RESUMO
OBJETIVOS: Avaliar a idade da menopausa e os fatores associados aos sintomas menopausais em mulheres de uma região metropolitana do sudeste do Brasil. MÉTODOS: Um estudo exploratório de corte-transversal foi realizado com 749 mulheres entre 45 e 60 anos (pesquisa de base populacional). A variável dependente foi a intensidade dos sintomas menopausais avaliada através do escore total do questionário Menopause Rating Scale (MRS). As variáveis independentes foram características sociodemográficas, problemas e hábitos de saúde, auto-percepção de saúde e antecedentes ginecológicos. A análise estatística foi realizada com o teste do χ2 e regressão de Poisson. RESULTADOS: A média etária das mulheres entrevistadas foi 52,5 (±4,4) anos. Com relação ao estado menopausal, 16% das mulheres encontravam-se na pré-menopausa, o mesmo número na perimenopausa e 68% estavam na pós-menopausa. A média de idade de ocorrência da menopausa foi 46,5±5,8 anos. A intensidade dos sintomas menopausais foi definida de acordo com a mediana do escore total do MRS e foi considerada severa para valores acima de 8. Depressão/ansiedade (RP=1,8; IC95% 1,5-2,2; p<0,01), doenças osteoarticulares (RP=1,5; IC95% 1,2-1,7; p<0,01), auto-percepção do estado geral de saúde regular, ruim ou péssimo (RP=1,4; IC95% 1,2-1,7; p<0,01), antecedente de algum aborto (RP=1,3; IC95% 1,1-1,5; p<0,01), tratamento para menopausa atual ou prévio (RP=1,2; IC95% 1,1-1,4; p<0,01), estar na perimenopausa ou pós-menopausa (RP=1,4; IC95% 1,1-1,8; p=0,01), número de partos normais >1 (RP=1,2; IC95% 1,02-1,4; p=0,02) e asma (RP=1,2; IC95% 1,01-1,4; p=0,03) se associaram a maior severidade de sintomas menopausais. Apresentar maior idade (RP=0,96; IC95% 0,96-0,97; p<0,01) se associou a menor intensidade de sintomas da menopausa. CONCLUSÃO: A intensidade dos sintomas menopausais está relacionada a um amplo conjunto de fatores. Entender e controlar estes fatores pode auxiliar na ...
PURPOSE: To determine the average age at the onset of menopause and to investigate menopausal symptoms in women in a metropolitan region in Southeastern Brazil. METHODS: A descriptive, exploratory, cross-sectional study was conducted with 749 women (a population-based household survey). The dependent variable was the intensity of menopausal symptoms assessed by th Menopause Rating Scale (MRS). The independent variables were sociodemographic data, health-related habits and problems, self-perception of health, and gynecological background. Statistical analysis was carried out by the χ2 test and Poisson regression using the backward selection criteria. RESULTS: The mean age of the women was 52.5 (±4.4) years. With regard to menopausal status, 16% were premenopausal, 16% perimenopausal and 68% postmenopausal. The mean age at the onset of menopause was 46.5 (±5.8) years. The intensity of menopausal symptoms was defined according to the median MRS score and was considered severe for values above 8. Depression/anxiety (PR=1.8; 95%CI 1.5-2.2; p<0.01), rheumatic diseases (PR 1.5; 95%CI 1.2-1.7; p<0.01), self-perception of health as fair/poor/very poor (PR 1.4; 95% CI 1.2-1.7; p<0.01), history of abortion (PR 1.3; 95%CI 1.1-1.4; p<0.01), current or previous treatment for menopausal symptoms (PR 1.2; 95%CI 1.1-1.4; p<0.01), peri- or postmenopausal status (PR 1.4; 95%CI 1.1-1.7; p<0.01), number of normal deliveries >1 (PR 1.2; 95%CI 1.02-1.4; p<0.01) and asthma (PR 1.2; 95%CI 1.01-1.4; p<0.01) were associated with more severe menopausal symptoms. Older age (PR 0.96; 95%CI 0.96-0.97; p<0.01) was associated with less severe symptoms. CONCLUSION: The severity of menopausal symptoms was related to a wild range of factors, especially presence of chronic diseases, a larger number of pregnancies, use of hormone therapy, and worse self-rated health. A better understanding of these factors can help to reduce ...
Assuntos
Humanos , Feminino , Pessoa de Meia-Idade , Menopausa/fisiologia , Brasil , Estudos Transversais , Autoavaliação Diagnóstica , Características da Família , Inquéritos Epidemiológicos , Saúde da População UrbanaRESUMO
PURPOSE: To evaluate factors associated with hypertension in Brazilian women of 50 years of age or more. METHODS: A cross-sectional population based study using self-reports. A total of 622 women were included. The association between sociodemographic, clinical and behavioral factors and the woman's age at the onset of hypertension was evaluated. Data were analyzed according to cumulative continuation rates without hypertension, using the life-table method and considering annual intervals. Next, a Cox multiple regression analysis model was adjusted to analyze the occurrence rates of hypertension according to various predictor variables. Significance level was pre-established at 5% (95% confidence level) and the sampling plan (primary sampling unit) was taken into consideration. RESULTS: Median age at onset of hypertension was 64.3 years. Cumulative continuation rate without hypertension at 90 years was 20%. Higher body mass index (BMI) at 20–30 years of age was associated with a higher cumulative occurrence rate of hypertension over time (coefficient=0.078; p<0.001). Being white was associated with a lower cumulative occurrence rate of hypertension over time (coefficient= -0.439; p=0.003), while smoking >15 cigarettes/day was associated with a higher rate over time (coefficient=0.485; p=0.004). CONCLUSION: The results of the present study highlight the importance of weight control in young adulthood and of avoiding smoking in preventing hypertension in women aged ≥50 years. .
OBJETIVO: Avaliar os fatores associados com a taxa de ocorrência de hipertensão arterial sistêmica (HAS) em mulheres brasileiras com 50 anos ou mais. MÉTODOS: Trata-se de um estudo transversal de base populacional usando autorrelato de doenças. Foi avaliada a associação entre os fatores sociodemográficos, clínicos e comportamentais com a idade da ocorrência de hipertensão. Os dados foram analisados com uso das taxas acumuladas de continuação para hipertensão utilizando o método de tabela de vida, com intervalos anuais. Em seguida, foi ajustado modelo de regressão múltipla de Cox, para a análise de diversas variáveis preditoras, possivelmente associadas à taxa acumulada de ocorrência de hipertensão. O nível de significância foi pré-estabelecido em 5% (Intervalo de confiança de 95%) e o plano de amostragem (unidade primária da amostra) foi levado em consideração. RESULTADOS: A mediana da ocorrência da hipertensão das mulheres da amostra foi de 64,3 anos. A taxa acumulada de continuação sem hipertensão, aos 90 anos, foi de 20%. Quanto maior o índice de massa corpórea entre os 20 e 30 anos, maior foi a taxa acumulada de ocorrência de HAS ao longo do tempo (coef=0,078; p<0,001); ter cor da pele branca esteve associada à menor taxa acumulada de ocorrência de HAS ao longo do tempo (coef=-0,4; p=0,003) e fumar mais de 15 cigarros por dia esteve associado ao aumento da taxa acumulada de ocorrência de HAS ao longo do tempo (coef=0,4; p=0,004). CONCLUSÃO: Os resultados do presente estudo evidenciam a importância de controlar o peso na adulta jovem e evitar o tabagismo para prevenir a ocorrência de hipertensão em mulheres com 50 anos ou mais. .
