RESUMO
ABSTRACT: Objective: To analyze the spatiotemporal distribution of the burden of occupational cancer in Brazil and federative units between 1990 and 2019. Methods: Data were extracted from the Global Burden of Disease (GBD) study. Deaths from cancer whose attributable risk factor was occupational carcinogens were considered. Spatial analysis was performed with the first and last years of the series (1990 and 2019). Age-adjusted mortality rates were used to estimate the global Moran's Index (Moran's I), and the local indicator of spatial association (LISA) to identify clusters in the country with the respective statistical significance. The occupational cancer mortality rate, adjusted for age, was analyzed based on its trend for Brazil and federative units, in the period between 1990 and 2019. Results: Between 1990 and 2019, occupational cancer mortality rate showed a decreasing trend (R2=0.62; p<0.001) as well as the burden of disease indicator — DALY (R2=0.84; p<0.001). However, mortality is increasing in most states, suggesting that a minority of federative units induce the country's global trend. There is also the development of a spatial pattern of autocorrelation, indicating clusters of states with low mortality and DALY rates in the Northeast and high values in the South of the country. Conclusion: The overall decreasing trend in the trend of occupational cancer masks the heterogeneity across states. This scenario may be associated with the diversity of economic activities, and suggests a decentralized and equitable plan for occupational cancer surveillance.
RESUMO: Objetivo: Analisar a carga de câncer relacionado ao trabalho no Brasil e unidades da federação, entre 1990 e 2019. Métodos: Extraímos os dados do estudo Carga Global de Doenças (GBD). Consideramos as mortes por câncer cujo fator de risco atribuível fossem agentes ocupacionais carcinogênicos. A análise espacial foi realizada com o primeiro e último anos da série (1990 e 2019). As taxas de mortalidade ajustadas por idade foram utilizadas para calcular o índice de Moran global (I de Moran) e o indicador local de associação espacial (LISA). A taxa de mortalidade por câncer relacionado ao trabalho, ajustada por idade, foi analisada com base em sua tendência, para Brasil e unidades da federação, no período entre 1990 e 2019. Resultados: No período citado, a taxa de mortalidade por câncer relacionado ao trabalho exibiu tendência de decréscimo (R2=0,62; p<0,001), assim como o indicador de carga de doença — DALY (R2=0,84; p<0,001). Contudo, a mortalidade é crescente na maioria dos estados, o que sugere que uma minoria de unidades induz a tendência global do país. Há ainda formação de um padrão espacial de autocorrelação, indicando agrupamentos de estados com baixas taxas de mortalidade e DALY no Nordeste e valores altos no Sul do país. Conclusão: A tendência global de decréscimo na tendência do câncer relacionado ao trabalho mascara a heterogeneidade entre estados. Esse cenário pode estar associado à diversidade de atividades econômicas e sugere um plano descentralizado e equitativo da vigilância do câncer relacionado ao trabalho.