ABSTRACT
A grande quantidade de resíduos sólidos gerados pela produção e consumo traz para as cidades brasileiras o desafio de implantar Programas de Gerenciamento de Resíduos em consonância a Política Nacional de Resíduos Sólidos e de forma a preservar o meio ambiente e a vida humana. A Política Nacional de Resíduos Sólidos prevê a prevenção, precaução, redução e reutilização e reciclagem de resíduos sólidos e estabelece mecanismos de inserção de organizações de catadores nos sistemas municipais de coleta seletiva com a inclusão social de catadores. Este trabalho teve como objetivo levantar relatos de práticas sobre os riscos à saúde dos trabalhadores nas centrais de triagem no que se refere à precariedade do ambiente de trabalho, uso de máquinas e equipamentos no processo de trabalho e com relação a ergonomia. A metodologia utilizada foi o levantamento bibliográfico, descritivo dos riscos a saúde dos trabalhadores nas centrais de triagem de diversas cidades e Estados do Brasil. Os resultados levantados mostram que os catadores trabalham em centrais de triagem precárias, insalubres, estão submetidos a riscos à saúde como poeira, risco de acidentes com máquinas sem proteção, riscos de cortes com objetos perfuro-cortantes, riscos de incêndio e ergonômicos pelo levantamento de peso e posturas corporais. O reconhecimento da atividade do catador pela Classificação Brasileira de Ocupações e as Políticas Públicas implantadas nas cidades com a instalação de centrais de triagem não dão respostas à sociedade e aos trabalhadores na medida em que não oferecem condições dignas e seguras de trabalho, não reconhecendo o importante trabalho realizado pelos catadores como agentes ambientais e como cidadãos, violados os seus direitos fundamentais de saúde, proteção e segurança do trabalho.