Assuntos
Idoso , Feminino , Humanos , Pessoa de Meia-Idade , Hipertensão/etiologia , Brasil/epidemiologia , Estudos Transversais , Hipertensão/epidemiologia , Saúde da População UrbanaRESUMO
OBJETIVO: Avaliar a presença de calcificações arteriais em mamografias de mulheres menopausadas e a sua associação com fatores de risco para doenças cardiovasculares. MÉTODOS: Trata-se de um estudo de corte transversal e retrospectivo, em que foram analisados as mamografias e os prontuários médicos de 197 pacientes atendidas no período entre 2004 e 2005. As variáveis do estudo foram: calcificação arterial mamária, acidente vascular cerebral, síndrome coronariana aguda, idade, obesidade, diabetes mellitus, tabagismo e hipertensão arterial sistêmica. Para a análise estatística dos dados, utilizaram-se os testes de Mann-Whitney, χ2 e Cochran-Armitage, sendo também avaliadas as razões de prevalência entre as variáveis descritas e calcificação arterial mamária. Os dados foram analisados com o software SAS, versão 9.1. RESULTADOS: Dos 197 exames e prontuários analisados, observou-se a prevalência de 36,6% para calcificações arteriais nas mamografias. Entre os fatores de risco para doença cardiovascular avaliados, os mais frequentes foram: hipertensão (56,4%), obesidade (31,9%), tabagismo (15,2%) e diabetes (14,7%). A síndrome coronariana aguda e o acidente vascular cerebral tiveram prevalências de 5,6 e 2,0% respectivamente. Entre as mamografias de mulheres diabéticas, a maior ocorrência foi de calcificação arterial mamária com razão de prevalência de 2,1 (IC95%1,0-4,1) e valor p de 0,02. Por outro lado, nas mamografias de pacientes fumantes, foi menor a ocorrência de calcificação arterial mamária com razão de prevalência de 0,3 (IC95% 0,1-0,8). Hipertensão arterial sistêmica, obesidade, diabetes mellitus, acidente vascular cerebral e síndrome coronariana aguda não apresentaram ...
PURPOSE: To analyze associations between mammographic arterial mammary calcifications in menopausal women and risk factors for cardiovascular disease. METHODS: This was a cross-sectional retrospective study, in which we analyzed the mammograms and medical records of 197 patients treated between 2004 and 2005. Study variables were: breast arterial calcifications, stroke, acute coronary syndrome, age, obesity, diabetes mellitus, smoking, and hypertension. For statistical analysis, we used the Mann-Whitney, χ2 and Cochran-Armitage tests, and also evaluated the prevalence ratios between these variables and mammary artery calcifications. Data were analyzed with the SAS version 9.1 software. RESULTS: In the group of 197 women, there was a prevalence of 36.6% of arterial calcifications on mammograms. Among the risk factors analyzed, the most frequent were hypertension (56.4%), obesity (31.9%), smoking (15.2%), and diabetes (14.7%). Acute coronary syndrome and stroke presented 5.6 and 2.0% of prevalence, respectively. Among the mammograms of women with diabetes, the odds ratio of mammary artery calcifications was 2.1 (95%CI 1.0-4.1), with p-value of 0.02. On the other hand, the mammograms of smokers showed the low occurrence of breast arterial calcification, with an odds ratio of 0.3 (95%CI 0.1-0.8). Hypertension, obesity, diabetes mellitus, stroke and acute coronary syndrome were not significantly associated with breast arterial calcification. CONCLUSION: The occurrence of breast arterial calcification was associated with diabetes mellitus and was negatively associated with smoking. The presence of calcification was independent of the other risk factors for cardiovascular disease analyzed. .
Assuntos
Idoso , Feminino , Humanos , Pessoa de Meia-Idade , Mama/irrigação sanguínea , Doenças Cardiovasculares/etiologia , Calcificação Vascular/complicações , Estudos Transversais , Doenças Cardiovasculares/epidemiologia , Mamografia , Menopausa , Prevalência , Estudos Retrospectivos , Fatores de Risco , Calcificação Vascular/epidemiologia , Calcificação VascularRESUMO
PURPOSE: To assess the effects of a soy dietary supplement on the main biomarkers of cardiovascular health in postmenopausal women compared with the effects of low-dose hormone therapy (HT) and placebo. METHODS: Double-blind, randomized and controlled intention-to-treat trial. Sixty healthy postmenopausal women, aged 40-60 years, 4.1 years mean time since menopause were recruited and randomly assigned to 3 groups: a soy dietary supplement group (isoflavone 90mg), a low-dose HT group (estradiol 1 mg plus noretisterone 0.5 mg) and a placebo group. Lipid profile, glucose level, body mass index, blood pressure and abdominal/hip ratio were evaluated in all the participants at baseline and after 16 weeks. Statistical analyses were performed using the χ2 test, Fisher's exact test, Kruskal-Wallis non-parametric test, analysis of variance (ANOVA), paired Student's t-test and Wilcoxon test. RESULTS: After a 16-week intervention period, total cholesterol decreased 11.3% and LDL-cholesterol decreased 18.6% in the HT group, but both did not change in the soy dietary supplement and placebo groups. Values for triglycerides, HDL-cholesterol, glucose level, body mass index, blood pressure and abdominal/hip ratio did not change over time in any of the three groups. CONCLUSION: The use of dietary soy supplement did not show any significant favorable effect on cardiovascular health biomarkers compared with HT. Clinical Trial Registry: The trial is registered at the Brazilian Clinical Trials Registry (Registro Brasileiro de Ensaios Clínicos - ReBEC), number RBR-76mm75. .
OBJETIVO: Avaliar os efeitos do uso de um suplemento alimentar à base de soja sobre os principais marcadores de risco cardiovascular e compará-los com o uso da terapia hormonal (TH) de baixa dose e grupo placebo em mulheres na pós-menopausa. MÉTODOS: Foram selecionadas 60 participantes do ambulatório de menopausa com idade entre 40 e 60 anos, com idade média de 4,1 anos na menopausa para participar de um ensaio clínico randomizado, duplo-cego e controlado com duração de 16 semanas. As pacientes foram randomizadas em 3 grupos: um grupo que recebeu suplemento dietético à base de soja (isoflavona 90 mg), um grupo que recebeu TH em baixa dose (estradiol 1 mg e noretisterona 0,5 mg) e um grupo placebo. Os seguintes parâmetros foram avaliados no início e ao término das 16 semanas de intervenção: perfil lipídico, glicemia de jejum, índice de massa corpórea, pressão sanguínea arterial e circunferência abdominal. A análise estatística foi realizada usando-se o teste do χ2, teste exato de Fisher, teste não paramétrico de Kruskal-Wallis, análise de variância (ANOVA), teste t de Student pareado e teste de Wilcoxon. RESULTADOS: Ao final do período de intervenção de 16 semanas, houve uma diminuição do colesterol total em 11,3% e do LDL-colesterol em 18,6% no grupo da TH, porém ambos não tiveram mudanças tanto no grupo do suplemento alimentar à base de soja quanto no grupo placebo. Os valores de triglicérides, HDL-colesterol, glicemia de jejum, índice de massa corpórea, pressão sanguínea arterial e circunferência abdominal não mudaram ao longo da intervenção em nenhum dos grupos estudados. CONCLUSÃO: Do ponto de vista cardiovascular, o suplemento alimentar à base de soja não mostrou efeito ...
