Emergence and epidemics of a new disease in Araguaia Valley: anthracnosis of cotton caused by Colletotrichum truncatum, varietal reaction and difficulties of chemical control / Epidemias da antracnose do algodoeiro no Vale do Araguaia causada por Colletotrichum truncatum reação de cultivares e dificuldades de controle químico

ABSTRACT

Cotton culture (Gossypium hirsutum L.) is trending in an upward expansion amidst Brazilian "cerrado". Due this growth, new pathosystems are growing in incidence on tropical fields in the region of Araguaia Valley - MT. Surveys and material collection were conducted out in production areas on two counties (Bom Jesus - MT and Canarana ­ MT), both regions represents a total amount of 50.000 hectares of cultivated area. The region also is characterized by succession areas previously sowed with soybean plants (main cover crop season). Previously surveys revealed the incidence of target spot (Corynespora cassiicola), ramularia spot (Ramularia areola) and cercosporiosis (Cercospora gossypii). Disease incidence is commonly observed on several crop management methods and cultivars. Due to a reduction in efficacy of chemichal control by fungicides spray programs, this disease is increasing and spreading in a faster rate in production areas with previous harvested soybean at the biggest soybean producer group in the world (Bom Futuro). Plants on field were selected due to differences in symptoms, and isolation methods were carried out on PDA (potato-dextrose-agar) before "in vitro" pathogenicity tests conducted on seedlings, detached leaves and bolls (growth chamber conditions of 23°C / photoperiod of 12 hours). After Colletotrichum dextructor sp. pathogenicity confirmation, bioassays were carried out with several different fungicide's groups (i.e. registered for usage on Brazilian jurisdiction). This test consisted of the employment of a solution with 500 ppm of each different fungicide/a.i. that is applied on infected bolls and detached leaves who were inoculated with the target pathogen (concentration of 104 conidia per mL). This test was followed by an infection (%) evaluation during 10 days of incubation. The incidence/prevalence index (%) was also evaluated at different parts of the plant (lower, middle, and upper canopy) on different cultivars/genotypes (130-150 days after sowing). A standard level of control by different fungicides, ranged between 0 to 100% of control. Two groups of cultivars/genotypes were separated after differences on resistance response, one with susceptible traits (FM 985 GLTP) and other with partial resistance traits. No immunity response was observed. We suggest that new efficacy tests should be carried out with combination of varietal response (resistance or tolerance) combined with other chemical fungicides for better understanding of synergism or positive interaction. Valuable information will highlight the best association for greater varietal response and yield against this necrotrophic pathogen (higher B0 ­ initial inoculum) survival during successive years of rotation main crop (cotton x soybean). Isolated spray of benzimidazoles, cupric (except cuprous oxide) and triple associations with triazoles or triazolinthione (prothioconazol) combined with strobilurins and carboxamides should be wisely administrated to manage this disease due to low efficiency (below 50%). New field and laboratory essay must be carried out to input data about resistance risk and clarify damage levels on leaves and bolls impacting yield.

RESUMO

O algodoeiro Gossypium hirsutum L. está em plena expansão no Brasil em área da Bahia e Mato Grosso. Em função dessa expansão novos patossistemas podem ocorrer nas áreas tropicais na região do Vale do Araguaia - MT. Foram realizados levantamentos em áreas de produção nos municípios de Bom Jesus ­ MT e Canarana ­ MT nas áreas de expansão da cultura que atingem mais de 50.000 ha. Nessa região o cultivo é realizado após o cultivo da soja em uma sucessão. São comuns nessas áreas a mancha alvo (Corynespora cassiicola), mancha de ramularia (Ramularia areola) e a Cercosporiose (Cercospora gossypii). Devido as falhas nos programas, com diferentes fungicidas de controle foram realizadas inspeções nas áreas de produção do grupo Bom futuro em diferentes cultivares e sistemas de manejo. Em função da sintomatologia diferenciada e constando-se ser um novo problema foram realizados isolamentos em BDA (batata-dextrose-ágar) e realizados testes de patogenicidade em plântulas, folhas e maçãs destacadas na temperatura de 23o Celsius e regime alternado de luz do dia por 12 horas. Após a confirmação da patogenicidade em plântulas, folhas destacadas, maçãs ou capulhos para Colletotrichum truncatum foram realizados bioensaios com todos os grupos de fungicidas registrados no Brasil. Foram usada a concentração de 500 (mg.kg-1) ppm dos ingredientes ativos, de cada formulação ou fungicida. Após a pulverização dos fungicidas foi em seguida inoculado o patógeno na concentração de 104 conídios por ml. Avaliou-se 10 dias após a incubação a porcentagem de infecção nas folhas destacadas, assim como o percentual de infecção em cada maça inoculada pelo patógeno. Confirmou-se um nível de controle pelos diferentes fungicidas variando de 0 a 100 %, tanto para folhas, como para maças destacadas. Também foi avaliado o índice de prevalência (%), considerando os três terços da planta (terço inferior, médio e superior), em diferentes genótipos em condições de campo na fase final da produção das plantas (130-150 dias). Os genótipos foram suscetíveis (FM 985 GLTP) e muitos genótipos apresentaram resistência parcial. Nenhum genótipo foi imune ao patógeno. Sugere-se a revisão dos programas e manejo com fungicidas visando alternar os melhores ingredientes ativos para o novo patógeno, associado aos genótipos como maior resistência varietal, uma vez que o patógeno pode sobreviver de um ano para o outro em sementes e restos culturais. Fungicidas benzimidazóis, cúpricos (exceto óxido cuproso), benzimidazol + triazol + estrobilurina e carboxamida + triazolintiona + estrobilurina devem ser usados com cautela no controle da doença em função da sua baixa eficiência (abaixo de 50 %), em condições de laboratório (folhas e frutos ­ maçãs destacadas).