, p < 0.001) and the one-year patient survival was higher (95.6% vs. 98.1%, vs. p = 0.004) in new era patients. Conclusion: The universal use of 3 mg/kg rATG single-dose induction therapy in the new era was associated with a trend towards reduced EHR and a reduction in the incidence of acute rejection and mortality.
Resumo Histórico: A Readmissão Hospitalar Precoce (RHP) está associada a piores desfechos. O uso de terapia de indução com globulina antitimócito (rATG, por sua sigla em inglês) está associado ao aumento da eficácia na prevenção de rejeição aguda, embora ainda existam preocupações quanto à segurança. Métodos: Este estudo retrospectivo de centro único comparou a incidência, as causas da RHP e os desfechos clínicos de um ano de pacientes que receberam transplante renal entre 18 de Agosto de 2011 e 31 de Dezembro de 2012 (Antiga Era), em que apenas pacientes de alto risco receberam 5 mg/kg de rATG, com aqueles transplantados entre 18 de Agosto de 2014 e 31 de Dezembro de 2015 (Nova Era), em que todos os pacientes receberam uma única dose de 3 mg/kg de rATG. Resultados: Houve 788 pacientes da Antiga Era e 800 da Nova Era. A incidência de RHP nos pacientes da antiga era foi de 26,4% e nos pacientes da nova era, 22,5% (p = 0,071). A principal causa de RHP em ambas as eras foi infecção (67% vs. 68%). A incidência de episódios de rejeição aguda foi menor (22,7% vs. 3,5%; p < 0,001) e a sobrevida do paciente em um ano foi maior (95,6% vs. 98,1%; vs. p = 0,004) em pacientes da nova era. Conclusão: O uso universal de terapia de indução de 3 mg/kg de rATG em dose única na nova era foi associado a uma tendência à redução da RHP e a uma redução na incidência de rejeição aguda e mortalidade.
RESUMO
Abstract Cytomegalovirus (CMV) retinitis is a rare manifestation of CMV invasive disease and potentially threatening to vision in immunocompromised individuals. Clinical suspicion is fundamental since it is an unusual entity with a progressive and often asymptomatic installation over a long period. The authors report a 70-year-old man with diabetic nephropathy who underwent a kidney transplant (KT) in August 2014 with good clinical evolution. No previous CMV infection or episodes of acute rejection were reported. Five years after transplant, he was admitted due to a reduced visual acuity of the left eye with seven days of evolution with associated hyperemia, without exudate. The ophthalmologic evaluation was compatible with acute necrosis of the retina and presumed associated with CMV infection. He had a progressive improvement after ganciclovir initiation. CMV retinitis is one of the most serious ocular complications in immune-suppressed individuals and can lead to irreversible blindness, and because of that, early diagnosis and treatment remains crucial in obtaining the best visual prognosis in affected patients. Secondary prophylaxis with ganciclovir is not consensual, neither is the safety of reintroducing the antimetabolite in these cases.
Resumo A retinite por citomegalovírus (CMV) é uma manifestação rara de doença invasiva por CMV e potencialmente ameaçadora para a visão em indivíduos imunocomprometidos. A suspeita clínica é fundamental, uma vez que se trata de uma entidade incomum, com uma instalação progressiva e frequentemente assintomática durante um longo período. Os autores relatam um homem de 70 anos de idade com doença renal do diabetes que foi submetido a um transplante renal (KT) em Agosto de 2014 com boa evolução clínica. Nenhuma infecção anterior por CMV ou episódios de rejeição aguda foram relatados. Cinco anos após o transplante, ele foi internado devido a uma acuidade visual reduzida do olho esquerdo com sete dias de evolução com hiperemia associada, sem exsudato. A avaliação oftalmológica foi compatível com a necrose aguda da retina e presumivelmente associada à infecção por CMV. Ele teve uma melhora progressiva após o início do ganciclovir. A retinite por CMV é uma das complicações oculares mais graves em indivíduos imunossuprimidos e pode levar à cegueira irreversível e, por isso, o diagnóstico e o tratamento precoces continuam sendo cruciais para obter o melhor prognóstico visual em pacientes afetados. A profilaxia secundária com ganciclovir não é consensual, tampouco a segurança de reintroduzir o antimetabólito nestes casos.
