ABSTRACT
Este escrito se vale de modos de pensar presentes na filosofia de Friedrich Wilhelm Nietzsche (1844-1900) para explorar alguns sentidos trágicos que compõem formulações denominadas de "promoção da saúde", entre eles, a extravagante noção de qualidade de vida. Por meio de causos do trabalho em saúde, oferta falsos fragmentos de reais encontros de cuidado para anunciar uma trágica micropromoção da saúde como conceito-ferramenta para pensar a relação entre controle e risco, entre proteção e êxtase na produção da saúde. Por fim, a perspectiva da redução de danos é visualizada como possibilidade clínico-política para habitar e suportar criativamente o horror trágico da nossa condição humana em sua face sanitária. (AU)
This text uses ways of thinking present in the philosophy of Friedrich Wilhelm Nietzsche (1844-1900) to explore some tragic meanings that compose formulations denominated health promotion, including the extravagant notion of quality of life. Through health work stories, it offers false fragments of real encounters of care to announce a tragic micro-promotion of health as a tool-concept to think about the relationship between control and risk, between protection and ecstasy in health production. Lastly, the perspective of damage reduction is viewed as a clinical-political possibility to inhabit and creatively tolerate the tragic horror of our human condition in its sanitary face. (AU)
Resumen Este escrito se vale de maneras de pensar presentes en la filosofía de Friedrich Wilhelm Nietzsche (1844-1900) para explorar algunos sentidos trágicos que componen formulas denominadas de promoción de la salud, entre ellos, la extravagante noción de calidad de vida. Por medio de relatos del trabajo en salud, ofrece falsos fragmentos de encuentros de cuidado reales para anunciar una trágica micropromoción de la salud como concepto-herramienta para pensar la relación entre control y riesgo, entre protección y éxtasis en la producción de la salud. Finalmente, la perspectiva de la reducción de daños es visualizada como posibilidad clínico-política para habitar y soportar creativamente el horror trágico de nuestra condición humana en su aspecto sanitario. (AU)
ABSTRACT
Este artigo discute práticas de cuidado do Consultório de/na rua, serviço que se delineia no Sistema Único de Saúde, destinado à atenção às pessoas em situação de rua. A intenção é problematizar as estratégias de acolhimento e cuidado em saúde, bem como as diretrizes ou valores desse trabalho, muitas vezes destoantes entre si, como: as ações programadas de rastreamento e autoridade moral sobre pessoas com vida na rua e as ações disruptivas do modelo urbano de cidade saudável e segura, para uma forte inclusão de pessoas que, por variados motivos, levam esse tipo de vida. Como recurso de análise, estão diários de campo escritos pelos trabalhadores de um desses consultórios localizado em Porto Alegre, Brasil que, em seu cotidiano, percorrem as ruas e redes de saúde e intersetorial com todas as suas dificuldades e potências.
This paper discusses healthcare practices relating to consultation offices in the street, which are a service delineated within the Brazilian National Health System that is directed towards caring for people living on the streets. The intention was to pose questions regarding healthcare and reception strategies, along with the guidelines or values of this work. These are often discordant with each other, like the programmed actions of tracking and moral authority over people living on the streets and the disruptive actions of the urban model for healthy and safe cities, in relation to strong inclusion of people who, for various reasons, live in such situation. Field diaries written by workers at one these consultation offices, located in Porto Alegre, Brazil, comprise an analysis resource. In these workers day-to-day routine, they pass through the streets and health and intersectoral networks with all their difficulties and strengths.
Este articulo discute prácticas de cuidado del Consultorio de/en la calle, un servicio delineado en el Sistema Brasilleño de Salud destinado a la atención de las personas que viven en la calle. La intención es problematizar las estrategias de acogida y de cuidado de la salud, así como las directrices o valores de este trabajo que muchas veces no concuerdan entre sí, como las acciones programadas de rastreo y autoridad moral sobre personas que viven en la calle y las acciones disruptivas del modelo urbano de ciudad saludable y segura para una fuerte inclusión de personas que viven en esa situación. Como recursos de análisis están los diarios de campo escritos por los trabajadores de uno de estos consultorios, localizado en Porto Alegre, Brazil, que en su cotidiano recorren las calles y las redes de salud e intersectorial con todas sus dificultades y puntos fortes.
Subject(s)
Humans , Male , Female , Primary Health Care , Social Support , Unified Health SystemABSTRACT
A regionalização da saúde é objeto de políticas nacionais desde os primórdios do século XX. No Brasil, a descentralização do sistema de saúde foi um tema relevante desde o início da década de 1960, sendo destaque já na 3 (Terceira) Conferência Nacional de Saúde, em 1963. A criação do Sistema Único de Saúde (SUS) aloca à problemática da descentralização e da regionalização novas texturas e um plano de complexidade que problematiza políticas, gestão e avaliação, colocando em destaque contextos locorregionais, capacidades institucionais e o cotidiano do sistema de saúde e a participação dos diferentes atores na sua configuração. Este artigo analisa a construção de uma iniciativa de regionalização desenvolcida no Estado da Bahia desde 2007, articulada à educação permanente em saúde. A iniciativa se materializou em um processo de planejamento e implementação de diversas modalidades de formação de quadros, como atividades de especialização, de aperfeiçoamento e de atualização no conjunto de nove macrorregiões de saúde. O plano de análise constituiu-se em duas etapas: a primeira descreve a construção epistemológica dessas iniciativas, com base em conceitos e teorias da Saúde Coletiva, da Educação e da Geografia contemporâneas; e a segunda descreve o escopo das iniciativas desenvolvidas.