Os outros alemães de Sérgio: etnografia e povos indígenas em Caminhos e fronteiras / The other germans of Sérgio: ethnography and indigenous peoples in Caminhos e fronteiras
O presente artigo analisa a presença da etnografia, especialmente em sua vertente alemã, em parte da obra do historiador Sérgio Buarque de Holanda. Para isso, aborda-se o livro Caminhos e fronteiras (1957), coletânea de ensaios escritos na década em que Sérgio Buarque foi diretor do Museu Paulista (1946-1956). O texto divide-se em dois eixos que se entrecruzam de um lado, como a condição de diretor do Museu propiciou o encontro do autor com a etnologia; de outro, a presença de temas e conceitos caros à etnologia alemã em Caminhos e fronteiras. Assim, pretende-se mostrar como o conhecimento e o contato com a etnografia têm lugar central na interpretação buarqueana sobre a colonização do interior da América Portuguesa.(AU)
This article analyses the presence of ethnography, especially the German ethnographic tradition, in part of the oeuvre by the historian Sérgio Buarque de Holanda. In order to achieve this, we will focus on the book Caminhos e fronteiras (1957), a collection of essays written during the decade in which Sérgio Buarque was the director of the Museu Paulista (1946-1956). This article is divided in two interconnected parts, namely, one about the authors experience when directing the Museu Paulista and how he got in contact with ethnology in that period; and one on how themes and concepts that were important in the German ethnological tradition also play a significant role in the book Caminhos e fronteiras. We intend to prove that ethnography was a central part of Sérgio Buarques analysis of the colonization of the outskirts of Portuguese America.(AU)