RESUMO
ABSTRACT Vitamin D is a pleiotropic steroid hormone that modulates the autonomic balance. Its deficiency has been described as an environmental risk factor for multiple sclerosis (MS). The aim of this study was to investigate the serum levels of vitamin D, vitamin D binding protein (VDBP) and vitamin D receptors (VDR) and to evaluate cardiac dysautonomia in MS patients due to bidirectional interaction between vitamin D and the autonomic nervous system. Methods: The current cross-sectional study was conducted on 26 patients with relapsing-remitting MS and on 24 healthy controls. Twenty-four-hour ambulatory blood pressure variability (BPV) was calculated and the participants were evaluated for orthostatic hypotension and supine hypertension. Serum levels of vitamin D, VDBP and VDR were measured. Results: The mean serum vitamin D level was significantly lower in MS patients than in controls (p = 0.044); however there was no significant difference in terms of VDR and VDBP levels between the groups. Supine hypertension and orthostatic hypotension were significant and the 24-hour systolic BPV was significantly decreased in patients with MS (p < 0.05) compared to controls. No correlation was found between vitamin D, VDBP and VDR with supine hypertension, orthostatic hypotension and systolic BPV values (p > 0.05). Also, there was a negative correlation between VDBP and the EDSS (p = 0.039, r = −0.406). Conclusion: There was no correlation between orthostatic hypotension, supine hypertension and systolic BPV values and serum vitamin D, VDBP and VDR in MS patients. Future prospective studies with large number of patients may help us to better understand the relationship between vitamin D and the autonomic nervous system.
RESUMO A vitamina D é um hormônio esteroide pleiotrópico que modula o equilíbrio autonômico. Sua deficiência tem sido descrita como fator de risco ambiental para esclerose múltipla (EM). O objetivo deste estudo foi investigar os níveis séricos de vitamina D, proteína de ligação à vitamina D (VDBP) e receptor de vitamina D (VDR) e avaliar a disautonomia cardíaca em pacientes com EM devida à interação bidirecional entre vitamina D e sistema nervoso autônomo. Métodos: O presente estudo transversal foi realizado em 26 pacientes com EM remitente-recorrente e em 24 controles saudáveis. A variabilidade da pressão arterial ambulatorial (BPV) por 24 horas foi calculada e os participantes foram avaliados quanto à hipotensão ortostática e hipertensão supina. Os níveis séricos de vitamina D, VDBP e VDR foram medidos. Resultados: O nível sérico médio de vitamina D foi significativamente menor nos pacientes com EM do que nos controles (p = 0,044); no entanto, não houve diferença significativa em termos de níveis de VDR e VDBP entre os grupos. Hipertensão supina e hipotensão ortostática foram significativas e a BPV sistólica de 24 horas diminuiu significativamente em pacientes com EM (p < 0,05) em comparação aos controles. Não foi encontrada correlação entre vitamina D, VDBP e VDR com hipertensão supina, hipotensão ortostática e BPV sistólica (p > 0,05). Também houve correlação negativa entre VDBP e EDSS (p = 0,039, r = −0,406). Conclusão: Não houve correlação entre hipotensão ortostática, hipertensão supina e valores de BPV sistólica e vitamina D sérica, VDBP e VDR em pacientes com EM. Futuros estudos prospectivos com grande número de pacientes podem nos ajudar a entender melhor a relação entre vitamina D e sistema nervoso autônomo.
