O relaxamento como técnica de redução da ansiedade da pessoa com doença mental: revisão integrativa da literatura / Relaxation as a technique to reduce the anxiety of people with mental illness: an integrative literature review / La relajación como técnica para reducir la ansiedad de las personas con enfermedad mental: una revisión integrativa de la literatura

Resumo Contexto: As perturbações da ansiedade estão entre as perturbações mentais mais prevalentes, caracterizando-se por uma resposta exagerada e desadequada a um estímulo. A probabilidade do seu aparecimento na pessoa com doença mental aumenta consideravelmente, quando comparado com a população em geral. Torna-se perentório a implementação de intervenções de âmbito psicoterapêutico que incluem a técnica de relaxamento. Objetivo: Sistematizar a evidência científica sobre os resultados obtidos com a utilização da técnica de relaxamento, na redução da ansiedade na pessoa com doença mental. Métodos: Revisão integrativa da literatura, através da pesquisa nas bases de dados eletrónicas (CINAHL e MEDLINE) realizada em junho de 2022. Sendo aplicado um conjunto de descritores e critérios de inclusão e exclusão, obteve-se uma amostra final de 7 estudos, publicados entre 2012-2022. Resultados: A evidência científica analisada demonstra resultados benéficos na utilização da técnica de relaxamento na redução da ansiedade e sintomas psicóticos na pessoa com doença mental, devendo ser implementada como intervenção de âmbito psicoterapêutico. Os avanços tecnológicos (realidade virtual e programas online) são um grande aliado para potencializar os seus efeitos imediatos, produzindo efeitos positivos na audição, visão e sensoriais, melhorando consideravelmente a experiência do relaxamento. Conclusões: Os resultados obtidos revelam que a implementação de diversos métodos de técnica de relaxamento (muscular, respiração, imaginação guiada, yoga, biofeedback, bodywareness e meditação guiada) apresentam um potencial terapêutico benéfico na redução imediata dos sinais e sintomas de ansiedade, sendo potencializado através da exposição contínua à intervenção. Contudo, os seus efeitos a longo prazo devem ser alvo de mais estudo.

Abstract Context: Anxiety disorders are among the most prevalent mental disorders, characterized by an exaggerated and inadequate response to a stimulus. The probability of its appearance in people with mental illness increases considerably when compared to the general population. It is imperative to implement psychotherapeutic interventions that include the relaxation technique. Objective: To systematize the scientific evidence on the results obtained with the use of the relaxation technique, in reducing anxiety in people with mental illness. Methods: Integrative literature review, through research in electronic databases (CINAHL and MEDLINE) carried out in June 2022. Applying a set of descriptors and inclusion and exclusion criteria, a final sample of 7 published studies was obtained between 2012-2022. Results: The analyzed scientific evidence demonstrates beneficial results in the use of the relaxation technique in reducing anxiety and psychotic symptoms in people with mental illness and should be implemented as a psychotherapeutic intervention. Technological advances (virtual reality and online programs) are a great ally to enhance their immediate effects, producing positive effects on hearing, vision and sensory, considerably improving the experience of relaxation. Conclusions: The results obtained reveal that the implementation of various methods of relaxation techniques (muscle, breathing, guided imagery, yoga, biofeedback, bodywareness and guided meditation) have a beneficial therapeutic potential in the immediate reduction of signs and symptoms of anxiety, being enhanced through continuous exposure to the intervention. However, its long-term effects need to be studied further.

Resumen Contexto: Los trastornos de ansiedad se encuentran entre los trastornos mentales más prevalentes, caracterizados por una respuesta exagerada e inadecuada a un estímulo. La probabilidad de su aparición en personas con enfermedad mental aumenta considerablemente en comparación con la población general. Es imperativo implementar intervenciones psicoterapéuticas que incluyan la técnica de relajación. Objetivo: Sistematizar la evidencia científica sobre los resultados obtenidos con el uso de la técnica de relajación, en la reducción de la ansiedad en personas con enfermedad mental. Métodos: Revisión integrativa de la literatura, mediante investigación en bases de datos electrónicas (CINAHL y MEDLINE) realizada en junio de 2022. Aplicando un conjunto de descriptores y criterios de inclusión y exclusión, se obtuvo una muestra final de 7 estudios publicados entre 2012-2022. Resultados: A evidencia científica analizada demuestra resultados beneficiosos en el uso de la técnica de relajación en la reducción de la ansiedad y los síntomas psicóticos en personas con enfermedad mental, y debería implementarse como una intervención psicoterapéutica. Los avances tecnológicos (realidad virtual y programas online) son un gran aliado para potenciar sus efectos inmediatos, produciendo efectos positivos en la audición, la visión y los sentidos, mejorando considerablemente la experiencia de relajación. Conclusiones: Los resultados muestran que la implementación de diversos métodos de técnicas de relajación (muscular, respiratoria, imaginería guiada, yoga, biofeedback, bodywareness y meditación guiada) tienen un potencial terapéutico beneficioso en la reducción inmediata de signos y síntomas de ansiedad, siendo potenciado a través de exposición continua a la intervención. Sin embargo, sus efectos a largo plazo deben estudiarse más a fondo.

