Tomando como referência o desenvolvimento dos estudos recentes sobre o pensamento social no Brasil, mais especificamente o debate acerca da implantação, a partir da década de 1930, das ciências sociais em São Paulo, o presente trabalho investiga a trajetória acadêmica de Paula Beiguelman, integrante da Cátedra de Política do Departamento de Sociologia e Antropologia da FFCL-USP, entre 1949 e 1969. Tal itinerário é interpretado a partir das circunstâncias que conformaram o ambiente acadêmico em alguns dos principais centros intelectuais naquele período (Rio de Janeiro, Belo Horizonte e São Paulo). As tensões entre ensaísmo e cientificismo, as disputas inerentes à institucionalização do campo acadêmico, as relações assimétricas entre os gêneros e as implicações do golpe militar de 1964 são tomados como condicionantes dessa experiência.(AU)