ABSTRACT
Objetivo. Estimar a taxa de coinfecção do HIV/sífilis nas gestantes de Porto Alegre, estado do Rio Grande do Sul, e sua associação com a transmissão vertical do HIV e variáveis socioeconômicas. Método. Neste estudo transversal retrospectivo analítico, foram utilizados dados do sistema de vigilância epidemiológica de gestantes portadoras do HIV e crianças expostas e dados da sífilis na gestação e da sífilis congênita no período de 2010 a 2013. Resultados. A população do estudo incluiu 1 500 gestantes positivas para HIV com partos no período de 2010 a 2013. Dessas, 155 (10,3%) também eram infectadas por sífilis, correspondendo a uma taxa de coinfecção HIV/sífilis de 10,2% (± 1,5%). Foi encontrada menor escolaridade no grupo de gestantes coinfectadas, bem como maior prevalência de mulheres negras e maior exposição ao HIV relacionada ao uso de drogas pelo parceiro e pela gestante. Gestantes com coinfecção HIV/sífilis tiveram diagnóstico do HIV em momentos mais tardios, como no parto, além de maior prevalência de não realização de pré-natal (44%). Na análise bruta foi identificada associação da transmissão vertical do HIV com a presença de coinfecção HIV/sífilis (razão de prevalência = 2,1; IC95%: 1,21 a 3,74; P = 0,01), a qual se manteve na análise ajustada. Conclusão. Um perfil de maior vulnerabilidade foi evidenciado no grupo de gestantes coinfectadas por HIV/sífilis, enfatizando a importância de melhorar o acesso a atendimento qualificado à saúde para impacto positivo do tratamento na redução da sífilis congênita e na eliminação da transmissão vertical do HIV.
Objective. To estimate the rate of HIV and syphilis coinfection among pregnant women living in Porto Alegre, Brazil, as well as the association of coinfection with vertical HIV transmission and socioeconomic variables. Method. This analytical retrospective cross-sectional study employed data from the regular epidemiological surveillance system for the period from 2010 to 2013. Data were obtained regarding pregnant women with HIV and exposed children, syphilis in pregnancy, and congenital syphilis. Results. The study population included 1 500 HIV-positive women with deliveries from 2010 to 2013. Of these, 155 (10.3%) were also infected with syphilis, corresponding to an HIV and syphilis coinfection rate of 10.2% (± 1.5%). The coinfected group had lower education levels, higher prevalence of black women, and greater HIV exposure related to drug use by the woman or a partner. Coinfected women had more delayed HIV diagnosis (for example, during childbirth) and greater prevalence of lacking prenatal care (44%). Crude analysis showed an association between vertical HIV transmission and HIV and syphilis co-infection (PR = 2.1; 95%CI: 1.21-3.74; P = 0.01) that persisted in the adjusted analysis. Conclusion. A profile of increased vulnerability was identified among pregnant women with HIV and syphilis coinfection. A positive impact of the treatment to reduce congenital syphilis and eliminate vertical transmission of HIV depends on enhanced access to qualified health care.