Assuntos
Adulto , Feminino , Humanos , Pessoa de Meia-Idade , Suplementos Nutricionais , Terapia de Reposição de Estrogênios , Isoflavonas/administração & dosagem , Alimentos de Soja , Biomarcadores/sangue , Fenômenos Fisiológicos Cardiovasculares , Método Duplo-Cego , Estrogênios/administração & dosagemRESUMO
PURPOSE: It was to assess the risk of cardiovascular disease (CVD) in breast cancer survivors (BCS). METHODS: This cross-sectional study analyzed 67 BCS, aged 45 -65 years, who underwent complete oncological treatment, but had not received hormone therapy, tamoxifen or aromatase inhibitors during the previous 6 months. Lipid profile and CVD risk were evaluated, the latter using the Framingham and Systematic COronary Risk Evaluation (SCORE) models. The agreement between cardiovascular risk models was analyzed by calculating a kappa coefficient and its 95% confidence interval (CI). RESULTS: Mean subject age was 53.2±6.0 years, with rates of obesity, hypertension, and dyslipidemia of 25, 34 and 90%, respectively. The most frequent lipid abnormalities were high total cholesterol (70%), high LDL-C (51%) and high non-HDL-C (48%) concentrations. Based on the Framingham score, 22% of the participants had a high risk for coronary artery disease. According to the SCORE model, 100 and 93% of the participants were at low risk for fatal CVD in populations at low and high risk, respectively, for CVD. The agreement between the Framingham and SCORE risk models was poor (kappa: 0.1; 95%CI 0.01 -0.2) for populations at high risk for CVD. CONCLUSIONS: These findings indicate the need to include lipid profile and CVD risk assessment in the follow-up of BCS, focusing on adequate control of serum lipid concentrations. .
OBJETIVO: Avaliar o risco de doença cardiovascular (DCV) em mulheres com câncer de mama. MÉTODOS: Foi conduzido estudo de corte transversal, com 67 mulheres com câncer de mama, entre 45 e 65 anos, tratamento oncológico completo, não usuárias de terapia hormonal, tamoxifeno ou inibidores da aromatase nos últimos 6 meses. Foram avaliados o perfil lipídico e o risco de DCV. Para avaliar o risco de DCV, foram utilizados os modelos Framingham e Systematic COronary Risk Evaluation (SCORE). Para investigar a concordância entre os modelos de risco cardiovascular, foi calculado o coeficiente kappa com seu respectivo intervalo de confiança (IC) de 95%. RESULTADOS: A média de idade das participantes foi de 53,2±6,0 anos. A prevalência de obesidade, hipertensão e dislipidemia foi 25, 34 e 90%, respectivamente. A prevalência de dislipidemia foi 90%. As anormalidades mais comuns do perfil lipídico foram: alto colesterol total (70%), alto LDL-C (51%) e alto não HDL-C (48%). Baseado no escore de Framingham, 22% das mulheres com câncer de mama apresentaram alto risco de doença arterial coronariana. De acordo com o modelo SCORE, 100 e 93% das participantes apresentaram baixo risco de DCV fatal, considerando populações de baixo e alto risco de DCV, respectivamente. A concordância entre os modelos de Framingham e SCORE foi ruim (kappa: 0,1; IC95% 0,01 -0,2), considerando populações de alto risco de DCV. CONCLUSÕES: Esses dados indicam a necessidade de incluir a avaliação do perfil lipídico e do risco de DCV na rotina de seguimento de mulheres com câncer de mama, sendo observadoo adequado controle dos níveis séricos de lipídios. .
Assuntos
Idoso , Feminino , Humanos , Pessoa de Meia-Idade , Neoplasias da Mama/complicações , Doenças Cardiovasculares/epidemiologia , Doenças Cardiovasculares/etiologia , Modelos Estatísticos , Sobreviventes , Estudos Transversais , Medição de Risco , Fatores de RiscoRESUMO
OBJETIVO: Avaliar a prevalência da Síndrome Climatérica (SC) em mulheres de São Luís, Maranhão, uma das regiões menos desenvolvidas do Nordeste brasileiro. MÉTODOS: Estudo descritivo e exploratório de corte transversal, tipo inquérito populacional domiciliar. Foram selecionadas 1.210 mulheres climatéricas de 45 a 60 anos de idade em São Luís, Maranhão, Brasil. As entrevistas foram aplicadas por meio de questionários, no período de abril a julho de 2008, contendo variáveis sociodemográficas, status menopausal e intensidade dos sintomas climatéricos (índices circulatório e psicológico), sendo que para estes últimos foi realizada a sua associação com os períodos pré e pós-menopausal. A técnica de Análise Correspondência Múltipla (ACM) foi utilizada para avaliar a inter-relação entre os sintomas climatéricos. RESULTADOS: A maioria das pacientes tinha entre 55 a 60 anos (35,3%), era de cor parda (37,9%), com 9 a 11 anos de escolaridade (39,8%), com parceiro (56%), católica (73,9%) e de classe social C (51,1%). A prevalência da SC foi de 85,9%, destacando-se fogachos (56,4%) e sudorese (50,4%) como os sintomas vasomotores mais prevalentes. Os sintomas psicológicos mais frequentes foram nervosismo (45%) e irritabilidade (44,8%). Houve predomínio do ressecamento vaginal (62,7%) como a queixa urogenital mais prevalente. A intensidade dos sintomas vasomotores e psicológicos foi significativamente mais elevada nas fases de peri e pós-menopausa (p<0,05). CONCLUSÃO: A prevalência da SC foi elevada em mulheres dessa cidade do Nordeste do Brasil. .
PURPOSE: To assess the prevalence of Climacteric Syndrome (CS) in women from a municipality of Northeastern Brazil which is less developed socioeconomically. METHODS: A prospective household survey was performed in São Luís, Maranhão, Brazil with 1,210 climacteric women aged 45 to 60 years. Interviews were applied using previously tested standard questionnaires from April to July 2008. The severity of climacteric symptoms was analyzed by circulatory and psychological indexes and the latter were associated with menopausal status. Multiple correspondence analysis was used to assess the relation among climacteric symptoms. RESULTS: Most patients were 55 to 60 years old (35.3%), mulatto (37.9%), with 9-11 years of schooling (39.8%), with a partner (56%), Catholic (73.9%) and belonged to the socioeconomic class C (51.1%). The prevalence of CS was 85.9%, and hot flashes (56.4%) and sweating (50.4%) were the most prevalent symptoms. The most frequent psychological symptoms were nervousness (45%) and emotional liability (44.8%). The severity of vasomotor and psychological symptoms was significantly higher during the peri and postmenopausal period (p<0.05). Vaginal dryness (62.7%) was the most prevalent urogenital complaint. CONCLUSION: The prevalence of CS was high among women from São Luís, Maranhão, Brazil. .