Assuntos
Humanos , Masculino , Feminino , Adolescente , Adulto , Pessoa de Meia-Idade , Adulto Jovem , Doenças do Sistema Nervoso Autônomo/sangue , Vitamina D/sangue , Proteína de Ligação a Vitamina D/sangue , Receptores de Calcitriol/sangue , Esclerose Múltipla Recidivante-Remitente/sangue , Disautonomias Primárias/sangue , Valores de Referência , Doenças do Sistema Nervoso Autônomo/fisiopatologia , Deficiência de Vitamina D/complicações , Deficiência de Vitamina D/sangue , Pressão Sanguínea/fisiologia , Ensaio de Imunoadsorção Enzimática , Estudos de Casos e Controles , Estudos Transversais , Fatores de Risco , Decúbito Dorsal/fisiologia , Estatísticas não Paramétricas , Esclerose Múltipla Recidivante-Remitente/fisiopatologia , Disautonomias Primárias/etiologia , Disautonomias Primárias/fisiopatologia , Frequência Cardíaca/fisiologia , Hipertensão/fisiopatologia , Hipertensão/sangue , Hipotensão Ortostática/fisiopatologia , Hipotensão Ortostática/sangueRESUMO
Abstract Background: Heart failure (HF) is a severe public health problem because of its high morbidity and mortality and elevated costs, thus requiring better understanding of its course. In its complex and multifactorial pathogenesis, sympathetic hyperactivity plays a relevant role. Considering that sympathetic dysfunction is already present in the initial phases of chronic Chagas cardiomyopathy (CCC) and frequently associated with a worse prognosis, we assumed it could be more severe in CCC than in cardiomyopathies of other etiologies (non-CCC). Objectives: To assess the cardiac sympathetic dysfunction 123I-MIBG) of HF, comparing individuals with CCC to those with non-CCC, using heart transplant (HT) patients as denervated heart parameters. Methods: We assessed 76 patients with functional class II-VI HF, being 25 CCC (17 men), 25 non-CCC (14 men) and 26 HT (20 men), by use of cardiac 123I-metaiodobenzylguanidine 123I-MIBG) scintigraphy, estimating the early and late heart-to-mediastinum ratio (HMR) of 123I-MIBG uptake and cardiac washout (WO%). The 5% significance level was adopted in the statistical analysis. Results: The early and late HMR values were 1.73 ± 0.24 and 1.58 ± 0.27, respectively, in CCC, and 1.62 ± 0.21 and 1.44 ± 0.16 in non-CCC (p = NS), being, however, higher in HT patients (p < 0.001). The WO% values were 41.65 ± 21.4 (CCC), 47.37 ± 14.19% (non-CCC) and 43.29 ± 23.02 (HT), p = 0.057. The late HMR values showed a positive weak correlation with left ventricular ejection fraction (LVEF) in CCC and non-CCC (r = 0.42 and p = 0.045; and r = 0.49 and p = 0.015, respectively). Conclusion: Sympathetic hyperactivity 123I-MIBG) was evidenced in patients with class II-IV HF, LVEF < 45%, independently of the HF etiology, as compared to HT patients.
Resumo Fundamentos: A insuficiência cardíaca (IC) representa um grave problema de saúde pública pela alta morbimortalidade e custos envolvidos, exigindo uma melhor compreensão de sua evolução. Em sua patogênese, complexa e multifatorial, a hiperatividade simpática ocupa relevante papel. Considerando que a disfunção simpática está presente já nas fases iniciais da cardiopatia chagásica crônica (CCC), frequentemente associando-se a um pior prognóstico, supomos que pudesse ser mais grave na CCC que nas demais etiologias (não-CCC). Objetivos: Avaliar a disfunção simpática cardíaca (123I-MIBG) da IC, comparando-se os portadores de CCC aos não-CCC, utilizando os pacientes transplantados cardíacos (TC) como parâmetro de coração desnervado. Métodos: Estudamos 76 pacientes com IC classe funcional II-VI, sendo 25 CCC (17 homens), 25 não-CCC (14 homens) e 26 TC (20 homens), pela cintilografia cardíaca (123I-MIBG), estimando-se a captação (HMR) precoce e tardia e o washout cardíaco (Wc%). Nas análises estatísticas, o nível de significância foi de 5%. Resultados: Os valores da HMR precoce e da tardia foram 1,73 ± 0,24 e 1,58 ± 0,27, respectivamente, na CCC, e 1,62 ± 0,21 e 1,44 ± 0,16 na não-CCC (p = NS), sendo, porém, mais elevados nos TC (p < 0,001). Os valores de Wc% foram 41,65 ± 21,4 (CCC), 47,37 ± 14,19% (não-CCC) e 43,29 ± 23,02 (TC), p = 0,057. Os valores de HMR tardia apresentaram correlação positiva fraca com a fração de ejeção de ventrículo esquerdo (FEVE) na CCC e na não-CCC (r = 0,42 e p = 0,045; e r = 0,49 e p = 0,015, respectivamente). Conclusão: Evidenciou-se a presença de hiperatividade simpática (123I-MIBG) em pacientes com IC classe II-IV, FEVE < 45%, independentemente da etiologia da IC, quando comparados aos pacientes TC.
