RESUMO
O objetivo desta tese é analisar o difícil diálogo entre sociologia e saúde, nos anos 40 e 50, na obra do sociólogo Alberto Guerreiro Ramos sobre puericultura e mortalidade infantil. Será apresentado um Guerreiro Ramos anterior a produção de suas melhores obras e de ser uma referência importante na sociologia brasileira: um sociólogo que dedicou 11 anos de sua vida pensando, escrevendo e provocando diálogos sobre questões pertinentes a saúde pública à época. Ao todo publicou 28 textos referentes ao tema saúde. A primeira obra "Aspectos Sociológicos da Puericultura" é pública em 1944 e trata-se de um texto sobre o papel da sociologia na puericultura. A última obra 'Sociologia de la Mortalidad Infantil' é um livro, editado no México, no qual analisou o problema da mortalidade infantil para além dos determinantes biológicos. A obra de Guerreiro sobre saúde inicia-se com um exercício teórico de aplicação dos preceitos da Escola de Chicago e termina com uma redução sociológica sobre o tema.
Dois questionamentos forma persistentes nas (re)leituras destes escritos - por que Guerreiro Ramos escreveu sobre estes temas (puericultura e mortalidade infantil)? Por que esta obra não foi eleita objeto de estudo por seus biógrafos e estudiosos? A questão principal desta pesquisa resulta destes questionamentos iniciais e dos diálogos de construção deste estudo, com o Professor Luiz Antonio de Castro Santos, orientador desta tese - por que os diálogos que Guerreiro Ramos pretendia estabelecer sobre puericultura e mortalidade infantil foram difíceis? Para entender o porquê do não diálogo e quase silêncio a partir dos textos que compõem a obra, a questão principal é desdobrada em hipóteses, que talvez em conjunto, consigam apresentar indícios de entendimento da pergunta posta em discussão: a própria personalidade de Guerreiro; a importância dos temas abordados para a sociologia brasileira da época e os interesses da medicina, em particular dos campos da puericultura e obstetrícia, em travar discussões com outras áreas de conhecimento. A tese está estruturada em três capítulos. Após a introdução, o primeiro capítulo é dedicado a comentar e discutir o primeiro texto de GR sobre saúde, como um marco inicial de sua obra. Esta opção reflete a intenção de não discutir a obra em si, mas a partir dela discutir o contexto de sua produção, de seu tempo e por assim dizer, de seus personagens. O capítulo seguinte é dedicado à personalidade de Guerreiro Ramos, sua trajetória de vida, acadêmica e de homem dos seus tempos. A Sociologia brasileira e os sociólogos destes tempos serão o tema de discussão do terceiro capítulo, que pretende compreender como o campo estava constituído, quem os representava e o que elegiam e legitimavam como temas e pesquisas válidas para Sociologia produzida e publicada no Brasil no período. Nas considerações finais, as questões discutidas nos capítulos são entrelaçadas com o objetivo de apresentar respostas à questão central deste estudo.(AU)
Assuntos
Saúde Pública , Medicina Social , Sociologia , Cuidado da Criança , Mortalidade Infantil , BrasilRESUMO
Estuda o resultado de uma pesquisa sobre um tema específico de caracter demonstrativo. Detém um raciocínio, um fio condutor que expöe, contextualiza, situa o tema com o intuito de propor uma modificaçäo que apresenta uma possibilidade de melhoria. É uma proposta de reformulaçäo de um instrumental que é capaz de gerar informaçöes suficientes para se propor intervençöes de diversos tipos, como a criaçäo de unidades de referencia para atendimento de acidentados com produtos químicos, exigências por investimentos em infra-estrutura no SCPA, informaçäo necessária para negociar que se tenha equipes ou pessoal especializado nas corporaçöes que atendem aos acidentes como o Corpo de Bombeiros e a PRF, acordos com as empresas e sindicatos para melhoria das condiçöes de trabalho e melhores treinamentos, mudança na percepçäo destes riscos, assim como permitir a formulaçäo de uma política de controle e prevençäo tanto Estadual como Nacional, ou até mesmo regionais. Intervençöes que possibilitam resultados eficazes na reduçäo de vítimas, danos ambientais e materiais. Todos os atores envolvidos saem ganhando, sendo beneficiados. O SCPA, a PRF e o Corpo de Bombeiros se equipam e treinam seus técnicos, as empresas deixam de perder produtos e atrasos de produçäo, os centros médicos podem atender as vitimas lhe dando o atendimento devido. As empresas privadas que atendem os acidentes, removendo o produto, podem continuar atuando como contratadas onde ou quando o SCPA näo possa atuar (ou por estar muito longe e o tempo de sua chegada irá agravar as conseqüências ou por estar envolvido no atendimento a outro acidente envolvendo produtos químicos). Enfim, o atendimento adequado aos acidentes é uma questço de cidadania, de melhor qualidade de vida, de saúde e de um ambiente menos degradado.