Este artigo tem o objetivo de analisar e discutir a relação entre a narrativa do romance A selva, de Ferreira e Castro, e a sua iconografia em edições específicas. Se a atribuição de imagens a personagens literárias transformou-se em um problema para a análise sociológica, o presente estudo aborda pontos referentes a uma dada leitura do romance amazônico de Ferreira de Castro e o modo como a sua representação iconográfica foi produzida. A floresta pode ser interpretada como um desvio interpretativo e/ou equívoco de leitura, e isso na medida em que as gravuras das capas das diversas edições do romance priorizam a natureza em detrimento do dramahumano que o entrecho da obra ressalta. A análise do romance por meio das edições ilustradas por Cândido Portinari, Poty Lazzarotto e de um conjunto de artistas portugueses, pode revelar certa ruptura representada pelo romance no plano literário e a continuidade de uma tradição imagética da região amazônica.(AU)