Towards the recovery of a sense of self: An interpretative phenomenological analysis of patients' experience of body-oriented psychotherapy for schizophrenia.

OBJECTIVE: Increasing evidence supports the efficacy of body-oriented psychotherapy (BPT) for schizophrenia. Yet, so far no research has investigated outcome in relation to therapy process: Why and how BPT is effective. In this study, we qualitatively explore participants' experience of a manualized BPT for schizophrenia to shed light on the process of therapeutic change. METHOD: We conducted in-depth interviews with 6 participants who completed a 10-week BPT group intervention. Interviews explored participants' experience of change and helpful aspects of therapy and were analysed using interpretative phenomenological analysis. FINDINGS: We identified six master themes across the interviews: (i) Being a whole: body-mind connection; (ii) Being agentic and being able; (iii) Being unique and worthy: Being accepted for who one is; (iv) Changing interactions: Engaging in authentic interpersonal contact; (v) Being part of a group: Feeling integrated; and (vi) Hope and investing in the future. CONCLUSION: We discuss the clinical implications for each theme and bring the findings together by describing therapeutic change in schizophrenia as a recovery of sense of self at different but interlocked levels. Moreover, we put forward recommendations for both specific and common factors for schizophrenia therapy. Clinical or methodological significance of this article: The clinical significance of this study is twofold. On the one hand, the findings of this analysis might inform the theory and practice of BPT and might directly feedback into a further development of the manual guidelines. On the other hand, common helpful factors have been identified thatmight also be relevant for the more general clinical practice concerning patients with schizophrenia. Here, we summarize our key messages for the clinical practitioner emerging from the findings: The inclusion of bodily aspects and a focus on pre-reflective experience in psychotherapy can help persons with schizophrenia recover the sense of being a body-mind unity. Empowering persons with schizophrenia, instead of instructing them, seems to foster a sense of agency and self-confidence, which are crucial to the recovery process. A twofold therapeutic stance characterized by openness towards the other and authenticity was experienced by patients as facilitating the rapport building. This might help persons with schizophrenia engage in the relation. Social inclusion might enhance therapeutic change and recovery in schizophrenia. Group therapy might be helpful for fostering a feeling of social belonging, but the inclusion in the wider social and community context remains a critical issue. The experience of joyful moments in psychotherapy might positively contribute to therapeutic change in that it fosters a sense of hope for the future. Overall our paper contributes to the literature aiming at expanding the range of therapeutic modalities, focussing on the creation and use of mixed models of therapy within and beyond talking practices.

Concepções de saúde e doença mental na perspectiva de jovens brasileiros / Brazilian young people perceptions of mental health and illness

O estudo investiga a perspectiva de adolescentes e jovens acerca de suas concepções de saúde e doença mental. Compreende-se que o processo de construção da saúde-doença é influenciado pela perspectiva individual, familiar e sociocultural. Participaram do estudo 1163 jovens de ambos os sexos, com idade média de 15,84 anos. Utilizou-se como instrumento um questionário autoaplicável, formulado em estudo anterior com jovens suíços de língua portuguesa. Investigaram-se as concepções de saúde e doença mental, dentre outros aspectos do tema. Nos resultados, observaram-se aspectos da visão holística e do modelo tradicional de saúde mental. A doença mental foi caracterizada como uma desordem emocional, revelando a influência das experiências internas e relacionais na concepção de adoecimento mental. Diferenças de nível socioeconômico foram observadas nas concepções de saúde e doença mental.(AU)

The study investigates young people conceptions of health and mental illness. The theoretical approach understands that the process of construction of health and disease is influenced by individual, family and sociocultural factors. Participants were 1163 young people of both sexes with a mean age of 15.84 years. A Self-administered questionnaire was formulated in a previous study with young Portuguese-speaking Switzerland. Mental health and illness concepts were investigated and also others issues about it. In the results, we found aspects of holist and traditional concepts of mental health. Mental illness was characterized as an emotional disorder, revealing the influence of internal and relational experiences in the design of mental illness. Socioeconomic differences were observed in this concept.(AU)

