RESUMEN
RESUMO Objetivo: Analisar e comparar as características de pacientes críticos com a COVID-19, a abordagem clínica e os resultados entre os períodos de pico e de platô na primeira onda pandêmica em Portugal. Métodos: Este foi um estudo de coorte multicêntrico ambispectivo, que incluiu pacientes consecutivos com a forma grave da COVID-19 entre março e agosto de 2020 de 16 unidades de terapia intensiva portuguesas. Definiram-se as semanas 10 - 16 e 17 - 34 como os períodos de pico e platô. Resultados: Incluíram-se 541 pacientes adultos com mediana de idade de 65 [57 - 74] anos, a maioria do sexo masculino (71,2%). Não houve diferenças significativas na mediana de idade (p = 0,3), no Simplified Acute Physiology Score II (40 versus 39; p = 0,8), na pressão parcial de oxigênio/fração inspirada de oxigênio (139 versus 136; p = 0,6), na terapia com antibióticos na admissão (57% versus 64%; p = 0,2) ou na mortalidade aos 28 dias (24,4% versus 22,8%; p = 0,7) entre o período de pico e platô. Durante o período de pico, os pacientes tiveram menos comorbidades (1 [0 - 3] versus 2 [0 - 5]; p = 0,002); fizeram mais uso de vasopressores (47% versus 36%; p < 0,001) e ventilação mecânica invasiva na admissão (58,1% versus 49,2%; p < 0,001), e tiveram mais prescrição de hidroxicloroquina (59% versus 10%; p < 0,001), lopinavir/ritonavir (41% versus 10%; p < 0,001) e posição prona (45% versus 36%; p = 0,04). Entretanto, durante o platô, observou-se maior uso de cânulas nasais de alto fluxo (5% versus 16%; p < 0,001) na admissão, remdesivir (0,3% versus 15%; p < 0,001) e corticosteroides (29% versus 52%; p < 0,001), além de menor tempo de internação na unidade de terapia intensiva (12 versus 8 dias; p < 0,001). Conclusão: Houve mudanças significativas nas comorbidades dos pacientes, nos tratamentos da unidade de terapia intensiva e no tempo de internação entre os períodos de pico e platô na primeira onda da COVID-19.
ABSTRACT Objective: To analyze and compare COVID-19 patient characteristics, clinical management and outcomes between the peak and plateau periods of the first pandemic wave in Portugal. Methods: This was a multicentric ambispective cohort study including consecutive severe COVID-19 patients between March and August 2020 from 16 Portuguese intensive care units. The peak and plateau periods, respectively, weeks 10 - 16 and 17 - 34, were defined. Results: Five hundred forty-one adult patients with a median age of 65 [57 - 74] years, mostly male (71.2%), were included. There were no significant differences in median age (p = 0.3), Simplified Acute Physiology Score II (40 versus 39; p = 0.8), partial arterial oxygen pressure/fraction of inspired oxygen ratio (139 versus 136; p = 0.6), antibiotic therapy (57% versus 64%; p = 0.2) at admission, or 28-day mortality (24.4% versus 22.8%; p = 0.7) between the peak and plateau periods. During the peak period, patients had fewer comorbidities (1 [0 - 3] versus 2 [0 - 5]; p = 0.002) and presented a higher use of vasopressors (47% versus 36%; p < 0.001) and invasive mechanical ventilation (58.1 versus 49.2%; p < 0.001) at admission, prone positioning (45% versus 36%; p = 0.04), and hydroxychloroquine (59% versus 10%; p < 0.001) and lopinavir/ritonavir (41% versus 10%; p < 0.001) prescriptions. However, a greater use of high-flow nasal cannulas (5% versus 16%, p < 0.001) on admission, remdesivir (0.3% versus 15%; p < 0.001) and corticosteroid (29% versus 52%, p < 0.001) therapy, and a shorter ICU length of stay (12 days versus 8, p < 0.001) were observed during the plateau. Conclusion: There were significant changes in patient comorbidities, intensive care unit therapies and length of stay between the peak and plateau periods of the first COVID-19 wave.
