Reimplante dentário tardio após armazenamento a seco: preservação da função e estética por uma década

Fernandes, Vanessa Cruz Silva; Carvalho, Monize Ferreira Figueiredo de; Soares, Suelleng Maria Cunha Santos; Glória, José Cristiano Ramos; Soares, Janir Alves

Introdução:

atualmente, a determinação de estratégias terapêuticas para melhorar o prognóstico da reimplantação tardia de dentes que foram armazenados inadvertidamente em um ambiente seco é um desafio. Relato de caso paciente com 22 anos de idade procurou atendimento odontológico três dias após a avulsão do incisivo central superior direito. Mecanicamente, raspou-se cuidadosamente a superfície radicular com cureta periodontal e tratou-se quimicamente com hipoclorito de sódio a 5,25%, seguido de EDTA a 17%. Após tratamento extrabucal e preparação quimomecânica, o canal radicular foi preenchido com pasta de hidróxido de cálcio. O paciente não compareceu a todas as reavaliações.

Resultados:

após 102 meses, o incisivo superior direito estava clinicamente funcional, mas anquilosado. Havia bolsa periodontal por palatina com 5 mm de profundidade e exsudato purulento. A radiografia revelou reabsorção radicular externa avançada. Após o tratamento periodontal, o canal radicular foi preenchido com hidróxido de cálcio e, posteriormente, obturado com MTA. No acompanhamento após 18 meses, a reabsorção radicular se estabilizou. Experimentalmente, um dente extraído, armazenado em condições idênticas, recebeu tratamento semelhante da superfície radicular. Na microscopia eletrônica de varredura, a superfície radicular mostrou um alto grau de limpeza, com os túbulos dentinários patentes, sugerindo permeabilidade radicular favorável.

Conclusões:

o tratamento superficial da raiz e o curativo intracanal possibilitaram a preservação do dente avulsionado após reimplante tardio, com função e estética satisfatórias por aproximadamente uma década. (AU)

BVS Odontologia

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