RESUMO
As pacientes com carcinoma de mama localmente avançado da mama são candidatas à quimioterapianeoadjuvante. A grande maioria delas apresenta resposta parcial ao tratamento, isto é, redução dadimensão do tumor. Entretanto, a taxa de resposta patológica completa é de apenas 24%, mesmo nosesquemas mais efetivos, como na associação de antraciclina com taxano. Um dos benefícios da quimioterapianeoadjuvante é a possibilidade da cirurgia conservadora da mama, e um dos desafios é avaliarcom exatidão o grau de resposta tumoral ao tratamento. A resposta clínica é determinada por meiode exames físicos e de imagem, os quais não são suficientes para predizer com acurácia o tamanho dotumor ou a resposta patológica completa em relação ao exame padrão-ouro, que é o histopatológico dapeça cirúrgica. Além disso, é necessário considerar que após a quimioterapia neoadjuvante pode ocorrerfragmentação do tumor, originando-se lesões residuais multifocais, de difícil detecção aos métodosde imagem. Em estudos sobre a quimioterapia neoadjuvante, observou-se que não há uniformidadeno tipo de exame utilizado para a avaliação clinicopatológica da resposta tumoral; não há descriçãoexata sobre a metodologia utilizada na marcação pré-operatória do tumor, e nem sempre toda a áreatumoral pré-quimioterapia neoadjuvante é ressecada, fato que dificulta a avaliação exata da resposta aeste tipo de quimioterapia. Portanto, resta a dúvida: em quais circunstâncias a cirurgia conservadorada mama após a quimioterapia neoadjuvante está bem indicada? Neste artigo, discute-se as diferentesformas de marcação do tumor, a avaliação da resposta patológica e sua importância, principalmentequando se pretende realizar a cirurgia conservadora no carcinoma de mama localmente avançado.
Patients with locally advanced breast carcinoma are candidates for the neoadjuvant chemotherapy.The majority of them have partial response to treatment, i.e., reduction in tumor size; however, therate of pathological complete response is of only 24%, even with the association of anthracycline and taxane. One benefit of the neoadjuvant chemotherapy is the possibility of breast-conserving surgery, and the challenge is the accurate assessment of the tumor response degree to treatment. Clinical response is determined by physical exam and imaging studies, which are not sufficient to predict accurately the tumor size or the pathological complete response in relation to the golden-standard test, which is the surgical histopathology. Moreover, it is necessary to consider that after the neoadjuvant chemotherapy there may be tumor fragmentation, originating multifocal lesions, which are difficult to be detected by imaging methods. In studies regarding neoadjuvant chemotherapy, there is no uniformity in the type of test used for clinical and pathological assessments of tumor response, and there is no exact description of the methodology used in the preoperative markup of the tumor bed, which is not always resected after the neoadjuvant chemotherapy. This is a fact that hinders the accurate assessment of response to the neoadjuvant chemotherapy. Therefore, the question is: under which circumstances a breast-conserving surgery after neoadjuvant chemotherapy is well indicated? This article has discussed the different ways of tumor marking, the evaluation of pathological response and its importance, especially considering breast-conserving treatment of locally advanced breast carcinoma.