Tratamento odontológico na atenção básica à saúde de crianças durante a pandemia da COVID-19: o que fazer? / Dental care in primary health care of children during COVID-19 pandemic: what to do?

RESUMO

Este artigo objetivou discutir estratégias de atendimento odontológico para crianças na atenção básica à saúde considerando a transmissibilidade do SARS-COV-2. O telemonitoramento seria o meio mais exequível de prestar a promoção da orientação/reforço da higiene oral/aconselhamento dietético. Os procedimentos de mínima intervenção em dentes decíduos/permanentes possibilitariam o manejo de lesões de cárie iniciais, moderadas e severas, sem geração de aerossol. Quando procedimentos com geração de aerossol são necessários, esses devem ser agendados para o final do período, esperando- -se pelo menos 30 minutos para iniciar a desinfecção do ambiente. A abordagem odontológica às crianças com necessidades especiais deve ser direcionada primeiramente para promoção e prevenção da saúde bucal, seguida da preferência pelas técnicas não farmacológicas para o gerenciamento do comportamento, como FALAR-MOSTRAR-FAZER, para aqueles pacientes com cognitivo que permita a interação e entendimento razoáveis. Recursos como estabilização protetora devem ser utilizados para os casos de comportamentos mais difíceis e, por fim, a intervenção sob anestesia geral com indicação bem restrita.

ABSTRACT

This study aimed to discuss dental care approaches for the primary health care of children considering the SARS-COV-2 transmissibility. Teledentistry would be the most reasonable way of promoting oral health guidance and dietary counseling. Minimum intervention procedures in primary/permanent teeth would enable the management of initial, moderate, and severe caries lesions without generating aerosol. When aerosol-generating procedures are necessary, these should be scheduled at the end of the working day, waiting for at least 30 minutes after the procedure for disinfection. The dental care of children with special needs should firstly address oral health promotion and prevention, followed by non-pharmacological behavioral techniques (TELL-SHOW-DO) in children with reasonable cognitive understanding. For difficult behaviors, we suggest the use of resources as protective stabilization and general anesthesia in a very restrictive manner.