RESUMO
Fundamento: A ecocardiografia transtorácica (ETT) pode desempenhar um papel crucial na avaliação das manifestações cardíacas da COVID-19. Objetivo: Nosso objetivo foi relatar a prevalência das principais anormalidades ecocardiográficas em pacientes hospitalizados com COVID-19. Métodos: Realizou-se estudo observacional multicêntrico prospectivo com pacientes com COVID-19 submetidos a ETT durante a internação. Pacientes com insuficiência cardíaca prévia, doença arterial coronariana ou fibrilação atrial foram classificados como portadores de doença cardiovascular (DCV) prévia. Foram coletados dados clínicos e ecocardiográficos da estrutura e da função cardíaca. Resultados: Avaliamos 310 pacientes com COVID-19, com 62±16 anos de idade, 61% homens, 53% com hipertensão arterial, 33% com diabetes e 23% com DCV prévia. No total, 65% dos pacientes necessitaram de suporte em unidade de terapia intensiva. As alterações ecocardiográficas mais prevalentes foram hipertrofia do ventrículo esquerdo (VE) (29%), hipertensão pulmonar (25%), disfunção sistólida do VE (16,5%), disfunção sistólica do ventrículo direito (VD) (15,9%), disfunção diastólica do VE grau II/III (11%) e alteração da contratilidade regional do VE (11%). Derrame pericárdico foi incomum (7%). Hipertrofia do VE (25 vs. 45%, p=0,001), disfunção sistólica do VE (11 vs. 36%, p<0,001), alterações da contratilidade regional (6 vs. 29%, p<0,001), disfunção diastólica do VE grau II/III (9 vs. 19%, p=0,03) e hipertensão pulmonar (22 vs. 36%, p=0,019) foram menos comuns nos pacientes sem do que com DCV prévia. A disfunção sistólica do VD mostrou-se semelhante em pacientes sem e com DCV prévia (13 vs. 25%, p=0,07). Conclusões: Entre os pacientes hospitalizados com COVID-19, os achados ecocardiográficos anormais foram comuns, porém menos encontrados naqueles sem DCV. A disfunção sistólica do VD pareceu afetar de forma semelhante pacientes com e sem DCV prévia. (AU)
Background: Transthoracic echocardiography (TTE) may play a crucial role in the evaluation of cardiac manifestations of coronavirus disease 2019 (COVID-19). Objective: We aimed to report the prevalence of the main echocardiographic abnormalities of hospitalized COVID-19 patients. Methods: We performed a prospective multicenter observational study in patients with COVID-19 who underwent TTE during hospitalization. Patients with pre-existing heart failure, coronary artery disease, or atrial fibrillation were categorized as having previous cardiovascular disease (CVD). Clinical and echocardiographic data about cardiac structure and function were collected. Results: We evaluated 310 patients with COVID-19 (mean age, 62±16 years; 61% men; 53% with arterial hypertension; 33% with diabetes; and 23% with previous CVD). Overall, 65% of the patients required intensive care unit support. The most prevalent echocardiographic abnormalities were LV hypertrophy (29%), pulmonary hypertension (25%), left ventricular (LV) systolic dysfunction (16.5%), right ventricular (RV) systolic dysfunction (15.9%), grade II/III LV diastolic dysfunction (11%), and LV regional wall motion abnormality (11%). Pericardial effusion was uncommon (7% of cases). LV hypertrophy (25% vs. 45%, p=0.001), LV systolic dysfunction (11% vs. 36%, p<0.001), regional wall motion abnormalities (6% vs. 29%, p<0.001), grade II/III LV diastolic dysfunction (9% vs. 19%, p=0.03), and pulmonary hypertension (22% vs. 36%, p=0.019) were less common in patients without previous CVD. RV systolic dysfunction occurred at similar frequencies in patients with versus without previous CVD (13% vs. 25%, p=0.07). Conclusions: Among patients hospitalized with COVID-19, abnormal echocardiographic findings were common, but less so among those without previous CVD. RV systolic dysfunction appeared to affect similar proportions of patients with versus without previous CVD. (AU)
Assuntos
Humanos , Masculino , Adolescente , Adulto , Pessoa de Meia-Idade , Ecocardiografia/estatística & dados numéricos , COVID-19/complicações , COVID-19/fisiopatologia , COVID-19/diagnóstico por imagem , Insuficiência Cardíaca/classificação , Doenças Cardiovasculares/história , Fatores Epidemiológicos , Hipertrofia Ventricular Esquerda/diagnóstico por imagem , Disfunção Ventricular Direita/diagnóstico por imagem , Diabetes Mellitus/história , Hipertensão/história , Hipertensão Pulmonar/diagnóstico por imagemRESUMO
