RESUMEN
Resumo O Tai Chi Chuan (TCC) está entre as Práticas Integrativas e Complementares (PICS) mais utilizadas e apresenta, segundo a literatura científica, evidências clínicas para tratamento de diversos problemas de saúde. Entretanto, pouco se sabe sobre o desenvolvimento dessa modalidade no contexto do Sistema Único de Saúde (SUS). Neste sentido, o objetivo do artigo foi compreender a prática terapêutica do TCC em um serviço de referência em PICS no SUS, a partir de um estudo de caso qualitativo com observação participante e entrevistas semiestruturadas com usuários e terapeutas. Observou-se dessemelhanças entre a prática terapêutica do Tai Chi Chuan e as práticas corporais biomédicas, assim como a presença de diretrizes norteadoras de cuidado do SUS, como o acolhimento, a escuta qualificada, o vínculo terapêutico e a integralidade da atenção. Também foi identificada a prevalência de sofrimento mental como motivo de procura pela prática, necessidade de maior apoio financeiro ao serviço e resistência ao uso da Medicina Tradicional Chinesa por parte da rede de apoio de algumas usuárias.
Abstract Tai Chi Chuan (TCC) is among the most used Integrative and Complementary Health Practices (PICS) and, according to the scientific literature, presents clinical evidence for the treatment of various health problems. However, little is known about the development of this practice in the context of the Brazilian National Health System (SUS). In this sense, the objective of the article was to understand the therapeutic practice of TCC in a reference service in PICS in SUS, from a qualitative case study with participant observation and semi-structured interviews with users and therapists. Dissimilarities were observed between the therapeutic practice of TCC and biomedical body practices, as well as the presence of guidelines for SUS care, such as welcoming, qualified listening, therapeutic connection, and comprehensive care. The prevalence of mental distress was also identified as a reason for seeking the practice, as well as the need for greater financial support for the service, and the resistance to the use of Traditional Chinese Medicine by some female users' support network.