Assuntos
Feminino , Humanos , Pessoa de Meia-Idade , Menopausa , Brasil , Estudos Transversais , Características da Família , Inquéritos Epidemiológicos , Estudos Prospectivos , Fatores Socioeconômicos , Síndrome , Saúde da População UrbanaRESUMO
A expectativa de vida da população brasileira vem aumentando, o que leva a um aumento na prevalência de morbidades crônicas. Dentre elas a osteoporose tem importância destacada, pois aumenta o risco de ocorrência de fraturas por fragilidade óssea. O diagnóstico da osteoporose é feito na presença de fratura vertebral ou de quadril sem a presença de um trauma maior. Também pode ser feito através da avaliação da densidade mineral óssea com equipamento de absorciometria de dupla emissão de raios X. A densitometria óssea deve ser realizada de acordo com o risco individual de sofrer uma fratura por fragilidade óssea. Geralmente é indicada para todas as mulheres com 65 anos ou mais e homens com 70 anos ou mais. Em mulheres na pós-menopausa, porém com idade inferior a 65 anos, é recomendada a realização do exame se houver fatores de risco para fraturas. Todos os pacientes portadores de diminuição da massa óssea devem ser encorajados a manter hábitos de vida saudáveis, como praticar exercícios físicos e consumir adequadamente cálcio e vitamina D. Os principais medicamentos disponíveis para tratamento da osteoporose no Brasil são os bifosfonatos, a calcitonina, os estrogênios, o inibidor do RANKL, os moduladores seletivos dos receptores do estrógeno, o paratormônio e o ranelato de estrôncio. A aderência ao tratamento deve ser sempre monitorada e o tempo de uso de cada medicação deve ser individualizado.
RESUMO
Introdução: O grande omento vem sendo utilizado como estrutura de reparo desde o século XIX e a partir do século XX tem sido descrito, em meio extraperitoneal, para o tratamento de diversas afecções em várias especialidades cirúrgicas. Apesar de amplamente estudado a partir da década de 1960, não há descrição de estudos comparativos sobre o seu retalho em meio extra peritoneal. O objetivo do presente estudo foi analisar as características adaptativas do grande omento em meio extra peritoneal para identificar a real aplicabilidade cirúrgica desta estrutura. Métodos: Estudo experimental comparativo, pareado e controlado de 20 amostras teciduais de ratos (Rattus norvegicus) fêmeas obesas, irmãs da linhagem Sprague- Dawley. De cada animal foram analisados e comparados, macroscopicamente e microscopicamente, através das técnicas de Hematoxilina-eosina (HE) amostras de: (1) omento sem manipulação, (2) omento manipulado intraperitoneal, (3) omento manipulado extraperitoneal e (4) tecido adiposo subcutâneo. Resultados: omento extraperitoneal, macroscopicamente, apresentou uma coloração amarelado mais intenso, semelhante à gordura subcutânea adjacente, com alto grau de contração se comparado ao omento intraperitoneal de controle. Pela técnica de HE, foi identificado alto grau de fibrose e tamanho médio dos adipócitos semelhante ao omento de controle e inferior ao do subcutâneo (p<0,001). Conclusão: O omento extraperitoneal não se mostra capaz de promover regeneração tecidual, uma vez que não foi observado metaplasia à histologia do retalho translocado. Entretanto, pode servir para a correção de pequenas deformidades, para o tratamento de áreas isquêmicas, como estrutura carreadora para a reconstrução cirúrgica e como plataforma germinadora para o desenvolvimento de novos órgãos.
Introduction: The greater omentum was initially used in the repair of gastrointestinal defects in the 19th century; during the 20th century, it has been used extraperitoneally in the treatment of various disorders, in several surgical specialties. Despite the fact that the greater omentum was studies in detail in the 1960s, there are no reported comparative studies concerning the use of omental flaps extraperitoneally. The present study analyzed the adaptive features of the greater omentum in the extraperitoneal space, with the aim of identifying its surgical applicability. Methods: A paired, controlled comparative study was conducted using 20 tissue samples from 5 obese female Sprague-Dawley rats (Rattus norvegicus). The following specimens from each animal were analyzed and compared, macroscopically and microscopically, using the hematoxylin-eosin (HE) technique: (1) omentum without manipulation; (2) intraperitoneally manipulated omentum; (3) extraperitoneally manipulated omentum; and (4) subcutaneous adipose tissue. Results: Macroscopically, the extraperitoneal omentum exhibited a more intense yellowish color and a higher degree of contraction than the control (intraperitoneal) omentum. The extraperitoneal omentum was similar in color to the adjacent subcutaneous adipose tissue. HE staining revealed a high degree of fibrosis and an average adipocyte size, similar to that in the control omentum, but lower than that in subcutaneous adipose tissue (p< 0.001). Conclusion: The results of this study indicate that the extraperitoneal omentum was not able to promote tissue regeneration, as metaplasia of the translocated flap was not observed in the histological analysis. However, this structure may be used to correct small deformities, in the treatment of ischemic areas, as a carrier structure for surgical reconstruction and as a germination platform for the development of new organs.
Assuntos
Animais , Ratos , Omento , Doenças Peritoneais , Peritônio , Ratos , Procedimentos Cirúrgicos Operatórios , Transplante Autólogo , Estudo Comparativo , Ensaio Clínico , Estudo de Avaliação , Modelos Animais , Experimentação Animal , Gorduras , Metaplasia , Omento/cirurgia , Omento/patologia , Doenças Peritoneais/cirurgia , Peritônio/cirurgia , Ratos/anatomia & histologia , Ratos/fisiologia , Procedimentos Cirúrgicos Operatórios/métodos , Transplante Autólogo/métodos , Experimentação Animal/normas , Gorduras/análise , Gorduras/uso terapêutico , Metaplasia/cirurgia , Metaplasia/patologiaRESUMO
PURPOSE: To analyze the prevalence of and factors associated with fragility fractures in Brazilian women aged 50 years and older. METHODS: This cross-sectional population survey, conducted between May 10 and October 31, 2011, included 622 women aged >50 years living in a city in southeastern Brazil. A questionnaire was administered to each woman by a trained interviewer. The associations between the occurrence of a fragility fracture after age 50 years and sociodemographic data, health-related habits and problems, self-perception of health and evaluation of functional capacity were determined by the χ2 test and Poisson regression using the backward selection criteria. RESULTS: The mean age of the 622 women was 64.1 years. The prevalence of fragility fractures was 10.8%, with 1.8% reporting hip fracture. In the final statistical model, a longer time since menopause (PR 1.03; 95%CI 1.01-1.05; p<0.01) and osteoporosis (PR 1.97; 95%CI 1.27-3.08; p<0.01) were associated with a higher prevalence of fractures. CONCLUSIONS: These findings may provide a better understanding of the risk factors associated with fragility fractures in Brazilian women and emphasize the importance of performing bone densitometry.
