Em suma, o livro traz um convite para uma leitura aberta a novas possibilidadesde se aproveitar a contribuição do publicista das históricas editora e revistaBrasiliense. Em boa hora ele vem com o seu propósito declarado de resgatar oautor comunista. A colocação do pensamentopolítico de Caio Prado Jr., comotambém do seu PCB, com todos os aspectos problemáticos deste último quenão são poucos , constitui uma passagem inevitável para uma nova esquerdaque, como observa Santos, para evitar o cosmopolitismo e o erratismo (termosempre repetido pelo historiador), busque identidade no âmbito da culturapolítica nacional. Caio Prado Jr. e o PCB relembram oportunamente a existênciade uma larga tradição de esquerda no Brasil. O primeiro oferecendo um estilomarxista de pensar o país como uma totalidade que se move com suas partese elementos que possuem autonomia quando vivem os debates e a política; osegundo, particularmente, tendo muito a dizer nesta hora de debilitamento dapolítica. A política, justamente, era a grande obsessão do velho Partidão quenunca vacilou em andar por caminhos de pedras, ou tecer, quando tudo pareciadifícil, pacientemente, a sua estratégia de miudezas para aproximar o campodemocrático (ele era um partido de serviço, como disse certa vez AlbertoAggio) das suas causas gerais, como, no tempo contemporâneo, lembram abatalha pelas reformas de base nos anos 50/60 e a reconquista da democraciapolítica, desde 1964, incluído o curto governo de transição dentro da transiçãointerrompida que foi o governo Itamar Franco, já no período que ainda hoje sevive de defesa da política e de aprofundamento da mesma democraciapolítica.(AU)