RESUMO
OBJETIVO: Avaliar o impacto da infecção pelo vírus das hepatites B e C na sobrevida de pacientes transplantados renais e seus enxertos. Cento e nove pacientes transplantados renais foram avaliados quanto à presença de anticorpos contra o HCV e presença do antígenosde superfície do HBV. Os pacientes foram divididos em quatro grupos, de acordo com os resultados das sorologias e seguidos pelo período de 5 anos para avaliação das sobrevidas. As diferenças de idade, sexo, etiologia da insuficiência renal, tempo de diálise e tempo pós-transplante renal foram avaliados nos grupos. Os grupos diferiram apenas nos parâmetros de tempo de diálise prévio ao transplante renal, sendo este significativamente maior nos pacientes anti-HCV positivos. Hoouve maior número de pacientes retransplantados nos grupos dos anti HCV e HbsAg positivos. Não houve diferenças significativas nas sobrevidas de pacientes e enxertos, embora tenha havido tendência a menores sobrevidas dos pacientes no grupo anti-HCV positivo (sobrevida de 5 anos: 77,8 por cento; 1,65; IC:066-4,15) e no grupo com co-infecção pelos vírus B e C (sobrevida de 5 anos: 75 por cento; risco relativo: 1,86; IC: 0,47-7,41), comparado `a sobrevida de 5 anos no grupo índice, que foi de 86,5 por cento. Conclui-se que o presente estudo não evidenciou diferença significativa nas sobrevidas de pacientes transplantados renais infectados pelos vírus das hepatites B e C. É possível que, com maior seguimento, constate-se diferenças significativas entre os grupos.