O presente trabalho, cujo objetivo principal é interpretar sociologicamente a atuação de produtores da chamada ciência social uspiana, investiga aspectos da trajetória intelectual de algumas professoras do Curso de Ciências Sociais da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras, da Universidade de São Paulo, examinando disputas simbólicas típicas de grupos intelectuais e voltadas para a conquista da afirmação acadêmica nas Cátedras do Curso. Tais disputas seriam inerentes à busca de afirmação, poder e legitimação, por parte dos cientistas sociais em geral, e corresponderiam a clivagens que são analisadas a partir das origens sociais dessas professoras e das relações de sociabilidade em que elas se enredavam. O autor mostra que tais origens e relações teriam interferido na carreira delas (posições, cargos, títulos conquistados e obras produzidas). Ele usa como referenciais teóricos, principalmente, obras de Pierre Bourdieu e de Norbert Elias, e se vale de textos biográficos, autobiográficos, depoimentos, entrevistas, memoriais e cartas. O trabalho se insere no âmbito dos estudos da sociologia da cultura, mais especificamente na chamada história intelectual ou sociologia da vida intelectual.(AU)