OBJETIVO: Analisar a prevalência e os fatores associados a fraturas por fragilidade óssea em mulheres brasileiras com 50 anos ou mais. MÉTODOS: Estudo transversal com base populacional, conduzido de 10 de maio de 2011 a 31 de outubro de 2011, que incluiu 622 mulheres com idade >50 anos, residentes em uma cidade na região Sudeste do Brasil. Foi aplicado um questionário por entrevistadores treinados. As associações entre ocorrência de fraturas por fragilidade óssea após os 50 anos e dados sociodemográficos, hábitos e problemas de saúde, autopercepção de saúde e avaliação da capacidade funcional foram realizadas por meio do teste do χ2 e da regressão de Poisson com critério de seleção de variáveis backward. RESULTADOS: A idade média das 622 mulheres foi 64,1 anos. A prevalência de fraturas por fragilidade óssea foi de 10,8%, com 1,8% relatando fratura de quadril. No modelo estatístico final, apresentar maior tempo de menopausa (RP 1,03; IC95% 1,01-1,05; p<0,01) e osteoporose (RP 1,97; IC95% 1,27-3,08; p<0,01) se associaram a maior prevalência de fraturas. CONCLUSÕES: Esses dados podem ajudar a melhorar o conhecimento sobre os fatores associados a fraturas por fragilidade óssea em mulheres brasileiras e enfatizar a importância da realização da densitometria óssea.
Assuntos
Idoso , Feminino , Humanos , Pessoa de Meia-Idade , Fraturas por Osteoporose/epidemiologia , Brasil , Estudos Transversais , Inquéritos Epidemiológicos , PrevalênciaRESUMO
PURPOSE: To evaluate the prevalence of women aged 50 years or more who are sexually active and their self-perception with respect to their sexual lives. Associated factors were also assessed. METHODS: A cross-sectional, population-based, self-reported household survey involving 622 Brazilian women aged 50 years or more. Sociodemographic, clinical, and behavioral factors were evaluated. The sexual life self-perception was classified as very good, good, fair, poor, or very poor. Data were analyzed using the χ² test, Fisher's exact test, and Poisson multiple regression analysis. Prevalence ratios and their 95% confidence intervals were also calculated. RESULTS: Of the women in this sample, 228 (36.7%) reported having a sexual life and, of these, 53.5% classified it as very good or good, while 46.5% considered it fair, poor, or very poor. The bivariate analysis indicated that being postmenopausal (p=0.025) and using natural remedies to treat the menopause (p=0.035) were factors associated with the woman classifying their sexual lives as fair, poor, or very poor. Multiple regression analysis showed that more women who had used or were currently using natural remedies for the menopause scored their sexual lives as fair, poor, or very poor. CONCLUSIONS: More than half the women aged 50 years or more in this study were not sexually active. A poorer sexual life self-perception was associated with the use of natural remedies to treat menopausal symptoms. This may indicate a need to improve the way in which these women are evaluated and treated. Women's assessment of their own sexual lives may prove a useful tool in clinical practice.
OBJETIVO: Avaliar a prevalência de vida sexual em mulheres de 50 anos de idade ou mais, assim como avaliar sua autopercepção em relação à vida sexual e os fatores associados. MÉTODOS: Estudo transversal de base-populacional, por meio de autorrelato em pesquisa domiciliar, envolvendo 622 mulheres brasileiras de 50 anos de idade ou mais. Fatores sociodemográficos, clínicos e comportamentais foram avaliados. A autopercepção da vida sexual foi classificada como muito boa, boa, regular, ruim ou muito ruim. Os dados foram analisados usando-se o teste do χ², o teste exato de Fisher e a análise de regressão múltipla de Poisson. As razões de prevalência e seus intervalos de confiança de 95% foram calculados. RESULTADOS: Das mulheres nesta amostra, 228 (36,7%) relataram ter vida sexual e, destas, 53,5% classificaram-na como muito boa ou boa, enquanto 46,5% consideraram-na regular, ruim ou muito ruim. A análise bivariada indicou que estar na pós-menopausa (p=0,025) e usar remédios naturais para tratamento da menopausa (p=0,035) foram os fatores associados com a classificação da vida sexual pelas mulheres como regular, ruim ou muito ruim. A análise de regressão múltipla mostrou que mulheres que tinham usado ou usavam atualmente remédios naturais para o tratamento da menopausa classificaram sua vida sexual como regular, ruim ou muito ruim. CONCLUSÕES: Mais da metade das mulheres de 50 anos de idade ou mais não referiram vida sexual. Uma pior autopercepção da vida sexual foi associada com o uso de remédios naturais para o tratamento da menopausa. Isso pode indicar a necessidade de melhorias na avaliação e no tratamento dessas mulheres. Pode ser útil na prática clínica a autoavaliação da vida sexual pelas mulheres.
Assuntos
Idoso , Feminino , Humanos , Pessoa de Meia-Idade , Autoimagem , Comportamento Sexual , Estudos Transversais , Inquéritos e QuestionáriosRESUMO
PURPOSE: To evaluate the accuracy of sonographic endometrial thickness and hysteroscopic characteristics in predicting malignancy in postmenopausal women undergoing surgical resection of endometrial polyps. METHODS: Five hundred twenty-one (521) postmenopausal women undergoing hysteroscopic resection of endometrial polyps between January 1998 and December 2008 were studied. For each value of sonographic endometrial thickness and polyp size on hysteroscopy, the sensitivity, specificity, positive predictive value (PPV) and negative predictive value (NPV) were calculated in relation to the histologic diagnosis of malignancy. The best values of sensitivity and specificity for the diagnosis of malignancy were determined by the Receiver Operating Characteristic (ROC) curve. RESULTS: Histologic diagnosis identified the presence of premalignancy or malignancy in 4.1% of cases. Sonographic measurement revealed a greater endometrial thickness in cases of malignant polyps when compared to benign and premalignant polyps. On surgical hysteroscopy, malignant endometrial polyps were also larger. An endometrial thickness of 13 mm showed a sensitivity of 69.6%, specificity of 68.5%, PPV of 9.3%, and NPV of 98% in predicting malignancy in endometrial polyps. Polyp measurement by hysteroscopy showed that for polyps 30 mm in size, the sensitivity was 47.8%, specificity was 66.1%, PPV was 6.1%, and NPV was 96.5% for predicting cancer. CONCLUSIONS: Sonographic endometrial thickness showed a higher level of accuracy than hysteroscopic measurement in predicting malignancy in endometrial polyps. Despite this, both techniques showed low accuracy for predicting malignancy in endometrial polyps in postmenopausal women. In suspected cases, histologic evaluation is necessary to exclude malignancy.