Assuntos
Humanos , Masculino , Feminino , Adulto , Pessoa de Meia-Idade , Cardiomiopatia Chagásica/complicações , Transplante de Coração , Compostos Radiofarmacêuticos/administração & dosagem , 3-Iodobenzilguanidina/administração & dosagem , Disautonomias Primárias/diagnóstico por imagem , Insuficiência Cardíaca/diagnóstico por imagem , Cintilografia , Cardiomiopatia Chagásica/fisiopatologia , Estudos Transversais , Disautonomias Primárias/etiologia , Disautonomias Primárias/fisiopatologia , Insuficiência Cardíaca/etiologia , Insuficiência Cardíaca/fisiopatologiaRESUMO
ABSTRACT Objective Neurofibromatosis type 1 (NF1) causes neural and cutaneous disorders and reduced exercise capacity. Exercise/heat exposure increasing internal temperature must be compensated by eccrine sweat function and warmed skin vasodilation. We suspected NF1 could adversely affect eccrine sweat function and/or vascular thermoregulatory responses (VTR). Methods The eccrine sweat function and VTR of 25 NF1 volunteers (14 males, 11 females; 16–57 years old) were compared with 23 non-NF1 controls matched by sex, age, height and weight (CG). Sweating was induced by 1) pilocarpine 1% iontophoresis (PILO); and 2) by passive heating (HEAT) via the lower third of the legs being immersed in 42°C water for one hour. Previously established eccrine sweat function and VTR protocols were used. Results The NF1 group showed: a) lower sweat rate than the CG group during PILO; b) a smaller diastolic pressure decrease; and c) higher tympanic temperatures than controls during HEAT (p < 0.05). Conclusion Reduced sweating and vascular thermoregulatory responses suggest autonomic dysfunction in NF1 individuals.
RESUMO Objetivo Neurofibromatose do tipo 1 (NF1) causa problemas neurais e cutâneos e diminuição da capacidade física. O aumento da temperatura interna durante exercício e exposição ao calor precisa ser compensada pela função sudorípara écrina (FSE) e aquecimento cutâneo por vasodilatação (RVT). Suspeitou-se clinicamente que a NF1 poderia prejudicar a FSE e a RVT. Métodos A FSE e RVT de 25 voluntários com NF1 (14 homens, 11 mulheres; 16–57 anos) e de 23 sem-NF1, emparelhados por sexo, idade, estatura e peso corporal, foram medidas com protocolos validados anteriormente. A sudorese foi induzida por iontoforese com pilocarpina (PILO) e aquecimento passivo por imersão das pernas em água a 42°C durante uma hora (HEAT). Resultados O grupo NF1 apresentou menor taxa de sudorese na situação PILO, menor redução da pressão diastólica e maior temperatura timpânica na situação HEAT (p < 0.05). Conclusão As respostas sudorípara e vascular reduzidas sugerem disfunção autonômica nas pessoas com NF1.
Assuntos
Humanos , Masculino , Feminino , Adolescente , Adulto , Pessoa de Meia-Idade , Adulto Jovem , Suor/fisiologia , Regulação da Temperatura Corporal/fisiologia , Neurofibromatose 1/fisiopatologia , Valores de Referência , Pele/fisiopatologia , Sudorese/fisiologia , Fatores de Tempo , Estudos de Casos e Controles , Fatores Sexuais , Análise de Variância , Fatores Etários , Disautonomias Primárias/fisiopatologiaRESUMO
Abstract Ross syndrome is a rare disease characterized by peripheral nervous system dysautonomia with selective degeneration of cholinergic fibers. It is composed by the triad of unilateral or bilateral segmental anhidrosis, deep hyporeflexia and Holmes-Adie's tonic pupil. The presence of compensatory sweating is frequent, usually the symptom that most afflicts patients. The aspects of the syndrome are put to discussion due to the case of a male patient, caucasian, 47 years old, with clinical onset of 25 years.