Fundamento: A fração de ejeção do ventrículo esquerdo é um dos parâmetros ecocardiográficos mais utilizados na prática clínica. Sua estimativa pelo método bidimensional manual (método de Simpson) tem reprodutibilidade e acurácia limitadas, e métodos semiautomáticos têm sido propostos. Torna-se necessário comparar o método bidimensional semiautomático com métodos mais acurados de avaliação da fração de ejeção do ventrículo esquerdo, como a medida pela ecocardiografia tridimensional automática. Objetivo: Comparar as estimativas da fração de ejeção do ventrículo esquerdo e dos volumes diastólico final e sistólico final do ventrículo esquerdo pelo método bidimensional semiautomático com as obtidas pelo método tridimensional automático. Método: Estudo observacional transversal, com pacientes em ritmo sinusal, fração de ejeção do ventrículo esquerdo >50% e sem cardiopatia estrutural significativa, submetidos ao ecocardiograma transtorácico. Teste t de Student, coeficiente de Pearson e análise de Bland-Altman foram usados na análise estatística. Resultados: Foram incluídos 40 pacientes, sendo: 53% mulheres, 35% hipertensos, 25% dislipidêmicos, 10% diabéticos, 10% tabagistas e 13% com angioplastia prévia. Os valores médios da fração de ejeção do ventrículo esquerdo aos métodos tri e bidimensionais foram 62,1 ± 5,8% e 61,7 ± 5,9% (p = 0,50), respectivamente. Houve forte correlação da fração de ejeção do ventrículo esquerdo determinada melos métodos bi e tridimensional (r = 0,74; p<0,001), assim como com o volume diastólico final (r = 0,75; p<0,001) e o sistólico final (r = 0,76; p<0,001). Houve boa concordância entre a fração de ejeção do ventrículo esquerdo bi e tridimensional (diferença média: -0,39; intervalo de confiança 95% -1,7-0,9). Conclusão: A fração de ejeção do ventrículo esquerdo estimada pelo método bidimensional semiautomático mostrou boa concordância com o método tridimensional automático. Os achados sugerem que o método bidimensional semiautomático represente uma alternativa confiável para avaliação dos volumes e fração de ejeção do ventrículo esquerdo.
Background: Left ventricular ejection fraction is one of the most used echocardiographic parameters in clinical practice. Its estimation by twodimensional manual method (Simpson method) has limited reproducibility and accuracy, and semi-automatic methods have been proposed. It becomes necessary to compare the semiautomatic two-dimensional method with more accurate methods of assessing left ventricular ejection fraction, such as measurement by automatic three-dimensional echocardiography. Objective: To compare the left ventricular ejection fraction, and left ventricular end-diastolic and end-systolic volumes estimates by the semiautomatic two-dimensional method with those obtained using the automatic three-dimensional method. Method: Observational cross-sectional study, including patients in sinus rhythm, left ventricular ejection fraction > 50% and without significant structural heart disease, submitted to transthoracic echocardiography. Student's t test, Pearson's coefficient and Bland-Altman analysis wer
Assuntos
Humanos , Feminino , Adulto , Pessoa de Meia-Idade , Idoso , Idoso de 80 Anos ou mais , Design de Software , Função Ventricular Esquerda/fisiologia , Volume Sistólico , Padrões de Prática Médica , Ecocardiografia/métodos , Estudos Transversais/métodos , Resultado do Tratamento , Ecocardiografia Tridimensional/métodosRESUMO
Introdução: O exercício físico pode reverter o prejuízo funcional causado pela insuficiência cardíaca (IC). No entanto, os mecanismos implicados na melhora funcional e o efeito do exercício em outros biomarcadores de gravidade, incluindo microRNAs e marcadores de inflamação, são apenas parcialmente compreendidos.Objetivos: Avaliar o efeito do exercício nos níveis séricos da adiponectina, interleucina-6 (IL-6), fator de necrose tumoral alfa (TNF-alfa), galectina-3, microRNAs miR-423-5p, -221 e -155 em pacientes com IC. Analisar a associação entre estes biomarcadores e a melhora da capacidade funcional após 12 semanas de exercício em pacientes com IC. Métodos: Foram incluídos pacientes com IC, FEVE <= 40%, terapia clínica otimizada e randomizados em três grupos: exercício intervalado, exercício contínuo ou controle. Foi realizado teste de esforço cardiopulmonar (TECP) e dosados os níveis séricos de adiponectina, IL-6, TNF-alfa, galectina-3, microRNAs miR-423-5p, -221 e -155 antes e após a intervenção, com duração de 12 semanas. Resultados: Quarenta pacientes, 49±7 anos, 53% homens, FEVE 30±6%, 25% com cardiopatia isquêmica foram incluídos na análise (intervalado-12, continuo-14, controle-14). O exercício, especialmente intervalado, aumentou o tempo de tolerância ao esforço no TECP em relação ao grupo controle (intervalado - 13 ± 3 min vs contínuo - 12 ± 3 min vs controle - 11±2 min, p = 0,034), mas não teve efeito no VO2 pico. Ambas modalidades de exercício, intervalado e contínuo, tiveram efeito neutro em todos os biomarcadores séricos dosados, incluindo os microRNAs. Os parâmetros basais associados com mudança na capacidade funcional foram o tempo de tolerância ao esforço no TECP e o nível sérico de IL-6. Na análise multivariada, somente o nível sérico de IL-6 (após conversão logarítmica) foi significativamente associado com mudança no VO2 pico com o exercício [Coeficiente beta =-0,35 ± 0,11, p = 0,005]. Conclusões: Doze semanas de exercício aeróbico,...