Subject(s)
Infectious Disease Transmission, Vertical , Coinfection , Brazil , HIV , Syphilis , Infectious Disease Transmission, Vertical , Coinfection , SyphilisABSTRACT
RESUMO Objetivo Estimar a taxa de coinfecção do HIV/sífilis nas gestantes de Porto Alegre, estado do Rio Grande do Sul, e sua associação com a transmissão vertical do HIV e variáveis socioeconômicas. Método Neste estudo transversal retrospectivo analítico, foram utilizados dados do sistema de vigilância epidemiológica de gestantes portadoras do HIV e crianças expostas e dados da sífilis na gestação e da sífilis congênita no período de 2010 a 2013. Resultados A população do estudo incluiu 1 500 gestantes positivas para HIV com partos no período de 2010 a 2013. Dessas, 155 (10,3%) também eram infectadas por sífilis, correspondendo a uma taxa de coinfecção HIV/sífilis de 10,2% (± 1,5%). Foi encontrada menor escolaridade no grupo de gestantes coinfectadas, bem como maior prevalência de mulheres negras e maior exposição ao HIV relacionada ao uso de drogas pelo parceiro e pela gestante. Gestantes com coinfecção HIV/sífilis tiveram diagnóstico do HIV em momentos mais tardios, como no parto, além de maior prevalência de não realização de pré-natal (44%). Na análise bruta foi identificada associação da transmissão vertical do HIV com a presença de coinfecção HIV/sífilis (razão de prevalência = 2,1; IC95%: 1,21 a 3,74; P = 0,01), a qual se manteve na análise ajustada. Conclusão Um perfil de maior vulnerabilidade foi evidenciado no grupo de gestantes coinfectadas por HIV/sífilis, enfatizando a importância de melhorar o acesso a atendimento qualificado à saúde para impacto positivo do tratamento na redução da sífilis congênita e na eliminação da transmissão vertical do HIV.
ABSTRACT Objective To estimate the rate of HIV and syphilis coinfection among pregnant women living in Porto Alegre, Brazil, as well as the association of coinfection with vertical HIV transmission and socioeconomic variables. Method This analytical retrospective cross-sectional study employed data from the regular epidemiological surveillance system for the period from 2010 to 2013. Data were obtained regarding pregnant women with HIV and exposed children, syphilis in pregnancy, and congenital syphilis. Results The study population included 1 500 HIV-positive women with deliveries from 2010 to 2013. Of these, 155 (10.3%) were also infected with syphilis, corresponding to an HIV and syphilis coinfection rate of 10.2% (± 1.5%). The coinfected group had lower education levels, higher prevalence of black women, and greater HIV exposure related to drug use by the woman or a partner. Coinfected women had more delayed HIV diagnosis (for example, during childbirth) and greater prevalence of lacking prenatal care (44%). Crude analysis showed an association between vertical HIV transmission and HIV and syphilis co-infection (PR = 2.1; 95%CI: 1.21-3.74; P = 0.01) that persisted in the adjusted analysis. Conclusion A profile of increased vulnerability was identified among pregnant women with HIV and syphilis coinfection. A positive impact of the treatment to reduce congenital syphilis and eliminate vertical transmission of HIV depends on enhanced access to qualified health care.
Subject(s)
Pregnancy , Syphilis/transmission , Epidemiology/statistics & numerical data , HIV , Infectious Disease Transmission, VerticalABSTRACT
OBJECTIVE: To estimate the rate of HIV and syphilis coinfection among pregnant women living in Porto Alegre, Brazil, as well as the association of coinfection with vertical HIV transmission and socioeconomic variables. METHOD: This analytical retrospective cross-sectional study employed data from the regular epidemiological surveillance system for the period from 2010 to 2013. Data were obtained regarding pregnant women with HIV and exposed children, syphilis in pregnancy, and congenital syphilis. RESULTS: The study population included 1 500 HIV-positive women with deliveries from 2010 to 2013. Of these, 155 (10.3%) were also infected with syphilis, corresponding to an HIV and syphilis coinfection rate of 10.2% (± 1.5%). The coinfected group had lower education levels, higher prevalence of black women, and greater HIV exposure related to drug use by the woman or a partner. Coinfected women had more delayed HIV diagnosis (for example, during childbirth) and greater prevalence of lacking prenatal care (44%). Crude analysis showed an association between vertical HIV transmission and HIV and syphilis co-infection (PR = 2.1; 95%CI: 1.21-3.74; P = 0.01) that persisted in the adjusted analysis. CONCLUSION: A profile of increased vulnerability was identified among pregnant women with HIV and syphilis coinfection. A positive impact of the treatment to reduce congenital syphilis and eliminate vertical transmission of HIV depends on enhanced access to qualified health care.