OBJETIVO: Avaliar a acurácia da espessura endometrial ecográfica e características histeroscópicas em predizer malignidade em mulheres na pós-menopausa submetidas à ressecção cirúrgica de pólipos endometriais. MÉTODOS: Quinhentos e vinte e uma (521) mulheres na pós-menopausa submetidas à ressecção histeroscópica de pólipo endometrial entre janeiro de 1998 e dezembro de 2008 foram incluídas no estudo. Para cada valor de espessura endometrial ecográfica e tamanho dos pólipos na histeroscopia, a sensibilidade, a especificidade, valor preditivo positivo (VPP) e valor preditivo negativo (VPN) foram calculados em relação ao diagnóstico histológico de malignidade. Os melhores valores de sensibilidade e especificidade para o diagnóstico de malignidade foram determinados pela curva Receiver Operating Characteristic (ROC). RESULTADOS: O diagnóstico histológico identificou a presença de pré-malignidade ou malignidade em 4,1% dos casos. A espessura endometrial medida por ultrassonografia em casos de pólipos malignos foi maior quando comparado com pólipos benignos e pré-malignos. Na histeroscopia os pólipos malignos também foram maiores. A espessura endometrial de 13 mm mostrou uma sensibilidade de 69,6%, especificidade de 68,5%, VPP de 9,3% e VPN de 98% para predizer malignidade em pólipo endometrial. A medida do pólipo por histeroscopia mostrou que para pólipos de 30 mm de tamanho, a sensibilidade foi de 47,8%, a especificidade foi de 66,1%, VPP foi de 6,1% e VPN foi de 96,5% para predizer o câncer. CONCLUSÕES: A espessura endometrial ultrassonográfica mostrou uma maior acurácia que a avaliação histeroscópica do tamanho do pólipo para predizer malignidade nessas lesões endometriais. Apesar disso, ambas as técnicas não mostraram boa acurácia para excluir a necessidade de fazer a avaliação histológica dos casos suspeitos.
Assuntos
Feminino , Humanos , Pessoa de Meia-Idade , Histeroscopia , Pólipos/patologia , Pólipos , Lesões Pré-Cancerosas/patologia , Lesões Pré-Cancerosas , Neoplasias Uterinas/patologia , Neoplasias Uterinas , Pós-Menopausa , Reprodutibilidade dos Testes , Sensibilidade e EspecificidadeRESUMO
PURPOSE: To assess quality of life and climacteric symptoms in women with and without liver transplants. METHODS: This was a cross-sectional study of 52 women undergoing follow-up at a university hospital in southeastern Brazil from February 4th, 2009 to January 5th, 2011. Twenty-four of these women were 35 years old or older and had undergone liver transplantation at least one year before study entry. The remaining 28 women had no liver disease and were matched by age and menstrual patterns to the patients with transplants. The abbreviated version of the World Health Organization (WHOQOL-BREF) questionnaire was used to assess quality of life. Menopausal symptoms were assessed using the Menopause Rating Scale (MRS). Statistical analysis was carried out by Student's t-test, Mann-Whitney test and analysis of variance. Correlations between MRS and the WHOQOL-BREF were established by correlation coefficients. RESULTS: The mean age of the women included in the study was 52.2 (±10.4) years and the mean time since transplantation was 6.1 (±3.3) years. Women with liver transplants had better quality of life scores in the environment domain (p=0.01). No difference was noted between the two groups in any domain of the MRS. For women in the comparison group, there was a strongly negative correlation between somatic symptoms in the MRS and the physical domain of the WHOQOL-BREF (p<0.01; r=-0.8). In contrast, there was only a moderate association for women with liver transplants (p<0.01; r=-0.5). CONCLUSIONS: Women with liver transplants had better quality of life scores in the domain related to environment and did not exhibit more intense climacteric symptoms than did those with no liver disease. Climacteric symptoms negatively influenced quality of life in liver transplant recipients, although less intensely than in women without a history of liver disease.
OBJETIVO: Avaliar a qualidade de vida e os sintomas do climatério em mulheres com e sem transplante de fígado. MÉTODOS: Estudo de corte transversal com 52 mulheres em acompanhamento ambulatorial em um hospital universitário na região sudeste do Brasil no período de 04/02/09 a 05/01/11. Dessas mulheres, 24 tinham 35 anos ou mais e haviam sido submetidas a transplante de fígado a pelo menos um ano antes do início do estudo. As outras 28 mulheres não tinham doença hepática e suas idades e padrões menstruais eram similares ao das transplantadas hepáticas. Para avaliação da qualidade de vida foi usada a versão abreviada do questionário da Organização Mundial da Saúde (WHOQOL-bref). Os sintomas da menopausa foram avaliados através do Menopause Rating Scale (MRS). A análise estatística foi realizada através dos testes t de Student, Mann-Whitney e ANOVA. As correlações entre o MRS e o WHOQOL-bref foram realizadas através de coeficientes de correlação. RESULTADOS: A idade média das mulheres incluídas no estudo foi de 52,2 (±10,4) anos e o tempo médio desde a realização do transplante foi de 6,1 (±3,3) anos. As mulheres transplantadas hepáticas tiveram melhores escores de qualidade de vida no domínio relacionado ao meio ambiente (p=0,01). Não houve diferença entre os dois grupos em nenhum domínio do MRS. As mulheres no grupo de comparação tiveram uma correlação fortemente negativa entre os sintomas somáticos do MRS e o domínio físico do WHOQOL-bref (p<0,01; r=-0,8), diferentemente das mulheres com transplante de fígado que tiveram uma correlação apenas moderada (p<0,01; r=-0,5). CONCLUSÕES: As mulheres com transplante de fígado tiveram melhores escores de qualidade de vida no domínio relacionado ao meio ambiente e não tiveram sintomas climatéricos mais intensos. Os sintomas do climatério influenciaram negativamente a qualidade de vida nas transplantadas hepáticas, porém com menor intensidade do que nas mulheres sem antecedentes de doença hepática.
Assuntos
Adulto , Feminino , Humanos , Pessoa de Meia-Idade , Transplante de Fígado , Menopausa , Qualidade de Vida , Estudos Transversais , Inquéritos e QuestionáriosRESUMO
INTRODUÇÃO: Algumas técnicas de reconstrução total de mama, independentemente de sua complexidade, apresentam complicações específicas, com diferentes graus de morbidade. Com base nessas informações, o objetivo deste estudo foi identificar as complicações mais frequentes apresentadas pelas principais técnicas de reconstrução mamária e compará-las a relevantes variáveis independentes. MÉTODO: Estudo observacional tipo coorte transversal, realizado por meio de revisão de prontuários médicos de pacientes que tiveram suas mamas totalmente reconstruídas após mastectomia por câncer de mama, no período de janeiro de 2007 a dezembro de 2009, com tempo mínimo de seguimento pós-operatório de 3 anos. Os dados coletados, como momento da intervenção, técnicas de reconstrução, tempo de cirurgia e tratamento adjuvante, foram estatisticamente relacionados à presença de complicações. RESULTADOS: Das 48 reconstruções mamárias totais analisadas, a técnica com expansor seguido pela troca por implante mamário foi a que apresentou menor prevalência de complicação em relação às outras técnicas (16,7%; P < 0,000). Algumas técnicas apresentaram complicações específicas. O tempo cirúrgico do retalho transverso do músculo reto abdominal (TRAM; 363,57 ± 59,91 minutos) foi significativamente maior que das técnicas com materiais aloplásticos (155,71 ± 38,02 minutos; P = 0,01), mas semelhante ao do grande dorsal (309,69 ± 77,66 minutos). O tempo de cirurgia, o momento da intervenção cirúrgica e o tipo de tratamento adjuvante não apresentaram relação com a incidência de complicações. CONCLUSÕES: Cada técnica empregada tem sua indicação, contraindicação e complicação e a aplicação de cada técnica deve ser individualizada, baseando-se em características individuais da paciente, a fim de se obter um melhor resultado, evitando complicações a curto e longo prazos.
