[Loss to follow-up in patients treated for multidrug-resistant tuberculosis in EcuadorA Perda de seguimento de pacientes tratados para tuberculose multirresistente a medicamentos no Equador]. / Pérdida en el seguimiento de pacientes tratados por tuberculosis resistente a rifampicina o multidrogorresistente en Ecuador.

RESUMO

OBJETIVO: Determinar o percentual de perda de seguimento de pacientes tratados para tuberculose resistente à rifampicina (TB-RR) ou tuberculose multirresistente a medicamentos (TB-MR) e os fatores associados à interrupção do tratamento no Equador. MÉTODOS: Estudo de coorte retrospectivo de casos de pacientes com TB-RR/TB-MR tratados em 2014 e 2015 com o esquema farmacológico de 18 a 24 meses de duração da Organização Mundial da Saúde (OMS) que foram notificados ao Ministério da Saúde do Equador. Foi determinado o percentual de perda de seguimento e foram comparadas as características clínicas e epidemiológicas dos casos de interrupção do tratamento por perda de seguimento e daqueles com alta por sucesso no tratamento. Uma análise da sobrevida com o modelo de regressão de Cox foi realizada para avaliar os fatores associados à perda de seguimento. RESULTADOS: De 328 casos registrados, 270 (82,3%) foram incluídos na análise por terem tido sua interrupção ou alta notificadas. Houve interrupção por perda de seguimento em 39,6% dos casos e alta por sucesso no tratamento em 50,4%. Os fatores de risco associados à perda de seguimento foram: história de perda de seguimento em tratamento anterior de TB, razão de riscos (hazard ratio, HR) 2,96 (1,53­5,73, P < 0,001); consumo excessivo de álcool ou drogas, HR 2,82 (1,10­7,23, P = 0,031); e diagnóstico de tuberculose pelo teste Xpert® (TB-RR), HR 1,53 (1,0­2,35, P = 0,048). A perda de seguimento ocorreu após nove meses de tratamento em 43% dos casos. CONCLUSÃO: O percentual de perda de seguimento de pacientes com TB-RR/TB-MR no Equador está acima da média da Região das Américas. Os três fatores identificados no estudo reforçam ser necessário implementar esquemas de tratamento mais curtos e prestar atenção centrada no paciente, segundo as recomendações da Estratégia pelo Fim da Tuberculose.