RESUMEN
Introduction: The hepatitis B virus is the cause of one of the major public health problems worldwide. The infection may affect the entire population equally; however, health care professionals are part of a group that is more vulnerable to the disease, since they are exposed to both occupational and daily hazards. Objectives: To investigate the prevalence and factors associated with the immunization of health care professionals against the hepatitis virus type B, in the city of Montes Claros, state of Minas Gerais, Brazil. Methods: This was a cross-sectional and quantitative study, conducted with primary health care professionals. Using a random cluster sampling, 209 medical professionals, nurses, and nursing technicians who were interested in participating in the research were selected. A structured questionnaire was applied, and blood sampling was performed for the analysis of hepatitis B surface antibody titers. Finally, a descriptive and bivariate statistical analysis was conducted. Results: Data have shown that 91.8% of the professionals had complete immunization against the hepatitis B virus, that is, they had taken the three recommended doses of the vaccine. However, 13.9% of the sample, even after vaccination, was non-reactive (titers < 10 IU/mL hepatitis B surface antibody). Most of the professionals (94.3%) had direct contact with needlesticks/sharps at work and none of the participants reported a previous infection by the virus. Conclusions: Although most participants had complete immunization, the total result of individuals who did not obtain seroconversion was eminent, so the importance of the hepatitis B surface antibody test must be disseminated in the context of public health.
Introdução: O vírus da hepatite B é o causador de um dos grandes problemas de saúde pública mundial. A infecção pode acometer toda a população de igual maneira; entretanto, os profissionais de saúde são parte de um grupo mais vulnerável à doença, visto que são expostos tanto ao risco ocupacional quanto ao risco cotidiano. Objetivos: Investigar a prevalência e os fatores associados à imunização de profissionais de saúde contra o vírus da hepatite viral tipo B na cidade de Montes Claros, Minas Gerais, Brasil. Métodos: Tratou-se de um estudo transversal e quantitativo, realizado com profissionais de saúde da atenção primária. Por amostragem aleatória por conglomerado, foram selecionados 209 profissionais médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem que tiveram interesse em participar da pesquisa. Foi aplicado um questionário estruturado, e foi realizada coleta de sangue para análise de títulos de anticorpo contra o antígeno de superfície da hepatite B. Por fim, a análise estatística descritiva e bivariada foi efetuada. Resultados: Os dados evidenciaram que 91,8% dos profissionais tinham imunização completa contra o vírus da hepatite B - ou seja, haviam tomado as três doses preconizadas da vacina. Entretanto, 13,9% da amostra, mesmo após a vacinação, se mostrou não reagente (títulos < 10 UI/mL de anticorpo contra o antígeno de superfície da hepatite B). A maioria (94,3%) dos profissionais tinha contato direto no trabalho com materiais perfurocortantes, e nenhum participante relatou infecção prévia pelo vírus. Conclusões: Apesar do fato de que a maioria dos participantes tinha imunização completa, o resultado total de indivíduos que não obtiveram soroconversão foi eminente, de modo que há de se divulgar a valia do exame de anticorpo contra o antígeno de superfície da hepatite B no contexto de saúde pública.
RESUMEN
OBJECTIVE: To analyze and compare COVID-19 patient characteristics, clinical management and outcomes between the peak and plateau periods of the first pandemic wave in Portugal. METHODS: This was a multicentric ambispective cohort study including consecutive severe COVID-19 patients between March and August 2020 from 16 Portuguese intensive care units. The peak and plateau periods, respectively, weeks 10 - 16 and 17 - 34, were defined. RESULTS: Five hundred forty-one adult patients with a median age of 65 [57 - 74] years, mostly male (71.2%), were included. There were no significant differences in median age (p = 0.3), Simplified Acute Physiology Score II (40 versus 39; p = 0.8), partial arterial oxygen pressure/fraction of inspired oxygen ratio (139 versus 136; p = 0.6), antibiotic therapy (57% versus 64%; p = 0.2) at admission, or 28-day mortality (24.4% versus 22.8%; p = 0.7) between the peak and plateau periods. During the peak period, patients had fewer comorbidities (1 [0 - 3] versus 2 [0 - 5]; p = 0.002) and presented a higher use of vasopressors (47% versus 36%; p < 0.001) and invasive mechanical ventilation (58.1 versus 49.2%; p < 0.001) at admission, prone positioning (45% versus 36%; p = 0.04), and hydroxychloroquine (59% versus 10%; p < 0.001) and lopinavir/ritonavir (41% versus 10%; p < 0.001) prescriptions. However, a greater use of high-flow nasal cannulas (5% versus 16%, p < 0.001) on admission, remdesivir (0.3% versus 15%; p < 0.001) and corticosteroid (29% versus 52%, p < 0.001) therapy, and a shorter ICU length of stay (12 days versus 8, p < 0.001) were observed during the plateau. CONCLUSION: There were significant changes in patient comorbidities, intensive care unit therapies and length of stay between the peak and plateau periods of the first COVID-19 wave.