Assuntos
Humanos , Masculino , Pessoa de Meia-Idade , Doenças do Sistema Nervoso Periférico/patologia , Disautonomias Primárias/patologia , Hiperidrose/patologia , Hipo-Hidrose/patologia , Síndrome , Fibras Colinérgicas/patologia , Doenças do Sistema Nervoso Periférico/fisiopatologia , Disautonomias Primárias/fisiopatologia , Hiperidrose/fisiopatologia , Hipo-Hidrose/fisiopatologia , Degeneração Neural/patologiaRESUMO
Característica das mais proeminentes na insuficiência cardíaca, cursando com dis- função ventricular esquerda sistólica, é a hiperatividade cardiovascular autonômica simpática. lnicialmente interpretada como constituindo mecanismo compensatório capaz de prover suporte ao coração com deficiência contrátil, a hiperestimulação simpática cardiovascular prolongada é, na verdade, responsável por instalação de círculo vicioso profundamente deletério, contribuindo para agravar a disfunção ventricular, e acarretando graves desdobramentos sobre a morbimortalidade de pacientes com insuficiência cardíaca. Neste artigo, faz-se breve retrospectiva sobre como as pesquisas primordiais visando a comprovar disautonomia em bases funcionais na doença de Chagas precederam a descrição do comprometimento do sistema nervoso autônomo em pacientes com cardiopatias de outras etiologias. São revistos ainda os diversos métodos de detecção da hiperatividade do sistema simpático, desde a análise das concentrações sanguíneas de catecolaminas, do spill-overdessas substâncias no seio coronário, passando pela avaliação das respostas cronotrópicas reflexas a estímulos como o "tilt test" e o esforço físico dinâmico intenso e gradativo, as técnicas de registro invasivo rnicroneurográfico, o imageamento dos terminais nervosos simpáticos em nível miocárdico com técnicas de medicina nuclear, e a análise de variabilidade da frequência cardíaca durante registros Holter eletrocardiogrãficos de 24 horas. Diversos mecanismos e vias aferentes e eferentes participam da hiperatividade do sistema simpático em pacientes com insuficiência cardíaca. O aumento de descargas dos nervos simpáticos eferentes, incluindo a intensificação da liberação de catecolaminas pelas medulares adrenais, tem componentes no próprio sistema nervoso central. Há também perda do efeito inibidor dos receptores adrenérgicos alfa-2 e disfunção dos receptores p-adrenérgicos cardíacos. Ao nível molecular...
A most peculiar characteristic of left ventricular systolic dysfunction cornpli- cated by heart failure is the overactivity of the sympathetic autonomic nervous system. This was initially interpreted as a compensatory mechanism providing support to the failing left ventricle. However, the prolonged sympathetic hyperactivity leads in fact to a vicious cycle that aggravates the left ventricular systolic performance and has serious consequences in terms of morbidity and mortality for patients with heart failure. In this article we briefly review how investigation aiming to establish the functional autonomic impairment in Chagas disease preceded the finding of circulatory dysautonomia in patients with heart failure of other etiologies. We also describe the various methods to assess the sympathetic nervous system in patients, by measuring the blood levels of cathecolamines and their cardiac spill-over in the corona.ry si nus, evaluating baroreflex sensitivity with head-up tilt test and graded strenuous dynamic exerci se, recording microneural peripheral sympathetic potentials, directly imaging the myocardial sympathetic terminais with l23-meta-iodobenzyl-guanidine and measuring several indices of heart rate variability after 24 hour Holter electrocardiographic monitoring. Several derangements have been reported involving afferent and efferent sympathetic pathways that lead to adrenergic overactivity in heart failure. There is an overall ...
Assuntos
Humanos , Frequência Cardíaca , Insuficiência Cardíaca/complicações , Insuficiência Cardíaca/fisiopatologia , Sistema Nervoso Simpático/fisiopatologia , Sistema Renina-Angiotensina , Bloqueadores do Receptor Tipo 1 de Angiotensina II , Cintilografia/métodos , Disautonomias Primárias/fisiopatologia , Doença Crônica , Doença de Chagas/etiologia , Estudos RetrospectivosRESUMO
There are few studies reporting the association between hepatitis C virus (HCV) infection and disautonomia. We have evaluated the autonomic cardiovascular function in 12 patients with sensory small-fiber polyneuropathy infected by HCV. The mean age was 49±13 years old. The mean infection time was 9.6 years in six (50%) patients. Thermal and pinprick hypoesthesia was observed in distal legs in all patients. Autonomic symptoms were referred by eight (66.7%) patients. Among patients with abnormal autonomic cardiovascular test, five (41.7%) showed abnormal results in two or more tests. Valsalva maneuver was abnormal in seven (58.3%) patients. We can consider that there is an association of both parasympathetic and sympathetic efferent cardiovascular dysfunction in this group of patients.
Existem poucos estudos que relatam a associação entre infecção pelo vírus da hepatite C (HCV) e disautonomia. Avaliamos a função autonômica cardiovascular em 12 pacientes com polineuropatia de fibras finas e infectados pelo HCV. A idade média foi de 49±13 anos. O tempo de infecção média foi de 9,6 anos em seis (50%) pacientes. Hipoestesia termoalgésica foi observada nos segmentos distais das pernas em todos os pacientes. Sintomas autonômicos foram relatados por oito (66,7%) pacientes. No teste autonômico cardiovascular, cinco (41,7%) apresentaram resultados anormais em dois ou mais testes. Manobra de Valsalva foi anormal em sete (58,3%) pacientes. Podemos considerar que há comprometimento de ambas as vias parassimpática e simpática cardiovasculares eferentes nesse grupo de pacientes.