RESUMEN
Introdução. Entende-se por gênero aquele que é legalmente atribuído quando do nascimento do bebê, podendo ser masculino ou feminino, dependendo das características físicas do recém-nascido. No entanto, é possível que o sexo atribuído a uma pessoa não corresponda à sua identidade de gênero, ou seja, à própria percepção ou sentimentos que a pessoa tem em relação ao próprio gênero, criando uma distinção entre as dimensões biológicas e sociais. Aqueles que não se identificam com o sexo biológico atribuído são denominados transgêneros: um grupo vulnerável e com pouca visibilidade atualmente. O Processo Transexualizador é um importante serviço em saúde para a população trans que busca intervenções cirúrgicas e hormonais. Ainda que o cuidado baseado em um modelo humanista centrado no paciente, a partir de uma visão holística, esteja sendo promovido entre os profissionais de saúde, o que se observa é que a grande maioria não possui competências suficientes para oferecer às pessoas transexuais cuidados de saúde abrangentes que possam responder às suas necessidades e preocupações, causando um déficit na prestação de serviços de saúde. Objetivos. Debater sobre as experiências de pessoas trans em relação aos cuidados de saúde que recebem na atenção primária com o propósito de entender as formas de acesso e suas experiências, torná-las visíveis e identificar áreas de melhoria, de modo a compreender o processo transexualizador e seus desdobramentos, bem como o motivo pelo qual o médico da família não realiza a hormonização. Metodologia. Estudo baseado na revisão bibliográfica da literatura. A seleção dos textos foi realizada a partir dos temas de interesse, de palavras-chave e de conceitos relacionados aos objetivos estabelecidos. Conclusão. Embora hoje a atual política de atenção à saúde da população trans oferte assistência especializada através do Processo Transexualizador, o que se percebe é que ainda há muito a evoluir, principalmente no processo de hormonização.