Este trabalho constitui um estudo sobre o pensamento social e político de Alberto Torres (1865- 1917). O objetivo consiste em analisar de que maneira a noção de interesse da vida e reivindicação de um conhecimento pragmático da realidade social orienta a crítica torreana às instituições sociais e políticas da Primeira República. O enfoque analítico adotado procura analisar o pensamento de Alberto Torres como uma tentativa de intervenção no debate público nacional do início do século e, nesse sentido, a leitura de suas obras procura levar em conta os problemas políticos e intelectuais existentes no período. A hipótese que orienta este trabalho é que tanto o diagnóstico que Alberto Torres elabora da realidade brasileira, quanto suas propostas de reforma política e constitucional atuam no sentido de questionar as principais bases sociais e políticas de sustentação do regime liberal-oligárquico, quais sejam, a estrutura federativa da Constituição de 1891, o poder político das oligarquias estaduais consubstanciado na política dos governadores, e o modelo econômico baseado no grande latifúndio e na exportação de produtos primários para os mercados europeus.(AU)