OBJETIVO: Analisar e comparar as características de pacientes críticos com a COVID-19, a abordagem clínica e os resultados entre os períodos de pico e de platô na primeira onda pandêmica em Portugal. MÉTODOS: Este foi um estudo de coorte multicêntrico ambispectivo, que incluiu pacientes consecutivos com a forma grave da COVID-19 entre março e agosto de 2020 de 16 unidades de terapia intensiva portuguesas. Definiram-se as semanas 10 - 16 e 17 - 34 como os períodos de pico e platô. RESULTADOS: Incluíram-se 541 pacientes adultos com mediana de idade de 65 [57 - 74] anos, a maioria do sexo masculino (71,2%). Não houve diferenças significativas na mediana de idade (p = 0,3), no Simplified Acute Physiology Score II (40 versus 39; p = 0,8), na pressão parcial de oxigênio/fração inspirada de oxigênio (139 versus 136; p = 0,6), na terapia com antibióticos na admissão (57% versus 64%; p = 0,2) ou na mortalidade aos 28 dias (24,4% versus 22,8%; p = 0,7) entre o período de pico e platô. Durante o período de pico, os pacientes tiveram menos comorbidades (1 [0 - 3] versus 2 [0 - 5]; p = 0,002); fizeram mais uso de vasopressores (47% versus 36%; p < 0,001) e ventilação mecânica invasiva na admissão (58,1% versus 49,2%; p < 0,001), e tiveram mais prescrição de hidroxicloroquina (59% versus 10%; p < 0,001), lopinavir/ritonavir (41% versus 10%; p < 0,001) e posição prona (45% versus 36%; p = 0,04). Entretanto, durante o platô, observou-se maior uso de cânulas nasais de alto fluxo (5% versus 16%; p < 0,001) na admissão, remdesivir (0,3% versus 15%; p < 0,001) e corticosteroides (29% versus 52%; p < 0,001), além de menor tempo de internação na unidade de terapia intensiva (12 versus 8 dias; p < 0,001). CONCLUSÃO: Houve mudanças significativas nas comorbidades dos pacientes, nos tratamentos da unidade de terapia intensiva e no tempo de internação entre os períodos de pico e platô na primeira onda da COVID-19.
Asunto(s)
COVID-19 , Adulto , Humanos , Masculino , Persona de Mediana Edad , Anciano , Femenino , COVID-19/terapia , Pandemias , Portugal/epidemiología , Estudios de Cohortes , Cuidados Críticos , Unidades de Cuidados Intensivos , OxígenoRESUMEN
Emerging metallic contaminants (EMCs) are of concern due their presence in aquatic ecosystems and the lack of environmental regulations in several countries. This study verifies the presence of EMCs in two neotropical mangrove estuarine ecosystems (Espírito Santo Brazil) by evaluating abiotic and biotic matrices across six trophic levels (plankton, oyster, shrimp, mangrove trees, crabs and fish) and hence interrogates the trophic transfer of these elements and their possible input sources. Using the oyster Crassostrea rhizophorae as a biomonitor, ten EMCs (Bi, Ce, La, Nb, Sn, Ta, Ti, W, Y and Zr) were determined. Bi input was from iron export and pelletizing industries; Ce, La and Y inputs were mainly associated with solid waste from steel production, while Zr, Nb and Ti were related to atmospheric particulate matter emissions. EMCs were detected at various trophic levels, showing biomagnification for most of them in the Santa Cruz estuary but biodilution in Vitória Bay. These contrasting results between the estuaries could be attributed to different pollution degrees, needing further research to be fully understood. This is the first report demonstrating EMCs trophic pathways in situ, constituting an essential baseline for future research and safety regulations involving EMCs in the environment.
