Entre documentos, genealogia e a construção de histórias outras com os estudos decoloniais / Between documents, genealogy and the construction of other stories with decolonial studies / Entre documentos, genealogía y la construcción de otras historias con estudios decoloniales

RESUMO

O presente artigo visa apresentar algumas pistas a respeito da pesquisa documental, histórica e genealógica com os estudos decoloniais de Gayatri Chakravorty Spivak, María Lugones e Chimamanda Ngozi Adichie, a partir da História Cultural e dos trabalhos de Michel Foucault bem como pela apropriação de alguns aportes dos estudos feministas e de interseccionalidades. Busca-se assinalar aspectos metodológicos e políticos em um trabalho com arquivos do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) como exemplo de análise. Aponta-se como as demarcações de gênero são usadas de modo enviesado, especialmente, na construção destes documentos a respeito das mulheres como mães voltadas para a maternidade como um dispositivo de governo das condutas em prol de um suposto desenvolvimento do país e proteção de crianças e adolescentes. Logo, é possível afirmar que os documentos do UNICEF estão atravessados por preconceitos da colonialidade de gênero e forjam efeitos na formação de trabalhadores sociais pautados em discriminações e estereótipos. Portanto, a pesquisa com arquivos de cunho histórico pode favorecer práticas de desnaturalização de opressões e dominações sexistas e de gênero.(AU)

ABSTRACT

This article aims to present some clues about documentary, historical and genealogical research with decolonial studies of Gayatri Chakravorty Spivak, María Lugones e Chimamanda Ngozi Adichie and Rita Segato, from cultural history and the works of Michel Foucault as well as the appropriation of some contributions of feminist studies and intersectionalities. It seeks to point out methodological and political aspects in a work with archives of the United Nations Children's Fund (UNICEF) as an example of analysis. It is pointed out how gender demarcations are used in a skewed way, especially in the construction of these documents about women as mothers focused on motherhood as a device of government of conduct skewed by the supposed development of the country and protection of children and adolescents. Therefore, it is possible to affirm that UNICEF documents are crossed by prejudices of gender coloniality and forge effects on the formation of social workers based on discrimination and stereotypes. Therefore, research with historical archives can favor practices of denaturalization of sexist and gender oppressions and dominations.

RESUMEN

Este artículo tiene como objetivo presentar algunas pistas sobre la investigación documental, histórica y genealógica con estudios decoloniales de Gayatri Chakravorty Spivak, María Lugones y Chimamanda Ngozi Adichie, desde la historia cultural y las obras de Michel Foucault, así como la apropiación de algunas contribuciones de estudios feministas e interseccionalidades. Busca señalar aspectos metodológicos y políticos en un trabajo con archivos del Fondo de las Naciones Unidas para la Infancia (UNICEF) como ejemplo de análisis. Se señala cómo las demarcaciones de género se utilizan de manera sesgada, especialmente en la construcción de estos documentos sobre las mujeres como madres enfocadas en la maternidad como un dispositivo de gobierno de conducta sesgado por el supuesto desarrollo del país y la protección de los niños, niñas y adolescentes. Por lo tanto, es posible afirmar que los documentos de UNICEF son atravesado por prejuicios de colonialidad de género y forjar efectos en la formación de trabajadores sociales a partir de la discriminación y los estereotipos. Por lo tanto, la investigación con archivos históricos puede favorecer prácticas de desnaturalización de las opresiones y dominaciones sexistas y de género.(AU)