RESUMO
Abstract Background: Transplant Renal Artery Stenosis (TRAS) is a recognized vascular complication after kidney transplantation. The overall risk predictors of TRAS are poorly understood. Methods: Retrospective analysis of patients with suspected TRAS (Doppler ultrasound PSV > 200 cm/s) who underwent angiographic study in a single center between 2007 and 2014. All patients with stenosis > 50% were considered with TRAS. Stenosis restricted in the body of the artery was also analyzed in a subgroup. Results: 274 patients were submitted to a renal angiography and 166 confirmed TRAS. TRAS group featured an older population (46.3 ± 11.0 vs. 40.9 ±14.2 years; p = 0.001), more frequent hypertensive nephropathy (30.1% vs. 15.7%; p = 0.01), higher incidence of Delayed Graft Function (DGF) (52.0% vs. 25.6%; p < 0.001) and longer Cold Ischemia Time (CIT) (21.5 ± 10.6 vs. 15.7 ± 12.9h; p < 0.001). In multivariable analyses, DGF (OR = 3.31; 95% CI 1.78-6.30; p < 0.0001) was independent risk factors for TRAS. DM and CIT showed a tendency towards TRAS. The compound discriminatory capacity of the multivariable model (AUC = 0.775; 95% CI 0.718-0.831) is significantly higher than systolic blood pressure and creatinine alone (AUC = 0.62; 95% CI 0.558-0.661). In body artery stenosis subgroup, DGF (OR = 1.86; 95% CI 1.04-3.36; p = 0.03) and Diabetes Mellitus (DM) (OR = 2.44; 95% CI 1.31-4.60; p = 0.005) were independent risk factors for TRAS. Conclusion: In our transplant population, DGF increased more than 3-fold the risk of TRAS. In the subgroup analysis, both DGF and DM increases the risk of body artery stenosis. The addition of other factors to hypertension and renal dysfunction may increase diagnostic accuracy.
RESUMO
SUMMARY OBJECTIVE: This study aims to describe the result of the strategies adopted to maintain the transplant program amid the COVID-19 pandemic. METHODS: Since March 2020, several measures have been adopted sequentially, including the compulsory use of personal protective equipment and the real-time polymerase chain reaction testing of collaborators, symptomatic patients, potential deceased donors, candidates for recipients, and in-hospital readmissions, regardless of symptoms. The living-donor transplantation was restricted to exceptional cases. RESULTS: Among 1013 health professionals, 201 cases of COVID-19 were confirmed between March and August 2020, with no severe cases reported. In this period, we observed a 19% institutional increase in the number of transplants from deceased donors compared with that observed in the same period in 2019. There was no donor-derived severe acute respiratory syndrome virus (SARS-CoV-2) infection. Four COVID-19-positive patients underwent transplantation; after 28 days, all were alive and with functioning allograft. Among the 11,875 already transplanted patients being followed up, there were 546 individuals with confirmed diagnosis, 372 who required hospitalization, and 167 on mechanical ventilation, resulting in a 27% mortality rate. CONCLUSIONS: These data confirm that the adoption of sequential and coordinated measures amid the pandemic was able to successfully maintain the transplant program and ensure the safety of health professionals and transplanted patients who were already in follow-up.