Background: Exercise training can revert the functional impairment caused by heart failure (HF). Nevertheless, the mechanisms underlying the improvement in functional capacity and the effect of the exercise on other biomarkers of severity, including microRNAs and inflammatory biomarkers, are only partially understood. Aims: To evaluate the effect of exercise on serum levels of adiponectin, interleucina-6 (IL-6), tumor necrosis fator-alpha (TNF-alpha), galectina-3, microRNAs miR-423-5p, -221 and -155 in patients with HF. To assess the association between these biomarkers and improvement in functional capacity after 12 weeks of exercise in patients with HF. Methods: We included patients with HF, LVEF <= 40%, under optimized clinical therapy, and randomized into three groups: interval exercise, continuous exercise and control. We performed cardiopulmonary exercise testing (CPET) and determined the serum levels of adiponectin, IL-6, TNF-alpha, galectina-3, microRNAs miR-423-5p, -221 and -155 before and after the intervention, which lasted 12 weeks. Results: Forty patients, 49±7 years old, 53% men, LVEF 30 ± 6%, 25% with ischemic cardiomyopathy were included in the analysis (interval-12, continuous-14, control-14). The exercise, particularly the interval training, increased the CPET exercise time, when compared with the control group (interval - 13 ± 3 min vs continuous - 12 ± 3 min vs control - 11±2 min, p = 0.034), but had no effect on peak VO2. Both modalities of exercise, interval and continuous, had neutral effect on all analyzed serum biomarkers, including the microRNAs. Baseline parameters associated with change in functional capacity with exercise were CPET exercise time and IL-6 serum level. In multivariate analysis, only IL-6 serum level (log-transformed) was significantly associated with modification in peak VO2 with exercise [? coefficient =-0.35 ± 0.11, p = 0.005]. Conclusions: Twelve weeks of aerobic exercise, both interval...
Assuntos
Humanos , Adulto , Pessoa de Meia-Idade , Adiponectina , Exercício Físico , Tolerância ao Exercício , Insuficiência Cardíaca , Inflamação , MicroRNAs , Fator de Necrose Tumoral alfaRESUMO
A doença arterial coronária é a maior causa de morte no mundo, e a aterosclerose é o principal fator em seu desenvolvimento. Após grandes avanços no esclarecimento da sua fisiopatologia, mecanismos inflamatórios surgem como fator de importância incontestável nesta doença. Em vista destas descobertas, marcadores de inflamação têm sido estudados exaustivamente nas síndromes coronárias, avaliando sua correlação com o risco, o prognóstico e a efetividade do tratamento. Entre eles, a proteína C-reativa (PCR) tem-se mostrado promissora. Diversos estudos epidemiológicos demonstraram associação positiva e independente entre níveis de proteína C-reativa e eventos cardiovasculares, podendo predizer o infarto do miocárdio, acidente vascular encefálico, doença arterial periférica e morte súbita cardíaca...
Assuntos
Humanos , Biomarcadores , Doença da Artéria Coronariana/fisiopatologia , Proteína C-Reativa/administração & dosagem , Reação de Fase AgudaRESUMO
Doença arterial coronária é a maior causa de morte no mundo e a aterosclerose é o principal fator no desenvolvimento da mesma...
Assuntos
Aterosclerose , Doença da Artéria Coronariana , Proteína C-ReativaRESUMO
Considerando o anseio da populaçäo do bairro Cafezal,baseado no resultado do questionário aplicado às gestantes do referido local, e da equipe de saúde do posto, os alunos do PEEPIN/GIM 06 se propuseram a formar o grupo de gestantes dessa comunidade, elaborar um manual de assitência às gestantes, bem como orientá-las quanto aos métodos contraceptivos, amamentaçäo, higiene, vacinas, desconfortos na gravidez, exercícios físicos, cuidados com os dentes, complicaçöes na gravidez e no parto. As orientaçöes educacionais foram realizadas em forma de palestras, folhetos e filmes, sempre estimulando a participaçäo ativa das gestantes