Concepções de saúde e doença mental na perspectiva de jovens brasileiros / Brazilian young people perceptions of mental health and illness

O estudo investiga a perspectiva de adolescentes e jovens acerca de suas concepções de saúde e doença mental. Compreende-se que o processo de construção da saúde-doença é influenciado pela perspectiva individual, familiar e sociocultural. Participaram do estudo 1163 jovens de ambos os sexos, com idade média de 15,84 anos. Utilizou-se como instrumento um questionário autoaplicável, formulado em estudo anterior com jovens suíços de língua portuguesa. Investigaram-se as concepções de saúde e doença mental, dentre outros aspectos do tema. Nos resultados, observaram-se aspectos da visão holística e do modelo tradicional de saúde mental. A doença mental foi caracterizada como uma desordem emocional, revelando a influência das experiências internas e relacionais na concepção de adoecimento mental. Diferenças de nível socioeconômico foram observadas nas concepções de saúde e doença mental.

The study investigates young people conceptions of health and mental illness. The theoretical approach understands that the process of construction of health and disease is influenced by individual, family and sociocultural factors. Participants were 1163 young people of both sexes with a mean age of 15.84 years. A Self-administered questionnaire was formulated in a previous study with young Portuguese-speaking Switzerland. Mental health and illness concepts were investigated and also others issues about it. In the results, we found aspects of holist and traditional concepts of mental health. Mental illness was characterized as an emotional disorder, revealing the influence of internal and relational experiences in the design of mental illness. Socioeconomic differences were observed in this concept.

Representações Sociais de Doença Mental: Um Estudo Exploratório com Leigos, Profissionais de Saúde e Curandeiros em Maputo / Social Representations of Mental Illness: An Exploratory Study with Lay People, Professionals of Health and Healers in Maputo

What is now referred to by western societies as mental illness, was - and in some way still is ­ understood along the centuries using different interpretations. Associated with each of these interpretations are specifically, an historic moment, and cultural meanings vast and complex. The concentration of public attention in negative episodes of mental illness tends to accentuate the feelings of insecurity on the part of society and contributing to the creation of categories and stereotypes which, in turn, generated the processes of stigmatization and social discrimination of people with experience of mental illness (Jorge-Monteiro, 2006) and are therefore in a vulnerable position. This study aims to understand the social representations of mental illness in Mozambique, particularly in Maputo, of health professionals, lay people and traditional healers. There were twenty-five semi-structured individual interviews, specifically ten healers, nine to laymen and six to health professionals. The technique of content analysis enabled us to identify and organize the explanations related to the concept, the causes, the treatment, evolution, the consequences of mental illness, and intervention proposals perceived as effective for mental illness of each of the above mentioned groups. We reflect on the relations between social representations and practices regarding the perception of mental illness. It was found that the representations of the three groups are formed in a common node shared social; however, there are also some specific differences between the groups - and in the case of the intergroup of laymen, based on the context of provenance. And from these results, reflected also on strategies for reconciling any differences in social representations and practices relating to mental illness.

A doença mental, foi - e de alguma forma ainda é - percebida ao logo dos séculos com recurso a diferentes interpretações. Associados a cada uma destas interpretações encontram-se especificamente, um momento histórico, e significados culturais vastos e complexos. A concentração da atenção pública em episódios negativos da doença mental tende a acentuar os sentimentos de insegurança por parte da sociedade em geral e contribuindo para a criação de categorias e estereótipos que, por sua vez, estão na origem dos processos de estigmatização e de discriminação social da pessoa com experiência de doença mental (Jorge-Monteiro, 2006), estando por isso numa situação de vulnerabilidade. O presente estudo tem como objectivo compreender as representações sociais da doença mental em Maputo (Moçambique), de profissionais de saúde, leigos, e curandeiros. Foram realizadas vinte e cinco entrevistas individuais semi-estruturadas, especificamente dez a curandeiros, nove a leigos e seis a profissionais de saúde. A técnica da análise de conteúdo possibilitou identificar e organizar as explicações ligadas ao conceito, às causas, ao tratamento, à evolução, às consequências da doença mental, e propostas de intervenção percebidas como eficazes para a doença mental, dos três grupos. Reflectimos sobre as relações entre as representações sociais e a percepção das práticas relativas à doença mental. Verificou-se que as representações dos três grupos encontram formadas num nó comum socialmente partilhado, no entanto, existindo também algumas diferenças específicas intergrupos - e no caso dos leigos intragrupo, com base no contexto de proveniência. E a partir destes resultados, reflectiu-se ainda sobre as estratégias de conciliação de eventuais diferenças nas representações sociais e das práticas relativas a doença mental.