Assuntos
Humanos , Transplante de Rim , COVID-19 , Doadores Vivos , Pandemias , SARS-CoV-2RESUMO
Resumo Objetivo: Mensurar a adesão aos medicamentos imunossupressores em receptores de transplante renal, utilizando a Basel Assessment of Adherence with Immunosuppressive Medication Scale - BAASIS® e descrever as características sociodemográficas, os fatores clínicos em relação aos imunossupressores e os níveis de creatinina. Métodos: Estudo prospectivo, transversal, realizado no período de 2014 a 2015, no Ambulatório Pós-Transplante do Hospital do Rim (complexo hospitalar da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)). Resultados: Dos 181 participantes, 53,6% eram homens e a idade dos receptores variou de 18 a 74 anos. A Hipertensão Arterial Sistêmica foi o diagnóstico inicial de Insuficiência Renal Crônica em 38,7% dos receptores. Aproximadamente 95% dos receptores relataram que nunca se esqueceram de tomar o medicamento; 58,6% dos pacientes relataram ter aderido totalmente aos imunossupressores e 41,4% não aderiram a uma ou mais das quatro situações avaliadas pelos itens da BAASIS®. Não foi encontrada correlação significativa pelos itens da BAASIS® entre os níveis de creatinina e o escore total. Conclusão: Foi identificado um alto índice de pacientes que não aderiram ao tratamento imunossupressor (41,4%). Não houve correlação significativa entre o nível de creatinina e a idade do receptor no momento do TxR, bem como o tempo após TxR, tempo de separação do imunossupressor e escore total, e escores dos itens individuais da BAASIS®. Esse estudo mostrou que os receptores negros, do sexo masculino, sem uma rede de apoio familiar, obesos e autônomos são mais propensos a não aderir à terapia imunossupressora. A avaliação da adesão do receptor de transplante renal deve ser considerada durante todas as fases das ações do processo de enfermagem que compõem o plano terapêutico após o transplante renal.
Resumen Objetivo: Medir la adhesión a los medicamentos inmunosupresores en receptores de trasplante renal utilizando la Basilea de Evaluación de Adherencia con Immunosuppressive Medication Scale - BAASIS® y describir las características sociodemográficas, los factores clínicos en relación con los inmunosupresores y los niveles de creatinina Métodos: Estudio prospectivo, transversal, realizado en el período de 2014 a 2015, en el Ambulatorio de Post-Trasplante del Hospital del Rim (complejo hospitalario de la Universidad Federal de São Paulo (UNIFESP). Resultados: de los 181 participantes, el 53,6% eran hombres; la edad de los receptores varió entre los 18 y los 74 años. La Hipertensión Arterial Sistémica fue el diagnóstico inicial de Insuficiencia Renal Crónica en el 38,7% de los receptores. Aproximadamente el 95% de los receptores reportó que nunca se olvidó de tomar el medicamento. El 58,6% de los pacientes reportó haberse adherido totalmente a los inmunosupresores y el 41,4% no se adhirió a una o más de las cuatro situaciones evaluadas por los ítems de BAASIS®. No se encontró correlación significativa, a través de los ítems de BAASIS®, entre los niveles de creatinina y la puntuación total. Conclusión: Se identificó un alto índice de pacientes que no se adhirieron al tratamiento inmunosupresor (41,4%). No hubo correlación significativa entre el nivel de creatinina y la edad del receptor en el momento del TxR, así como tiempo después del TxR, tiempo de separación del inmunosupresor y puntuación total, y puntuación de los ítems individuales de BAASIS®. Este estudio mostró que los receptores negros del sexo masculino, sin una red de apoyo familiar, obesos y autónomos, son más propensos a no adherirse a la terapia inmunosupresora. La evaluación de la adhesión del receptor de trasplante renal debe ser considerada durante todas las fases de las acciones del proceso de enfermería que componen el plan terapéutico después del trasplante renal.
