RESUMO
ABSTRACT Background - Exposure to viral antigens that share amino acid sequence similar with self- antigens might trigger autoimmune diseases in genetically predisposed individuals, and the molecular mimicry theory suggests that epitope mimicry between the virus and human proteins can activate autoimmune disease. Objective - The purpose of this study is to explore the possible sequence similarity between the amino acid sequences of thyroid self-protein and hepatitis C virus proteins, using databanks of proteins and immunogenic peptides, to explain autoimmune thyroid disease. Methods - Were performed the comparisons between the amino acid sequence of the hepatitis C virus polyprotein and thyroid self-protein human, available in the database of National Center for Biotechnology Information on Basic Local Alignment Search Tool. Results - The sequence similarity was related each hepatitis C virus genotype to each thyroid antigen. The similarities between the thyroid and the viral peptides ranged from 21.0 % (31 identical residues out of 147 amino acid in the sequence) to 71.0% (5 identical residues out of 7 amino acid in the sequence). Conclusion - Bioinformatics data, suggest a possible pathogenic link between hepatitis C virus and autoimmune thyroid disease. Through of molecular mimicry is observed that sequences similarities between viral polyproteins and self-proteins thyroid could be a mechanism of induction of crossover immune response to self-antigens, with a breakdown of self-tolerance, resulting in autoimmune thyroid disease.
RESUMO Contexto - A exposição a antígenos virais que compartilham sequência de aminoácidos semelhantes a auto-antígenos pode provocar doenças auto-imunes em indivíduos predispostos geneticamente, e a teoria do mimetismo molecular sugere que o mimetismo entre epítopos de vírus e proteínas humanas pode ativar doenças auto-imunes. Objetivo - O objetivo deste estudo foi explorar a possível semelhança entre as sequências de aminoácidos de auto-proteinas da tireóide e proteínas do vírus da hepatite C, utilizando bancos de dados de proteínas e peptídeos imunogênicos, para explicar a doença auto-imune da tireóide. Métodos - Foram realizadas comparações entre as sequências de aminoácidos de poliproteínas do vírus da hepatite C e auto-proteinas da tireóide humana, disponível na base de dados do National Center for Biotechnology Information no Basic Local Alignment Search Tool. Resultados - A semelhança de sequências foi relacionada para cada genótipo de vírus da hepatite C e proteínas da tireóide. As semelhanças entre proteínas da tireóide e os peptídeos virais variaram de 21,0% (31 resíduos idênticos da sequência de 147 aminoácidos) a 71,0% (cinco resíduos idênticos da sequência de 7 aminoácidos). Conclusão - Dados de bioinformática sugerem uma possível ligação entre vírus da hepatite C e doença auto-imune da tireóide. Através de mimetismo molecular observa-se que as semelhanças entre as sequências de poliproteínas virais e auto-proteínas da tireóide pode ser um mecanismo de indução de resposta imune resultando em doença auto-imune da tireóide.
Assuntos
Humanos , Autoantígenos/genética , Proteínas Virais/genética , Tireoidite Autoimune/imunologia , Homologia de Sequência de Aminoácidos , Hepacivirus/genética , Poliproteínas/genética , Tireoidite Autoimune/virologia , Hepacivirus/imunologia , Mimetismo Molecular/genética , Técnicas de Genotipagem , Epitopos/genéticaRESUMO
A febre reumática é desencadeada pela infecção de orofaringe pelo Streptococcus Pyogenes em indivíduos geneticamente suscetíveis, não tratados. A suscetibilidade está associada a diversos alelos HLA de classe II. As reações auto-imunes que geram as lesões teciduais reumática ocorrem por mimetismo molecular entre S.Pyogenes e proteínas teciduais. Na doença reumática cardíaca, as lesões valvulares são caracterizadas por intenso infiltrado inflamatório, rico em células monucleares. Linfócitos T infiltrantes da lesão reconhecem simultaneamente segmentos da proteína M do streptococo e proteínas do tecido cardíaco por mimetismo molecular. Tanto linfócitos T do sangue periférico como os infiltrantes das lesões, principalmente em indivíduos portadores dos antígenos HLA-DR7 e DR53, reconhecem o mesmo segmento da proteína M5 (resíduos de aminoácidos de 81-96). As células mononucleares que infiltram o tecido cardíaco dos pacientes com doença reumática cardíaca grave produzem principalmente citocinas inflamatórias do tipo Th1 (IFNy e THF alfa). Curiosamente, raras células mononucleares infiltrantes das válvulas produzem IL-4, citocina reguladora da resposta inflamatória. Considerando-se que as lesões valvulares reumáticas são lentas e progressivas, a baixa produção de IL-4, e, conseqüentemente, a manutenção da inflamação local, está correlacionada com a progressão das lesões valvulares na doença reumática cardíca, enquanto no miocárdio, onde há grande número de células produtoras de IL-4, ocorre cura da miocardite após algumas semanas. Em conclusão, a patogênese da febre reumática/doença reumática cardíaca é decorrente de uma rede complexa de infecções imunes desencadeadas pelo agente infeccioso (S.pyogene), as quais levam a lesões auto-imunes órgão-específicas, progressiva e permanentes mediadas por linfócitos T e citocinas inflamatórias.