Asunto(s)
Cadena Alimentaria , Contaminantes Químicos del Agua , Animales , Brasil , Ecosistema , Monitoreo del Ambiente , Estuarios , Peces , Contaminantes Químicos del Agua/análisisRESUMEN
RESUMO Objetivo: Determinar o desempenho da dosagem do receptor ativador de plasminogênio tipo uroquinase solúvel quando da alta da unidade de terapia intensiva para predição da mortalidade após permanência na mesma unidade. Métodos: Durante 24 meses conduziu-se um estudo prospectivo observacional de coorte em uma unidade de terapia intensiva polivalente de oito leitos. Colheram-se os seguintes dados: APACHE II, SOFA, níveis de proteína C-reativa e receptor ativador de plasminogênio tipo uroquinase solúvel, além de contagem de leucócitos no dia da alta da unidade de terapia intensiva, em pacientes que sobreviveram à permanência na unidade de terapia intensiva. Resultados: Durante este período, incluíram-se no estudo 202 pacientes; 29 (18,6%) morreram após alta da unidade de terapia intensiva. Os não sobreviventes eram mais idosos e tinham enfermidades mais graves quando admitidos à unidade de terapia intensiva, com escores de severidade mais elevados, e necessitaram de vasopressores por mais tempo do que os que sobreviveram. As áreas sob a curva Característica de Operação do Receptor para SOFA, APACHE II, proteína C-reativa, contagem de leucócitos e receptor ativador de plasminogênio tipo uroquinase solúvel, no momento da alta da unidade de terapia intensiva, avaliadas como marcadores de prognóstico de morte hospitalar, foram, respectivamente, 0,78 (IC95% 0,70 - 0,86); 0,70 (IC95% 0,61 - 0,79); 0,54 (IC95% 0,42 - 0,65); 0,48 (IC95% 0,36 - 0,58); 0,68 (IC95% 0,58 - 0,78). O SOFA associou-se de forma independente com risco mais elevado de morte no hospital (OR 1,673; IC95% 1,252 - 2,234), assim como para mortalidade após 28 dias (OR 1,861; IC95% 1,856 - 2,555) e mortalidade após 90 dias (OR 1,584; IC95% 1,241 - 2,022). Conclusão: A dosagem do receptor ativador de plasminogênio tipo uroquinase solúvel na alta unidade de terapia intensiva teve um valor prognóstico fraco de mortalidade após a permanência nesta unidade.
ABSTRACT Objective: To determine the performance of soluble urokinase-type plasminogen activator receptor upon intensive care unit discharge to predict post intensive care unit mortality. Methods: A prospective observational cohort study was conducted during a 24-month period in an 8-bed polyvalent intensive care unit. APACHE II, SOFA, C-reactive protein, white cell count and soluble urokinase-type plasminogen activator receptor on the day of intensive care unit discharge were collected from patients who survived intensive care unit admission. Results: Two hundred and two patients were included in this study, 29 patients (18.6%) of whom died after intensive care unit discharge. Nonsurvivors were older and more seriously ill upon intensive care unit admission with higher severity scores, and nonsurvivors required extended use of vasopressors than did survivors. The area under the receiver operating characteristics curves of SOFA, APACHE II, C-reactive protein, white cell count, and soluble urokinase-type plasminogen activator receptor at intensive care unit discharge as prognostic markers of hospital death were 0.78 (95%CI 0.70 - 0.86); 0.70 (95%CI 0.61 - 0.79); 0.54 (95%CI 0.42 - 0.65); 0.48 (95%CI 0.36 - 0.58); and 0.68 (95%CI 0.58 - 0.78), respectively. SOFA was independently associated with a higher risk of in-hospital mortality (OR 1.673; 95%CI 1.252 - 2.234), 28-day mortality (OR 1.861; 95%CI 1.856 - 2.555) and 90-day mortality (OR 1.584; 95%CI 1.241 - 2.022). Conclusion: At intensive care unit discharge, soluble urokinase-type plasminogen activator receptor is a poor predictor of post intensive care unit prognosis.
