Apoiados na noção de sequências cognitivas como recurso metodológico crucial para se apreender processos de adensamento e reelaboração intelectual (Botelho, 2007; Brasil Jr., 2007; Carvalho, 2010; Hoelz, 2010), procuramos analisar o encaminhamento próprio de Franco à problemática destacada, realizando um duplo movimento, no qual se enfatiza não apenas sua dimensão diacrônica, valorizando o papel das mediações no seu recurso ao repertório intelectual pretérito, mas também como este assume significado no seu contexto sincrônico, isto é, inscrito num campo de interlocução contemporâneo mais amplo. Esta abordagem permite delinear continuidades decisivas embora não necessariamente articuladas de modo explícito em torno de questões centrais da sociedade brasileira, bem como perceber como Franco introduz descontinuidades cruciais por dentro dos próprios desdobramentos analíticos que direta ou indiretamente realiza.(AU)