Cientificismo, positivismo, spencerianismo, darwinismo social, novo liberalismo são os principais termos usualmente utilizados para descrever o movimento intelectual que acompanha o processo de mudança social e crise política que culminou na abolição da escravidão e na implantação de instituições republicanas no Brasil. O assunto foi objeto de tratamentos de escopo muito desigual. Aparece marginalmente nas explicações da formação do estado e da sociedade nacionais, como nas obras de Faoro, Sérgio Buarque e Florestan Fernandes, e é incorporado como um senso comum dos estudos culturais sobre o período. Os estudos diretamente sobre o tema têm por conclusão mais generalizável seu intuito de construção de um corpus teórico distanciado das questões nacionais ou sua caracterização como ideologia modernizadora de novos grupos sociais, particularmente uma nova classe média. Neste paper apresento as insuficiências deste tipo de interpretação e proponho uma nova abordagem, buscando identificar o sistema global de geração/absorção dessas idéias como parte da crise política do Império.(AU)