Asunto(s)
Humanos , Masculino , Femenino , Anciano , Anciano de 80 o más Años , Proteína C-Reactiva/análisis , Mortalidad Hospitalaria , Receptores del Activador de Plasminógeno Tipo Uroquinasa/sangre , Unidades de Cuidados Intensivos , Alta del Paciente , Pronóstico , Índice de Severidad de la Enfermedad , Biomarcadores/sangre , Proyectos Piloto , Estudios Prospectivos , Estudios de Cohortes , APACHE , Puntuaciones en la Disfunción de Órganos , Persona de Mediana EdadRESUMEN
OBJECTIVE: To determine the performance of soluble urokinase-type plasminogen activator receptor upon intensive care unit discharge to predict post intensive care unit mortality. METHODS: A prospective observational cohort study was conducted during a 24-month period in an 8-bed polyvalent intensive care unit. APACHE II, SOFA, C-reactive protein, white cell count and soluble urokinase-type plasminogen activator receptor on the day of intensive care unit discharge were collected from patients who survived intensive care unit admission. RESULTS: Two hundred and two patients were included in this study, 29 patients (18.6%) of whom died after intensive care unit discharge. Nonsurvivors were older and more seriously ill upon intensive care unit admission with higher severity scores, and nonsurvivors required extended use of vasopressors than did survivors. The area under the receiver operating characteristics curves of SOFA, APACHE II, C-reactive protein, white cell count, and soluble urokinase-type plasminogen activator receptor at intensive care unit discharge as prognostic markers of hospital death were 0.78 (95%CI 0.70 - 0.86); 0.70 (95%CI 0.61 - 0.79); 0.54 (95%CI 0.42 - 0.65); 0.48 (95%CI 0.36 - 0.58); and 0.68 (95%CI 0.58 - 0.78), respectively. SOFA was independently associated with a higher risk of in-hospital mortality (OR 1.673; 95%CI 1.252 - 2.234), 28-day mortality (OR 1.861; 95%CI 1.856 - 2.555) and 90-day mortality (OR 1.584; 95%CI 1.241 - 2.022). CONCLUSION: At intensive care unit discharge, soluble urokinase-type plasminogen activator receptor is a poor predictor of post intensive care unit prognosis.
OBJETIVO: Determinar o desempenho da dosagem do receptor ativador de plasminogênio tipo uroquinase solúvel quando da alta da unidade de terapia intensiva para predição da mortalidade após permanência na mesma unidade. MÉTODOS: Durante 24 meses conduziu-se um estudo prospectivo observacional de coorte em uma unidade de terapia intensiva polivalente de oito leitos. Colheram-se os seguintes dados: APACHE II, SOFA, níveis de proteína C-reativa e receptor ativador de plasminogênio tipo uroquinase solúvel, além de contagem de leucócitos no dia da alta da unidade de terapia intensiva, em pacientes que sobreviveram à permanência na unidade de terapia intensiva. RESULTADOS: Durante este período, incluíram-se no estudo 202 pacientes; 29 (18,6%) morreram após alta da unidade de terapia intensiva. Os não sobreviventes eram mais idosos e tinham enfermidades mais graves quando admitidos à unidade de terapia intensiva, com escores de severidade mais elevados, e necessitaram de vasopressores por mais tempo do que os que sobreviveram. As áreas sob a curva Característica de Operação do Receptor para SOFA, APACHE II, proteína C-reativa, contagem de leucócitos e receptor ativador de plasminogênio tipo uroquinase solúvel, no momento da alta da unidade de terapia intensiva, avaliadas como marcadores de prognóstico de morte hospitalar, foram, respectivamente, 0,78 (IC95% 0,70 - 0,86); 0,70 (IC95% 0,61 - 0,79); 0,54 (IC95% 0,42 - 0,65); 0,48 (IC95% 0,36 - 0,58); 0,68 (IC95% 0,58 - 0,78). O SOFA associou-se de forma independente com risco mais elevado de morte no hospital (OR 1,673; IC95% 1,252 - 2,234), assim como para mortalidade após 28 dias (OR 1,861; IC95% 1,856 - 2,555) e mortalidade após 90 dias (OR 1,584; IC95% 1,241 - 2,022). CONCLUSÃO: A dosagem do receptor ativador de plasminogênio tipo uroquinase solúvel na alta unidade de terapia intensiva teve um valor prognóstico fraco de mortalidade após a permanência nesta unidade.
