Poéticas autobiográficas de Arthur Bispo do Rosário e Lima Barreto e suas singularidades / Autobiographical poetic of Arthur Bispo do Rosário and Lima Barreto and their singularities
Calil, Beatriz Mogadouro.
Campinas; s.n; 2015. 140 p. ilus.
Tese
em Português
| BVS Pensamento Social, FIOCRUZ | ID: bps-2914
Arthur Bispo do Rosário, nasceu em 1911 em Sergipe. Negro, pobre, mudou para o Rio de Janeiro, onde teve alguns empregos até que teve um surto psicótico e foi internado em 1938, na Colônia Juliano Moreira, no Rio de Janeiro, sob o diagnóstico de esquizofrenia paranoide. Lá, entre algumas idas e vindas, permaneceu internado até o ano de sua morte em 1989. Durante todos esses anos, Bispo produziu uma extensa obra, muito caracterizada por miniaturas de objetos, assemblages e bordados. Lima Barreto, nasceu em 1881 no Rio de Janeiro. Negro, neto de escravos, o escritor, desde criança, teve uma vida sofrida até que se tornou alcoólatra e por isso foi internado no Hospício Nacional dos Alienados, por duas vezes ¿ em 1914 e em 1919. Durante os poucos meses nos quais ficou internado em 1919, Barreto escreveu o Diário do Hospício, narrando e colecionando acontecimentos e sentimentos sobre sua internação. Esses escritos foram utilizados mais tarde, pelo próprio autor, para escrever o romance ficcional Cemitério dos Vivos. As obras de ambos, produzidas durante suas internações, escancaram e denunciam, mesmo que nem sempre de forma intencional, a realidade cruel e violenta dos hospícios brasileiros do século XX. Porém, essas obras, mais do que reflexos de suas internações, são reflexos dos próprios artistas, de suas biografias, de seus sentimentos e seus desejos. São obras utilizadas por eles como forma de sobrevivência à realidade da instituição e carregam características bastante contemporâneas, como a poética de arquivo, catalogação e colecionismo. (AU)
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