ABSTRACT
Objetivos: Estimar as taxas de sobrevida global e livre de eventos em portadores de linfoma de Hodgkin (LH), bem como identificar fatores prognósticos. Métodos: Estudo de coorte retrospectivo, incluindo variáveis demográficas, laboratoriais, tipo histológico, estadiamento e tratamento de 107 pacientes menores de 18 anos de idade admitidos no Departamento de Pediatria do Centro de Tratamento e Pesquisa Hospital do Câncer, no período entre 1985 e 1995. Resultados: Dos pacientes, 81 (76%) eram do sexo masculino e 80% da raça branca. A média de idade foi 10 anos (2 a 18 anos). Adenomegalia cervical foi a principal queixa referida (68% dos pacientes) e 55% apresentavam tempo de queixa menor que seis meses. Os subtipos EN e CM foram encontrados em 43% e 41% dos casos, respectivamente. Os estádios clínicos II e III foram os mais frequentes (33% cada um). Os sítios metastáticos mais frequentes nos EC IV foram fígado (42%) e pulmão (38%). As taxas de SG e SLE em 10 anos foram de 82,4% e 82,5%, respectivamente. O estádio clínico se mostrou como fator prognóstico significativo para as SG e SLE. A análise univariada revelou a presença de sintomas B, nível de Hb £ 9,3 g/dl, leucócitos £ 6.100 mm3, plaquetas £ 274.000/mm3 e ocorrência de recaída como fatores de mau prognóstico, enquanto a análise múltipla mostrou como fatores prognósticos independentes a presença de sintomas B e contagem de plaquetas. Conclusões: A identificação de fatores prognósticos é valiosa para a adequada estratificação dos pacientes em grupos de risco, adequando-os a esquemas de tratamento que maximizem as taxas de cura e minimizem os efeitos colaterais tardios.