Asunto(s)
Proteína C-Reactiva/análisis , Mortalidad Hospitalaria , Unidades de Cuidados Intensivos , Receptores del Activador de Plasminógeno Tipo Uroquinasa/sangre , APACHE , Anciano , Anciano de 80 o más Años , Biomarcadores/sangre , Estudios de Cohortes , Femenino , Humanos , Masculino , Persona de Mediana Edad , Puntuaciones en la Disfunción de Órganos , Alta del Paciente , Proyectos Piloto , Pronóstico , Estudios Prospectivos , Índice de Severidad de la EnfermedadRESUMEN
Background: Heart transplant rejection originates slow and fragmented conduction. Signal-averaged ECG (SAECG) is a stratification method in the risk of rejection. Objective: To develop a risk score for rejection, using SAECG variables. Methods: We studied 28 transplant patients. First, we divided the sample into two groups based on the occurrence of acute rejection (5 with rejection and 23 without). In a second phase, we divided the sample considering the existence or not of rejection in at least one biopsy performed on the follow-up period (rejection pm1: 18 with rejection and 10 without). Results: On conventional ECG, the presence of fibrosis was the only criterion associated with acute rejection (OR = 19; 95% CI = 1.65-218.47; p = 0.02). Considering the rejection pm1, an association was found with the SAECG variables, mainly with RMS40 (OR = 0.97; 95% CI = 0.87-0.99; p = 0.03) and LAS40 (OR = 1.06; 95% IC = 1.01-1.11; p = 0.03). We formulated a risk score including those variables, and evaluated its discriminative performance in our sample. The presence of fibrosis with increasing of LAS40 and decreasing of RMS40 showed a good ability to distinguish between patients with and without rejection (AUC = 0.82; p < 0.01), assuming a cutoff point of sensitivity = 83.3% and specificity = 60%. Conclusion: The SAECG distinguished between patients with and without rejection. The usefulness of the proposed risk score must be demonstrated in larger follow-up studies.
Fundamento: A rejeição do transplante cardíaco origina zonas de condução lenta e fragmentada. O eletrocardiograma de alta resolução (ECGAR) é um método potencial de estratificação de risco da rejeição. Objetivo: Elaborar um escore de risco para rejeição, recorrendo ao ECGAR. Métodos: Estudaram-se 28 pacientes transplantados. Numa primeira fase, baseando-nos no diagnóstico de rejeição aguda, dividimos a amostra em dois grupos (5 pacientes com rejeição, 23 sem rejeição). Numa segunda fase, a divisão da amostra teve em conta o diagnóstico de rejeição em pelo menos uma biopsia realizada durante o seguimento (rejeição pm1) (18 pacientes com rejeição, 10 sem rejeição). Resultados: Para rejeição aguda, a única variável a revelar associação foi fibrose, evidenciando um aumento do risco de rejeição quando presente no ECG (OR = 19; IC 95% = 1,65-218,47; p = 0,02). Para rejeição pm1, constatamos que, para cada diminuição de unidade da RMS40, ocorre aumento de 7% do risco de rejeição (OR = 0,97; IC 95% = 0,87-0,99; p = 0,03) e que o aumento da LAS40 aumenta 1,06 vez o risco de rejeição (OR = 1,06; IC 95% = 1,01-1,11; p = 0,03). Formulamos um escore constituído por essas variáveis e aplicamos aos 28 indivíduos da amostra. A associação de fibrose, valores crescentes da LAS40 e valores decrescentes da RMS40 tem uma boa capacidade para distinguir doentes com e sem rejeição (AUC = 0,82; p < 0,01), assumindo um ponto de corte com sensibilidade = 83,3% e especificidade = 60%. Conclusão: O ECGAR distingue doentes com e sem rejeição. A utilidade do escore proposto deverá ser demonstrada em estudos de seguimento englobando uma amostra de maiores dimensões.
