ABSTRACT
INTRODUÇAO: No Brasil ainda são escassos os dados sobre limitacões no comportamento social, sintomas psiquiátricos e habilidades de vida independente. Nesse sentido foi realizado um estudo seccional em uma populacão de 881 pacientes psiquiátricos de longa permanência. METODOLOGIA: Foram coletados dados de todos os pacientes residentes no Instituto Municipal Juliano Moreira, utilizando três instrumentos: Avaliacão das Limitacões no Comportamento Social (SBS-BR), Brief Psychiatric Rating Scale (BPRS) e o Inventário de Habilidades de Vida Independente para Pacientes Psiquiátricos - (ILSS-BR). RESULTADOS: Do total de pacientes, 75% apresentaram pouca habilidade de vida independente, score < 2, e limitacões no comportamento social, especialmente nos itens: cuidados pessoais (50,9%), comunicacão espontânea (46,2%) e retardo psico-motor (hipoatividade) (37,5%); 15.1% dos pacientes com esquizofrenia apresentaram sintomas graves de alucinacões, delírios e desorganizacão conceitual; 11.5% dos pacientes esquizofrênicos não apresentaram sintomatologia psiquiátrica, no último mês, e 16% não apresentaram limitacões no comportamento social. CONCLUSAO: 50% dos pacientes têm mais de 65 anos e vivem na Instituicão por mais de 38 anos. Apresentam altas taxas de problemas no comportamento e pouca autonomia. Os dados sugerem a importância de programas específicos para estes pacientes. Além disso, existe um grupo de pacientes sem sintomas psiquiátricos, com bom grau de autonomia e sem limitacões no comportamento social que poderia viver em residências terapêuticas na comunidade.
Subject(s)
Humans , Social Behavior , Phobic Disorders/epidemiology , Mental Disorders/epidemiology , Mental Competency , Time FactorsABSTRACT
Desde a sua fundação, na década de 1920, a Colônia Juliano Moreira (CJM), atual Instituto de Assistência à Saúde Juliano Moreira, faz parte dos serviços de assistência aos portadores de distúrbio mental. ao longo de sua história, a Colônia Juliano Moreira passou por vários processos de transformação. Esta instituição representa bem a política de saúde mental à época de sua criação, e, no período de 1950 a 1974, era o terceiro mais populoso hospital psiquiátrico do Brasil. Em 1997, a Unidade Hospitalar Franco da Rocha (uma das unidades para pacientes crônicos da CJM), demarcando o primeiro passo na transformação definitiva da estrutura custodial da instituição em um ambiente residencial, inaugurou o primeiro Lar de Acolhimento do sistema público no Rio de Janeiro, beneficiando inicialmente 40 pacientes do sexo feminino. A partir deste trabalho podeðse constatar que, embora estes lares de acolhimento estejam situados dentro da área da instituição, o programa assistencial mostrou resultados no sentido de modificar comportamentos considerados crônicos. Acreditamos que a mudança ocorrida no modo de viver, o aumento do nível de independência e bemðestar, a melhoria das relações sociais e o maior grau de autoconfiança provam ser o lar de acolhimento, associado a práticas terapêuticas utilizadas, condição essencial para uma reabilitação psicossocial