Abstract Objective: To measure adherence of renal transplant recipients to immunosuppressive drugs by using the Basel Assessment of Adherence with immunosuppressive medication Scale (BAASIS®) and to describe sociodemographic characteristics and clinical factors in relation to immunosuppressive drugs and creatinine levels. Methods: This retrospective, cross-sectional study was carried out from 2014 to 2015 in the post-transplantation ambulatory unit of the Kidney Hospital and Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Results: Of the 181 participants, 53.6% were men; recipients ages ranged from 18 to 74 years. Systemic arterial hypertension was the initial diagnosis of chronic renal failure in 38.7% of recipients. About 95% reported that they never forgot to take several consecutive doses of the medicine, 58.6% of recipients reported total adherence to the immunosuppressive drugs, and 41.4% did not adhere to one or more of the four assessed situations. No significant correlation was found between of creatinine levels and total score and by BAASIS® items. Conclusion: A high rate of patients not adherent to the immunosuppressive treatment was identified (41.4%). There was no significant correlation between creatinine level and receptor age at time of KTP, time after KTP, immunosuppressive separation time and total score and scores of individual BAASIS® items. This study showed that black, male recipients without a family support network, obese and autonomous are more likely not to adhere to immunosuppressive therapy. The evaluation of renal transplant recipient adhesion should be considered during all phases of the nursing process actions that make up the therapeutic plan after renal transplantation.
Assuntos
Humanos , Masculino , Feminino , Adolescente , Adulto , Pessoa de Meia-Idade , Idoso , Transplante de Rim , Creatinina/análise , Adesão à Medicação , Imunossupressores/uso terapêutico , Estudos Transversais , Estudos Prospectivos , Avaliação em EnfermagemRESUMO
Abstract Cytomegalovirus (CMV) infection in kidney transplantation has changed its clinical spectrum, mostly due to the current and more effective immunosuppression. In the absence of preventive strategies it is associated with significant morbi-mortality. Objective: This study evaluated the incidence of CMV events and its effect on outcomes of kidney transplantation in recipients without pharmacological prophylaxis or targeted preemptive treatment. Results: The study cohort comprised 802 recipients of kidney transplants between 04/30/2014 and 04/30/2015. The majority received induction with anti-thymocyte globulin (81.5%), tacrolimus and prednisone in combination with either mycophenolate (46.3%) or azathioprine (53.7%). The overall incidence of CMV events was 42% (58.6% infection and 41.4% disease). Patients with CMV showed higher incidence of first treated acute rejection (19 vs. 11%, p = 0,001) compared with those without CMV but no differences in graft loss, death or loss to follow-up. The incidence of delayed graft function was higher (56% vs. 37%, p = 0.000) and the eGFR at 1 (41 ± 21 vs. 54 ± 28 ml/min, p = 0.000) and 12 months (50 ± 19 vs. 61 ± 29 ml/min, p = 0.000) were lower in patients with CMV. Recipients age (OR = 1.03), negative CMV serology (OR = 5.21) and use of mycophenolate (OR = 1.67) were associated with increased risk of CMV. Changes in immunosuppression was more often in patients with CMV (63% vs. 31%, p = 0.000). Conclusion: the incidence of CMV events was high and associated with higher incidence of acute rejection and changes in immunosuppression. Besides traditional risk factors, renal function at 1 month was independently associated with CMV infection.
Resumo A infecção por citomegalovírus (CMV) no transplante renal mudou seu espectro clínico, principalmente devido à atual e mais efetiva imunossupressão. Na ausência de estratégias preventivas, está associado a significativa morbimortalidade. Objetivo: este estudo avaliou a incidência de eventos de CMV e seu efeito nos desfechos do transplante renal em receptores sem profilaxia farmacológica ou tratamento preventivo direcionado. Resultados: A coorte do estudo envolveu 802 receptores de transplantes de rim entre 30/04/2014 e 30/04/2015. A maioria recebeu indução com globulina anti-timocitária (81,5%), tacrolimus e prednisona em combinação com micofenolato (46,3%) ou azatioprina (53,7%). A incidência global de eventos de CMV foi de 42% (58,6% de infecção e 41,4% de doença). Os pacientes com CMV apresentaram maior incidência de rejeição aguda do primeiro tratamento (19 vs. 11%, p = 0,001), em comparação com aqueles sem CMV, mas sem diferenças na perda de enxerto, morte ou perda de seguimento. A incidência de função retardada de enxerto foi maior (56% vs. 37%, p = 0,000) e a TFGe a 1 (41 ± 21 vs. 54 ± 28 ml/min, p = 0,000) e 12 meses (50 ± 19 vs. 61 ± 29 ml/min, p = 0.000) foram menores em pacientes com CMV. A idade dos receptores (OR = 1,03), a sorologia negativa para CMV (OR = 5,21) e o uso de micofenolato (OR = 1,67) foram associados ao aumento do risco de CMV. As alterações na imunossupressão foram mais frequentes em doentes com CMV (63% vs. 31%, p = 0,000). Conclusão: a incidência de eventos relacionados a CMV foi alta e associada a maior incidência de rejeição aguda e alterações na imunossupressão. Além dos fatores de risco tradicionais, a função renal com 1 mês foi associada de forma independente à infecção por CMV.