INTRODUCTION: Some techniques for total reconstruction of the breast, regardless of complexity, present specific complications, with varying degrees of morbidity. Therefore, the aim of this study was to identify the most frequent complications of the main techniques used for breast reconstruction, and to compare these complications to the relevant independent variables. METHODS: This cross-sectional observational study was conducted by reviewing the medical records of patients who had their breasts completely rebuilt after a mastectomy due to breast cancer from January 2007 to December 2009, with a minimum postoperative follow-up of 3 years. The data collected, such as the timing of the intervention, reconstruction techniques, operative time, and adjuvant treatment, were statistically related to the presence of complications. RESULTS: Of the 48 total breast reconstructions analyzed, the technique in which expanders were used followed by replacement with implants showed the lowest prevalence of complications (16.7%, P < 0.000). Some techniques showed specific complications. The operative time for transplantation of transverse rectus abdominis musculocutaneous flap (363.57 ± 59.91 min) was significantly higher than that required for techniques using alloplastic materials (155.71 ± 38.02 min, P = 0.01), but similar to that for the latissimus dorsi flap (309.69 ± 77.66 min). The operative time, timing of surgical intervention, and type of adjuvant treatment did not correlate with the incidence of complications. CONCLUSIONS: Each technique has its indications, contraindications, and complications. The application of each technique should be individualized on the basis of the individual characteristics of the patient to obtain better results, avoiding short- and long-term complications.
Assuntos
Humanos , Feminino , Adulto , História do Século XXI , Complicações Pós-Operatórias , Mama , Estudos Transversais , Estudos de Coortes , Implante Mamário , Procedimentos de Cirurgia Plástica , Estudo Observacional , Mastectomia , Complicações Pós-Operatórias/cirurgia , Complicações Pós-Operatórias/terapia , Mama/cirurgia , Implante Mamário/efeitos adversos , Implante Mamário/métodos , Implante Mamário/estatística & dados numéricos , Procedimentos de Cirurgia Plástica/efeitos adversos , Procedimentos de Cirurgia Plástica/métodos , Procedimentos de Cirurgia Plástica/estatística & dados numéricos , Mastectomia/métodos , Mastectomia/estatística & dados numéricosAssuntos
Humanos , Feminino , Neoplasias da Mama/etiologia , Menopausa/efeitos dos fármacos , Terapia de Reposição de Estrogênios/efeitos adversos , Terapia de Reposição Hormonal/efeitos adversos , Estrogênios/efeitos adversos , Progestinas/efeitos adversos , Climatério , Literatura de Revisão como Assunto , Cimicifuga/efeitos adversos , Fatores de Risco , Medicina Baseada em Evidências , Estudos Observacionais como Assunto , Isoflavonas/efeitos adversosRESUMO
OBJECTIVE: The values of bone mineral density (BMD) were compared in postmenopausal women with and without breast cancer. METHODS: A cross-sectional study was conducted, including 51 breast cancer survivors (BCS) and 71 women without breast cancer, who were non-users of hormone therapy, tamoxifen, or aromatase inhibitors. BMD T-scores and measurements in grams per centimeter squared (g/cm²) were obtained at the femoral neck, trochanter, Ward's triangle, and lumbar spine. Osteopenia and osteoporosis were grouped and categorized as abnormal BMD. Unconditional logistic regression analysis was used to estimate the odds ratios (OR) of abnormal BMD values as measures of association, with 95% confidence intervals (CIs), adjusting for age, years since menopause, parity, and body mass index (BMI). RESULTS: The mean age of the women with and without breast cancer was 54.7 ± 5.8 years and 58.2 ± 4.8 years (p < 0.01), respectively. After adjusting for age, parity and BMI, abnormal BMD at the femoral neck (adjusted OR: 4.8; 95% CI: 1.5-15.4), trochanter (adjusted OR: 4.6; 95% CI: 1.4-15.5), and Ward's triangle (adjusted OR: 4.5; 95% CI: 1.5-12.9) were significantly more frequent in postmenopausal BCS than in women without breast cancer. Postmenopausal BCS had a significantly lower mean BMD at the trochanter (0.719 vs. 0.809 g/cm², p < 0.01) and at the Ward's triangle (0.751 vs. 0.805 g/cm², p = 0.03). CONCLUSION: The prevalence of abnormal BMD was higher in postmenopausal BCS than in postmenopausal women without breast cancer. Bone health requires special vigilance and the adoption of interventions should be instituted early to minimize bone loss in BCS.
OBJETIVO: Comparar a densidade mineral óssea (DMO) de mulheres na pós-menopausa com e sem câncer de mama. MÉTODOS: Conduziu-se estudo de corte transversal, incluindo 51 mulheres com câncer de mama e 71 mulheres sem câncer de mama, não usuárias de terapia hormonal, tamoxifeno ou de inibidores da aromatase. Avaliou-se a DMO, em T-score e em gramas por centímetro quadrado (g/cm²), no colo do fêmur, trocânter, triângulo de Wards e na coluna lombar. Osteopenia e osteoporose foram agrupadas e categorizadas como DMO alterada. Utilizou-se a análise de regressão logística não condicional para estimar o odds ratios (OR) de DMO alterada como medida de associação, com intervalo de confiança de 95% (IC 95%), ajustando-se por idade, anos de menopausa, paridade e índice de massa corpórea (IMC). RESULTADOS: A média de idade de mulheres com e sem câncer de mama foi 54,7 ± 5,8 anos e 58,2 ± 4,8 anos (p < 0,01), respectivamente. Após ajustar por idade, paridade e IMC, DMO alterada no colo do fêmur (OR ajustado: 4,8; IC 95%: 1,5-15,4), trocânter (OR ajustado: 4,6; IC 95%: 1,4-15,5) e no triângulo de Wards (OR ajustado: 4,5; IC 95%: 1,5-12,9) foi mais frequente em mulheres com câncer de mama. Mulheres com câncer de mama apresentaram significativamente menor média de DMO no trocânter (0,719 vs. 0,809 g/cm², p < 0,01) e no triângulo de Wards (0,751 vs. 0,805 g/cm², p = 0,03). CONCLUSÃO: A prevalência de DMO alterada foi maior em mulheres na pós-menopausa com câncer de mama. A saúde óssea requer vigilância especial e a adoção precoce de intervenções para minimizar a perda óssea de mulheres com câncer de mama.
