O artigo procura apresentar um novo quadro interpretativo para o estudo da produção intelectual brasileira de 1889 até os anos 1930, propondo um esboço do modo de articulação entre instituições, política e produção do conhecimento no Brasil a partir da proclamação da República, e, particularmente, das transformações deflagradas pela fórmula federativa da Constituição de 1891. Argumenta-se que tais transformações definiram uma nova configuração para as disputas inter-regionais e suas relações com o poder central configuração que repercutiu profundamente nos mais diversos ramos da produção do saber e da arte. Compreender tal produção à luz dessas transformações implica trilhar uma vertente pouco explorada pela bibliografia, qual seja a da recuperação das mediações entre espaço público, política, vida intelectual e epistemologia, o que, por sua vez, ajuda a lançar luz sobre aspectos importantes relativos à vida intelectual, institucional e política a partir dos anos 1930, marcada, por exemplo, pelo surgimento das universidades.(AU)