Assuntos
Humanos , Masculino , Feminino , Adulto , Pessoa de Meia-Idade , Complicações Pós-Operatórias/epidemiologia , Transplante de Rim , Infecções por Citomegalovirus/epidemiologia , Incidência , Estudos Retrospectivos , Efeitos Psicossociais da DoençaRESUMO
Abstract Introduction: Kidney transplantation is considered a cost-effective treatment compared to dialysis but accounts for a significant percentage of the public health care resources. Therefore, efficient systems capable of performing high number of procedures are attractive and sustainable. Objective: The aim of this study was to evaluate clinical outcomes of 11,436 kidney transplants regularly performed in a single transplant dedicated center over the last 18 years. Methods: This was a retrospective study performed in a single specialized transplant center. All consecutive patients who underwent transplantation between 08/18/1998 and 12/31/2015 were included in the analysis. Results: The annual number of transplants increased from 394 in 1999 to 886 in 2015, with a progressive reduction in the proportion of living donor kidney transplants (70% vs. 23%) and yielding over 8869 patients in regular follow up. Of 11,707 kidney transplants performed, 5348 (45.7%) were from living, 3614 (30.9%) standard and 1618 (13.8%) expanded criteria deceased donors, 856 (7.3%) pediatric and 271 (2.3%) simultaneous kidney-pancreas transplants. Comparing 1998-2002 and 2011-2014, five-years graft survival increased for kidney transplants performed with living donors (83.3% vs. 93.1%, p < 0.001), standard deceased donors (60.7% vs. 79.7%, p < 0.001), expanded criteria donors (46.5% vs. 71.5%, p < 0.001) and for the pediatric population (79.8% vs. 80.9%, p = 0.684). Conclusion: The implementation of a dynamic and efficacious health care system was associated with a progressive increase in the number of kidney transplants, in the cumulative number of patients in follow up and a shift from living related to deceased donor kidney transplants, with associated progressive increase in patient and graft survivals.
Resumo Introdução: Transplante renal é considerado um tratamento custo-efetivo comparado à diálise e representa uma porcentagem significativa dos recursos de saúde pública. Dessa forma, sistemas eficientes e capazes de realizar um elevado número de procedimentos, são atraentes e sustentáveis. Objetivo: O objetivo deste estudo foi avaliar os desfechos clínicos de 11.436 transplantes renais realizados em um centro único de transplante nos últimos 18 anos. Métodos: Trata-se de um estudo retrospectivo realizado em centro único e especializado em transplante renal. Todos os pacientes transplantados entre 18/08/1998 e 31/12/2015 foram incluídos nesta análise. Resultados: O número anual de transplantes aumentou de 394 em 1999 para 886 em 2015, com redução progressiva na proporção de transplantes realizados com doador vivo resultando em mais de 8869 pacientes em seguimento regular. De 11.707 transplantes renais realizados, 5348 (45,7%) foram de doador vivo, 3614 (30,9%) doador falecido padrão e 1618 (13,8%) de critério expandido, 856 (7,3%) pediátricos e 271 (2.3%) transplantes simultâneo rim-pâncreas. Comparando 1998-2002 e 2011-2014, a sobrevida do enxerto em 5 anos aumentou para os transplantes renais realizados com doador vivo (83,3% vs. 93,1%, p < 0,001), doador falecido padrão (60,7% vs. 79,7%, p < 0,001), falecido de critério expandido (46,5% vs. 71,5%, p < 0,001) e para a população pediátrica (79,8% vs. 80,9%, p = 0,684). Conclusão: A implementação de um sistema de saúde eficaz e dinâmico associou-se ao aumento progressivo no número de transplantes renais, no número cumulativo de pacientes em acompanhamento e na inversão do número de transplantes realizados com doador vivo para falecido. Houve um aumento progressivo na sobrevida do enxerto e do paciente, reforçando que este modelo pode ser aplicado em outras áreas terapêuticas.
