Forest conversion into pasture selects dung beetle traits at different biological scales depending on species pool composition.

RESUMO

A conversão de florestas em áreas abertas tem grandes efeitos sobre a diversidade e estrutura das comunidades nativas. A intensidade desses efeitos pode variar entre regiões, dependendo da existência de espécies nativas adaptadas a habitats abertos no pool regional ou do tempo de mudança de habitat.Avaliamos as diferenças na riqueza de espécies e diversidade funcional de comunidades de rola­bosta (Coleoptera: Scarabaeinae) entre florestas nativas e pastagens da Mata Atlântica e do Cerrado, dois biomas com histórias contrastantes de ocupação humana no Brasil. As comunidades foram amostradas em sete fragmentos florestais e pastagens adjacentes de cada região. Medimos quatorze caracteres de indivíduos coletados em cada ponto amostral de cada habitat e região. Posteriormente, calculamos a riqueza funcional, a equidade funcional, a divergência funcional e a média dos caracteres ponderada pela comunidade (CWM) para cada ponto amostral e analisamos a variação individual por meio de decomposição de variância aninhada e estatística T.As comunidades do Cerrado foram mais ricas e numerosas. Não encontramos nenhuma relação consistente entre diversidade funcional e conversão florestal além das mudanças na diversidade de espécies. Surpreendentemente, embora as mudanças na paisagem tenham sido mais recentes no Cerrado, a colonização do novo habitat por espécies nativas já adaptadas a habitats abertos diminuiu a perda funcional nos novos habitats deste bioma em comparação com a Mata Atlântica, onde as pastagens foram colonizadas apenas por espécies florestais generalistas e invasores exóticos. Isso indica que os efeitos da mudança de habitat na diversidade de caracteres dependem do conjunto regional de espécies e não do tempo desde a conversão da paisagem.Além disso, os efeitos da conversão florestal foram principalmente devidos à efeitos de filtros internos. Os efeitos de filtros externos apareceram apenas no nível de variância intraespecífica, com diferenças contrastantes entre o Cerrado, onde são selecionados caracteres relacionados ao comportamento de realocação e tamanho (Comprimento da Metatíbia, Comprimento, Volume e Largura do Pronoto) e a Mata Atlântica, onde a seleção opera em caracteres relacionadas ao comportamento de realocação e voo (Metatibia Length e Wing Load). Esses resultados evidenciam a importância de se considerar a variância individual para abordar as respostas das comunidades de rola­bostas à conversão florestal.