Asunto(s)
Adulto , Anciano , Femenino , Humanos , Masculino , Persona de Mediana Edad , Adulto Joven , Electrocardiografía/métodos , Rechazo de Injerto/diagnóstico , Trasplante de Corazón/efectos adversos , Enfermedad Aguda , Biopsia , Fibrosis Endomiocárdica/complicaciones , Fibrosis Endomiocárdica/diagnóstico , Rechazo de Injerto/etiología , Rechazo de Injerto/fisiopatología , Valores de Referencia , Reproducibilidad de los Resultados , Factores de Riesgo , Medición de Riesgo/métodos , Sensibilidad y Especificidad , Disfunción Ventricular/diagnóstico , Disfunción Ventricular/fisiopatologíaRESUMEN
BACKGROUND: Heart transplant rejection originates slow and fragmented conduction. Signal-averaged ECG (SAECG) is a stratification method in the risk of rejection. OBJECTIVE: To develop a risk score for rejection, using SAECG variables. METHODS: We studied 28 transplant patients. First, we divided the sample into two groups based on the occurrence of acute rejection (5 with rejection and 23 without). In a second phase, we divided the sample considering the existence or not of rejection in at least one biopsy performed on the follow-up period (rejection pm1: 18 with rejection and 10 without). RESULTS: On conventional ECG, the presence of fibrosis was the only criterion associated with acute rejection (OR = 19; 95% CI = 1.65-218.47; p = 0.02). Considering the rejection pm1, an association was found with the SAECG variables, mainly with RMS40 (OR = 0.97; 95% CI = 0.87-0.99; p = 0.03) and LAS40 (OR = 1.06; 95% IC = 1.01-1.11; p = 0.03). We formulated a risk score including those variables, and evaluated its discriminative performance in our sample. The presence of fibrosis with increasing of LAS40 and decreasing of RMS40 showed a good ability to distinguish between patients with and without rejection (AUC = 0.82; p < 0.01), assuming a cutoff point of sensitivity = 83.3% and specificity = 60%. CONCLUSION: The SAECG distinguished between patients with and without rejection. The usefulness of the proposed risk score must be demonstrated in larger follow-up studies.
Asunto(s)
Electrocardiografía/métodos , Rechazo de Injerto/diagnóstico , Trasplante de Corazón/efectos adversos , Enfermedad Aguda , Adulto , Anciano , Biopsia , Fibrosis Endomiocárdica/complicaciones , Fibrosis Endomiocárdica/diagnóstico , Femenino , Rechazo de Injerto/etiología , Rechazo de Injerto/fisiopatología , Humanos , Masculino , Persona de Mediana Edad , Valores de Referencia , Reproducibilidad de los Resultados , Medición de Riesgo/métodos , Factores de Riesgo , Sensibilidad y Especificidad , Disfunción Ventricular/diagnóstico , Disfunción Ventricular/fisiopatología , Adulto JovenRESUMEN
OBJECTIVOS: A hipotermia terapêutica demonstrou ter efeitos neuro e cardioprotectores, com melhoria da sobrevida e redução das sequelas neurológicas em doentes vítimas de paragem cardio-respiratória. O objectivo deste estudo foi avaliar a evolução dos doentes submetidos a hipotermia terapêutica após paragem cardio-respiratória. MÉTODOS: Estudo prospectivo observacional dos doentes submetidos a hipotermia terapêutica após paragem cardio-respiratória numa unidade de cuidados intensivos polivalente durante 10 meses. Aos doentes admitidos até 12 horas após paragem cardio-respiratória foi induzida a hipotermia terapêutica através da administração de fluidos arrefecidos e arrefecimento corporal externo e mantida a temperatura alvo, 33°C, durante 24 horas. RESULTADOS: Foram incluídos 12 doentes, idade (mediana) de 64 anos, 58 por cento do sexo masculino. A paragem cardio-respiratória ocorreu em meio hospitalar em 6 doentes. O índice de Charlson, o Sequential Organ Failure Assessment (SOFA) e o Acute Physiology and Chronic Health Evaluation II, no primeiro dia, foram 2.9 [IIQ 6.8], 11 [IIQ 2.75], e 24.5 [IIQ 15.25], respectivamente. A taxa de mortalidade na unidade de cuidados intensivos polivalente foi de 42 por cento (N=5). Dos 7 sobreviventes, 5 recuperaram o estado neurológico prévio à paragem cardio-respiratória. A hipotermia terapêutica foi iniciada cerca de 120 minutos [IIQ 78.75], após recuperação de circulação espontânea. A maioria dos doentes (75 por cento) necessitou de suporte vasopressor. Foi constatado, nos 3 dias subsequentes à paragem cardio-respiratória e hipotermia terapêutica, uma diminuição do valor mediano de SOFA (11[IIQ 2.75], no dia 0, 10 [IIQ 3], no dia 1 e 7 [IIQ 4.5], no dia 2). CONCLUSÃO: A aplicação de um protocolo de hipotermia terapêutica revelou ser simples e eficaz e permitiu obter em doentes com indicação, boa recuperação neurológica.
