Objetivo: avaliar se os
hábitos alimentares maternos relatados durante a
gestação influenciam a
ingestão de
sacarose das
crianças nos primeiros dois anos de
vida . Sujeitos e
método: participaram da
pesquisa 204 díades mãe-filho acompanhadas por um programa de
atenção odontológica materno-infantil em uma cidade no sul do
Brasil . As variáveis independentes foram obtidas por meio dos
prontuários odontológicos disponibilizados pelo programa. Os
hábitos alimentares maternos foram coletados durante a
gestação e a
ingestão diária de
sacarose pelas
crianças foi baseada em um
questionário alimentar de
frequência , dicotomizado em < 4 vezes/ dia e ≥ 4 vezes/dia. A
análise multivariada foi realizada com modelos de regressão de Poisson, com variância robusta para estimar a razão de
prevalência e os
intervalos de confiança de 95%.
Resultados: a
prevalência do
consumo de
sacarose nos primeiros dois anos de
vida , com uma elevada
ingestão de
sacarose (≥ 4 vezes/dia), foi detectada em 90,69% das
crianças . Após o ajuste, o desfecho (alta
ingestão de
sacarose ) foi 10% maior para as
crianças cujas
mães relataram beber bebida açucarada para satisfazer sua
sede durante a
gestação [RP = 1,10 (IC95% 1,02-1,18)].
Conclusões: a maioria das
crianças apresentou alta
ingestão de
sacarose em idade precoce. A
triagem de
mulheres grávidas para
consumo de
bebidas açucaradas pode ser uma maneira possível de reconhecer
crianças em
risco futuro de alta
ingestão de
sacarose na primeira infância. (AU)
Objective: to assess whether maternal
eating habits reported during
pregnancy influence their
children 's
sucrose intake in the first two years of
life . Subjects and
method: a total of 204
mother -
child dyads followed-up by a maternal and
child oral care program in southern
Brazil participated in the study. The independent variables were obtained from
dental records provided by the program. The maternal
eating habits were collected during
pregnancy and the daily
sucrose intake of the
children was based on a frequency
food questionnaire dichotomized in <4 times/day and ≥4 times/day. The
multivariate analysis was performed using Poisson regression models with robust variance to estimate the
prevalence ratio and the 95%
confidence intervals .
Results: the
prevalence of
sucrose intake in the first two years of
life was high. A high
sucrose intake (≥4 times/ day) was detected in 90.69% of the
children . After
adjustment , the outcome (high
sucrose intake) was 10% higher for
children whose
mothers reported
drinking sugar-sweetened beverages to satisfy their
thirst during
pregnancy [PR = 1.10 (95%CI 1.02-1.18)].
Conclusion: most of the
children presented a high
sucrose intake at an early age.
Screening pregnant women for
sugar - -
sweetened beverage intake may be a potential way to recognize the
children at
risk for
future high
sucrose intake in early childhood. (AU)