Assuntos
Humanos , Masculino , Feminino , Adulto , Pessoa de Meia-Idade , Transplante de Rim/estatística & dados numéricos , Avaliação de Resultados em Cuidados de Saúde , Fatores de Tempo , Taxa de Sobrevida , Estudos Retrospectivos , Transplante de Rim/mortalidade , Resultado do Tratamento , Hospitais EspecializadosRESUMO
Summary The kidney transplant program at Hospital do Rim (hrim) is a unique healthcare model that applies the same principles of repetition of processes used in industrial production. This model, devised by Frederick Taylor, is founded on principles of scientific management that involve planning, rational execution of work, and distribution of responsibilities. The expected result is increased efficiency, improvement of results and optimization of resources. This model, almost completely subsidized by the Unified Health System (SUS, in the Portuguese acronym), has been used at the hrim in more than 11,000 transplants over the last 18 years. The hrim model consists of eight interconnected modules: organ procurement organization, preparation for the transplant, admission for transplant, surgical procedure, post-operative period, outpatient clinic, support units, and coordination and quality control. The flow of medical activities enables organized and systematic care of all patients. The improvement of the activities in each module is constant, with full monitoring of various administrative, health care, and performance indicators. The continuous improvement in clinical results confirms the efficiency of the program. Between 1998 and 2015, an increase was noted in graft survival (77.4 vs. 90.4%, p<0.001) and patient survival (90.5 vs. 95.1%, p=0.001). The high productivity, efficiency, and progressive improvement of the results obtained with this model suggest that it could be applied to other therapeutic areas that require large-scale care, preserving the humanistic characteristic of providing health care activity.
Resumo O programa de transplante renal do Hospital do Rim (hrim) é um modelo único de assistência médica que aplica os princípios da repetição de processos utilizados na produção industrial. Esse modelo, idealizado por Frederick Taylor, é fundamentado em princípios da administração científica, que envolvem planejamento, execução racional do trabalho e distribuição de responsabilidades. O resultado esperado é o aumento da eficiência, melhoria dos resultados e otimização de recursos. Esse modelo, quase todo subsidiado pelo Sistema Único de Saúde (SUS), foi utilizado no hrim para a realização de mais de 11 mil transplantes nos últimos 18 anos. O modelo do hrim consiste em oito módulos interconectados: organização de procura de órgãos, preparo para o transplante, admissão para transplante, procedimento cirúrgico, pós-operatório, seguimento pós-transplante, unidades de apoio, e coordenação e controle de qualidade. O fluxo das atividades médicas permite o atendimento organizado e sistemático de todos os pacientes. O aperfeiçoamento das atividades de cada módulo é constante, com monitoramento integral de diversos indicadores administrativos, assistenciais e de desempenho. A melhora contínua dos resultados clínicos confirma a eficiência do programa. Entre 1998 e 2015, foi observado um aumento nas sobrevidas do enxerto (77,4 vs. 90,4%; p<0,001) e do paciente (90,5% vs. 95,1%; p=0,001), respectivamente. A elevada produtividade, a eficiência e a melhoria progressiva dos resultados obtidos sugerem que esse modelo pode ser aplicado em outras áreas terapêuticas que necessitam de assistência em larga escala, sem comprometer os conceitos humanísticos de nossa atividade assistencial.