OBJECTIVES: Therapeutic hypothermia following cardiorespiratory arrest has been demonstrated to have cardio- and neuroprotective effects, resulting in improved survival and better neurological outcomes. The objective of this study was to assess the outcomes of patients undergoing therapeutic hypothermia following cardiorespiratory arrest. METHODS: A prospective, 10-month observational study of patients admitted to an intensive care unit and undergoing therapeutic hypothermia after cardiorespiratory arrest was undertaken. Therapeutic hypothermia was induced by cold fluid administration and body surface cooling in patients admitted no more than 12 hours after resuscitation from cardiorespiratory arrest. A target temperature of 33ºC was maintained for 24 hours. RESULTS: Overall, 12 patients were included (median age 64 years, 58 percent male). Half of the cardiorespiratory arrests were in-hospital. The median first-day Charlson Index, Sequential Organ Failure Assessment (SOFA) and Acute Physiology and Chronic Health Evaluation II scores were of 2.9, 11 and 24.5, respectively. The intensive care unit mortality rate was 42 percent (N=5). Five of the 7 surviving patients recovered their pre-cardiorespiratory arrest neurological status. Hypothermia was initiated 120 min (median) after recovery of spontaneous circulation. Most patients (75 percent) required vasopressor support. During the first 3 days after cardiorespiratory arrest and therapeutic hypothermia, a progressive SOFA score decrease (median 11 on day 0, 10 on day 1 and 7 on day 2) was observed. DISCUSSION: In this study, therapeutic hypothermia was applied to all post-cardiorespiratory arrest patients and demonstrated good neurological outcome in surviving patients.
RESUMEN
OBJECTIVES: Therapeutic hypothermia following cardiorespiratory arrest has been demonstrated to have cardio- and neuroprotective effects, resulting in improved survival and better neurological outcomes. The objective of this study was to assess the outcomes of patients undergoing therapeutic hypothermia following cardiorespiratory arrest. METHODS: A prospective, 10-month observational study of patients admitted to an intensive care unit and undergoing therapeutic hypothermia after cardiorespiratory arrest was undertaken. Therapeutic hypothermia was induced by cold fluid administration and body surface cooling in patients admitted no more than 12 hours after resuscitation from cardiorespiratory arrest. A target temperature of 33ºC was maintained for 24 hours. RESULTS: Overall, 12 patients were included (median age 64 years, 58% male). Half of the cardiorespiratory arrests were in-hospital. The median first-day Charlson Index, Sequential Organ Failure Assessment (SOFA) and Acute Physiology and Chronic Health Evaluation II scores were of 2.9, 11 and 24.5, respectively. The intensive care unit mortality rate was 42% (N=5). Five of the 7 surviving patients recovered their pre-cardiorespiratory arrest neurological status. Hypothermia was initiated 120 min (median) after recovery of spontaneous circulation. Most patients (75%) required vasopressor support. During the first 3 days after cardiorespiratory arrest and therapeutic hypothermia, a progressive SOFA score decrease (median 11 on day 0, 10 on day 1 and 7 on day 2) was observed. DISCUSSION: In this study, therapeutic hypothermia was applied to all post-cardiorespiratory arrest patients and demonstrated good neurological outcome in surviving patients.