In. Botelho, André; Schwarcz, Lilia Moritz. Um enigma chamado Brasil: 29 intérpretes e um país. São Paulo, Companhia das Letras, 2009. p.90-103, ilus.
Monografia
em Português
| HISA (história da saúde) | ID: his-19379
Apresenta uma abordagem sobre Nina Rodrigues, que legou uma imagem paradoxal. A despeito de ser frequentemente destacado como primeiro antropólogo brasileiro a fazer levantamento dos povos africanos residentes no país, ele é também lembrado como aquele que defendeu a existência de diferenças ontológicas entre raças aqui residentes, e em especial por considerar a mestiçagem como um sinal de degenerescência. As teses deste médico maranhense, professor da escola de medicina da Bahia, mesmo em sua época, foram entendidas como radicais e de difícil doma. De um lado, é evidente a adoção das teorias do darwinismo social e da antropologia criminal. De outro, é igualmente clara sua tentativa de classificar as diferenças entre grupos; temas e propostas hoje, de certa maneira, datados. No ententato, a análise cuidadosa de certas obras deste cientista revelará impasses ainda presentes, seja no debate acerca das potencialidades dos grupos e etnias, seja na questão da diferença e em sua defesa absoluta. Nina Rodrigues foi, mesmo, um grande leitor e tradutor de seu próprio tempo; mas não só. (AU)