Representações sociais da saúde reprodutiva construídas por mulheres e homens de uma comunidade ribeirinha no Baixo Madeira, Porto Velho-RO / Social representations of reproductive health constructed by women and men from a riverside community in Baixo Madeira, Porto Velho-RO

RESUMO

O estudo tem como objeto as representações sociais construídas por mulheres e homens de uma comunidade ribeirinha situada no Baixo Madeira, em Porto Velho-RO sobre saúde reprodutiva (SR) e como tais representações influenciam suas práticas de cuidado neste campo. Objetivou-se apreender as representações sociais de mulheres e homens de uma comunidade ribeirinha sobre SR; analisar as práticas/atitudes de cuidados que esses sujeitos têm com sua SR, a partir de suas representações e discutir as implicações destas para o cuidado profissional da SR para esse grupo populacional. Estudo qualitativo-descritivo, sustentado pela Teoria das Representações Sociais (TRS), desenvolvido na comunidade ribeirinha São Carlos, em Porto Velho-RO. Foram participantes 22 mulheres e 21 homens em idade reprodutiva. Os dados foram produzidos através de formulário, técnica projetiva e entrevista semiestruturada, processadas no software IRAMUTEq®, utilizando a classificação hierárquica descendente, obtendo-se cinco classes em cada grupo. Aprovação ética sob parecer 3.060.055. As características dos participantes foram agrupadas em três tipos socioeconômica e demográfica, vida relacional e vida reprodutiva. Quanto a técnica projetiva, a imagem mais escolhida pelos dois grupos ilustra a família com a questão "quantos filhos você quer ter"? Em relação ao IRAMUTEq®, no Grupo1-Mulheres 2.025 seguimentos de textos (ST) foram classificados em cinco classes. As classes foram divididas em dois blocos temáticos. O primeiro foi denominado como "conteúdos e sentidos da saúde reprodutiva para as mulheres ribeirinhas". Esse bloco traz a maternidade como elemento representacional da saúde reprodutiva, a saúde reprodutiva no adolescer ribeirinho e a interface do ambiente social ribeirinho com a saúde reprodutiva (classes 4, 3 e 5). O segundo bloco ficou intitulado saúde reprodutiva da informação às atitudes, comportamentos e práticas de cuidados, composto pelas classes 1 e 2, que ilustram as informações e as atitudes, comportamentos e práticas de cuidados produzidas pelas mulheres ribeirinhas no âmbito da saúde reprodutiva. No Grupo2-Homens 2.077 ST foram distribuídos em cinco classes, divididas em dois blocos temáticos. O primeiro composto pelas classes 1, 4 e 5, que fazem referência aos conteúdos e sentidos da saúde reprodutiva para os homens ribeirinhos e suas atitudes, comportamentos e práticas de cuidados. O segundo bloco foi formado pelas classes 2 e 3, e que apresentou um conteúdo relacionado ao contexto social da comunidade onde os homens se inserem. Emergiram dois campos representacionais da saúde reprodutiva, um elaborado pelas mulheres e outro pelos homens. A partir dessas representações constatou-se que o objeto representacional saúde reprodutiva está situado em uma rede de representações que integra outros objetos com seus elementos representacionais. Essas representações orientam as atitudes, comportamentos e práticas dessas mulheres e homens ribeirinhos. Aos profissionais de saúde cabem considerar o constructo social desses sujeitos para compreender suas subjetividades e, dessa forma, promover a saúde reprodutiva dentro dos direitos humanos, reprodutivos e sexuais.

ABSTRACT

The study as social representations built by women and men of a health located in Baixo Madeira, in Porto Velho-RO (SR) and community such representations about their care practices in this field. The objective was to apprehend the social representations of women and men from a riverside community about SR; Practices as professional care practices of RS have, from their representations/attitudes, as implications for the professional care of RS for this population group. Qualitative-descriptive study, supported by the Theory of Social Representations (TRS), developed in the riverside community São Carlos, in Porto Velho-RO. Participants were 22 women and 21 men at an early age. The data were projected through forms, techniques and semi-structured interviews, processed in the IRAMUTEq® software, using a hierarchical hierarchy, selecting five classes in each group. Ethical approval under opinion 3,060,055. Participants' characteristics were grouped into three types socioeconomic and demographic, relational life, and reproductive life. As for the projective technique, the image most chosen by both groups illustrates the family with the question "how many children do you want to have"? In relation to IRAMUTEq®, in Group1-Women, 2,025 text sequences (TS) were classified into five classes. The classes were strong in two thematic blocks. The first was called "contents and meanings of oral health for riverside women". This is motherhood as a representational element of maternal health, the reproductive health block in riverside adolescents and the interface of the riverside social environment with health (classes 3 and 5). The block was authorized for oral health from information to attitudes, behaviors and care practices, composed of classes 1 and 2 of care, attitudes, women and care practices to attitudes, women and health care practices. In Group2-Men 2.07 ST were distributed in five classes, strongholds in two thematic blocks. The first comprises classes 1, 4 and 5, which refer to the contents and meanings of reproductive health for riverside men and their attitudes, behaviors and care practices. The second block was formed by classes 2 and 3, and which presented content related to the social context of the community where men are inserted. Two representational fields of reproductive health emerged, one developed by women and the other by men. From representations that others were found with their healthy representational objects situated in a network of representations than other representational objects. These representations guide the attitudes, behaviors and practices of these riverine women and men. It is up to health professionals to consider the social construction of these subjects to understand their subjectivities and, in this way, promote human health within reproductive and sexual rights.