Assuntos
Idoso , Feminino , Humanos , Pessoa de Meia-Idade , Índice de Massa Corporal , Densidade Óssea/fisiologia , Neoplasias da Mama/fisiopatologia , Osteoporose Pós-Menopausa/fisiopatologia , Pós-Menopausa/fisiologia , Neoplasias da Mama/complicações , Estudos Transversais , Osteoporose Pós-Menopausa/complicações , SobreviventesRESUMO
PURPOSE: To evaluate whether climacteric women undergoing liver transplantation had higher prevalence of decreased bone mass than those without any liver disease. METHODS: A cross-sectional study with 48 women receiving follow-up care at a university hospital in Southeastern Brazil, from February 4th 2009 to January 5th 2011, was conducted. Of these women, 24 were 35 years or older and had undergone liver transplantation at least one year before study entry. The remaining 24 women had no liver disease and their ages and menstrual patterns were similar to those of transplanted patients. Laboratorial tests (follicle-stimulating hormone and estradiol) and bone density measurements of the lumbar spine and femur (equipment Hologic, Discovery WI) were performed. Statistical analysis was carried out by Fisher's exact test, simple Odds Ratio (OR), and multiple logistic regression. RESULTS: Mean age of the women included in the study was 52.8 (±10.7) years-old, 27.1% were premenopausal and 72.9% were peri/postmenopausal. Approximately 14.6% of these women exhibited osteoporosis and 35.4% had low bone mass. The following items were associated with decreased bone mass: being postmenopausal (OR=71.4; 95%CI 3.8 - 1,339.7; p<0.0001), current age over 49 years-old (OR=11.4; 95%CI 2.9 - 44.0; p=0.0002), and serum estradiol levels lower than 44.5 pg/mL (OR=18.3; 95%CI 3.4 - 97.0; p<0.0001). Having a history of liver transplantation was not associated with decreased bone mass (OR=1.4; 95%CI 0.4 - 4.3; p=0.56). CONCLUSION: Liver transplantation was not associated with decreased bone mass in this group of climacteric women.
OBJETIVO: Avaliar se mulheres climatéricas submetidas a transplante de fígado tiveram maior prevalência de massa óssea diminuída do que aquelas sem antecedente de doença hepática. MÉTODOS: Estudo de corte transversal, com 48 mulheres em acompanhamento ambulatorial em um hospital universitário na região Sudeste do Brasil, no período de 04 de fevereiro de 2009 a 05 de janeiro de 2011. Foram incluídas 24 mulheres submetidas a transplante hepático há pelo menos um ano, com idades igual ou superior a 35 anos, e 24 sem antecedente de doença hepática, com idade (± três anos) e padrão menstrual semelhante ao das transplantadas. As mulheres foram submetidas a exames laboratoriais (hormônio folículo estimulante e estradiol) e densitometria óssea de coluna lombar e fêmur, com equipamento Hologic, Discovery WI. A análise estatística foi realizada por meio do teste exato de Fisher, por Odds Ratio (OR) simples e pela regressão logística múltipla. RESULTADOS: A média etária das mulheres incluídas no estudo foi de 52,8 (±10,7) anos, sendo que 27,1% estavam na pré-menopausa e 72,9%, na peri/pós-menopausa. Aproximadamente 14,6% dessas mulheres apresentaram osteoporose e 35,4%, baixa massa óssea. Os seguintes itens foram associados com massa óssea diminuída: estar na pós-menopausa (OR=71,4; IC95% 3,8 - 1.339,7; p<0,0001), idade atual maior que 49 anos (OR=11,4; IC95% 2,9 - 44,0; p=0,0002) e nível de estradiol sérico menor que 44,5 pg/mL (OR=18,3; IC95% 3,4 - 97,0; p<0,0001). Ter antecedente de transplante hepático não se associou massa óssea diminuída (OR=1,4; IC95% 0,4 - 4,3; p=0,5). CONCLUSÃO: O transplante hepático não se associou massa óssea diminuída nesse grupo de mulheres climatéricas.
Assuntos
Adulto , Idoso , Feminino , Humanos , Pessoa de Meia-Idade , Densidade Óssea , Transplante de Fígado , Menopausa , Osteoporose/epidemiologia , Estudos Transversais , PrevalênciaRESUMO
OBJETIVO: Avaliar os fatores associados a algumas morbidades em mulheres brasileiras de 40 a 65 anos e com 11 anos ou mais de escolaridade. MÉTODOS: Análise secundária de estudo transversal de base populacional, empregando-se um questionário anônimo e autorrespondido por 377 mulheres. Foram avaliadas, com o uso deste instrumento, algumas morbidades (hipertensão, diabetes, insônia e depressão) e fatores sociodemográficos, comportamentais, clínicos e reprodutivos. A associação entre as morbidades e as variáveis independentes foi avaliada por meio do teste do Χ2. Realizou-se a regressão logística múltipla com critério de seleção stepwise para selecionar os principais fatores associados a cada uma das morbidades. RESULTADOS: Na análise múltipla, a insônia esteve associada à autopercepção da saúde péssima/ruim (OR=2,3) e ao nervosismo (OR=5,1). O relato de depressão esteve associado à autopercepção da saúde péssima/ruim (OR=3,7) e ter lazer péssimo/ruim (OR=2,8). A hipertensão apresentou-se relacionada à obesidade (OR=3,1) e a estar na pós-menopausa (OR=2,6). Já diabetes, à idade acima de 50 anos (OR=3,9) e obesidade à (OR=12,5). CONCLUSÕES: A prevalência de morbidades foi alta e pior autopercepção da saúde e obesidade foram os principais fatores associados à presença de morbidades.
PURPOSE: To evaluate factors associated with morbidities among Brazilian women aged 40-65 years and with 11 or more years of schooling. METHODS: A secondary analysis of a cross-sectional population-based study was conducted, using an anonymous self-report questionnaire completed by 377 women. Were evaluated, with this instrument, some morbidities (hypertension, diabetes, insomnia and depression) and sociodemographic, behavioral, clinical and reproductive factors. The association between morbidities and independent variables was evaluated by the Χ2 test. Multiple logistic regression analysis with stepwise selection criteria was used to select the major factors associated with morbid conditions. RESULTS: In the multiple regression analysis, insomnia was associated with bad/fair self-perception of health (OR=2.3) and nervousness (OR=5.1). Depression was associated with bad/fair self-perception of health (OR=3.7) and bad/poor leisure (OR=2.8). Hypertension was associated with obesity (OR=3.1) and being in postmenopausal (OR=2.6). Diabetes was associated with age above 50 years (OR=3.9) and obesity (OR=12.5). CONCLUSIONS: The prevalence of morbidities was high and a worse self-perception of health and obesity were the main factors associated with morbidity.