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Vulnerabilidade racial e barreiras individuais de mulheres em busca do primeiro atendimento pós-aborto / Vulnerabilidad racial y barreras individuales de mujeres en busca de la primera atención post-aborto / Racial vulnerability and individual barriers for Brazilian women seeking first care following abortion

Goes, Emanuelle Freitas; Menezes, Greice M. S; Almeida, Maria-da-Conceição C; Araújo, Thália Velho Barreto de; Alves, Sandra Valongueiro; Alves, Maria Teresa Seabra Soares Britto e; Aquino, Estela M. L.
Cad. Saúde Pública (Online) ; 36(supl.1): e00189618, 2020. tab, graf
Artigo em Português | LILACS | ID: biblio-1055643
As desigualdades sociais no Brasil se refletem na busca por atenção pelas mulheres com abortamento, as quais enfrentam barreiras individuais, sociais e estruturais, expondo-as a situações de vulnerabilidades. São as negras as mais expostas a essas barreiras, desde a procura pelo serviço até o atendimento. O estudo objetivou analisar os fatores relacionados às barreiras individuais na busca do primeiro atendimento pós-aborto segundo raça/cor. A pesquisa foi realizada em Salvador (Bahia), Recife (Pernambuco) e São Luís (Maranhão), Brasil, com 2.640 usuárias internadas em hospitais públicos. Foi realizada regressão logística para análise das diferenças segundo raça/cor (branca, parda e preta), considerando-se "não houve barreiras individuais na busca pelo primeiro atendimento" como categoria de referência da variável dependente. Das entrevistadas, 35,7% eram pretas, 53,3% pardas e 11% brancas. Mulheres pretas tinham menor escolaridade, menos filhos e declararam mais o aborto como provocado (31,1%), após 12 semanas de gestação (15,4%). Relataram mais barreiras individuais na busca pelo primeiro atendimento (32% vs. 28% entre pardas e 20,3% entre brancas), tais como o medo de ser maltratada e não ter dinheiro para o transporte. Na regressão, confirmou-se a associação entre raça/cor preta e parda e barreiras individuais na busca de cuidados pós-aborto, mesmo após o ajuste por todas as variáveis selecionadas. Os resultados confirmam a situação de vulnerabilidade das pretas e pardas. A discriminação racial nos serviços de saúde e o estigma em relação ao aborto podem atuar simultaneamente, retardando a ida das mulheres ao serviço, o que pode configurar uma situação limite de maior agravamento do quadro pós-abortamento.
Biblioteca responsável: BR1.1