ABSTRACT
Introdução: O câncer de cabeça e pescoço compreende uma das principais neoplasias malignas com mais de 913 mil caso por ano, sendo o Carcinoma Células Escamosas (CCE) responsável por mais de 90% dos tumores nessa região. Com tratamento, o paciente apresenta sobrevida global em 5 anos variando de 12,9% a 89,9%, a depender principalmente do estadiamento clínico inicial. Um fator determinante é o acometimento linfonodal metastático, responsável por uma redução de cerca de 50% na sobrevida desses pacientes. O esvaziamento cervical ampliado busca a remoção completa dessa metástase linfonodal cervical com uma margem de segurança e que junto ao emprego de radioterapia e quimioterapia adjuvante possam reduzir a recidiva regional. Objetivos: Estudar os fatores prognósticos relacionados ao esvaziamento cervical radical ampliado (ECA) em pacientes portadores de CCE de cabeça e pescoço com metástase linfonodal, bem como suas complicações, recidiva e sobrevida. Materiais e Métodos: Estudo de coorte retrospectivo e observacional dos pacientes com carcinoma espinocelular, submetidos à cirurgia com esvaziamento cervical ampliado, no A.C. Camargo Cancer Center, no período de 1990 a 2015. Dos quais 78 pacientes cumpriram fatores de inclusão, sendo avaliados os dados: clínicos, cirúrgicos, anatomopatológicos, complicações, tratamento adjuvante, recidiva e sobrevida; analisados valores relativos, medianas e curvas de sobrevida calculados com método Kaplan-Meier e long-rank. Resultados: Nossa casuística representa 7% dos casos de esvaziamento cervical por CCE de via aérea digestiva superior (VADS), no esvaziamento ampliado as estruturas mais ressecadas são: pele (30,8%), nervo hipoglosso (17,9%), músculo digástrico (16,6%), sendo possível observar que uma maior quantidade de estruturas removidas não implica uma piora da recidiva cervical p=0,3, todavia a ressecção cervical com margens negativas "R0" apresenta menor recidiva cervical p=0,05. A terapia adjuvante com radioterapia apresenta impacto significativo para redução na recidiva no pescoço submetido a ECA com p<0,003. Sobrevida global e sobrevida específica por câncer foram de 30% e 32% em 5 anos, respectivamente. Conclusão: O esvaziamento cervical ampliado é um recurso importante no tratamento do câncer de cabeça e pescoço avançado, o ECA deve objetivar ressecçaÌo a "R0", uma maior quantidade de estruturas de ressecção não impacta na recidiva. ECA seguido de terapia adjuvante que inclua ao menos radioterapia propicia uma menor recidiva cervical.
Introduction: Head and neck cancer comprises one of the main malignant neoplasms with more than 913 thousand cases per year, with Squamous Cell Carcinoma (SCC) responsible for more than 90% of tumors in this region. With treatment, the patient has a 5-year overall survival ranging from 12.9% to 89.9%, depending mainly on the initial clinical staging. A determining factor is the metastatic lymph node involvement, responsible for a reduction of about 50% in the survival of these patients. Extended neck dissection seeks the complete removal of this cervical lymph node metastasis with a safety margin and that, together with the use of radiotherapy and adjuvant chemotherapy can reduce regional recurrence. Objectives: To study the prognostic factors related to extended radical neck dissection (END) in patients with head and neck SCC with lymph node metastasis, as well as its complications, recurrence and survival. Materials and Methods: Retrospective and observational cohort study of patients with squamous cell carcinoma undergoing surgery with extended neck dissection, in the A.C. Camargo Cancer Center, from 1990 to 2015. Of which 78 patients met inclusion factors, being evaluated the data: clinical, surgical, anatomopathological, complications, adjuvant treatment, recurrence and survival; relative values, medians and survival curves calculated using the Kaplan-Meier and long-rank methods were analyzed. Results: Our series represents 7% of cases of neck dissection by SCC of the upper digestive tract, in the extended dissection the most resected structures are: skin (30.8%), hypoglossal nerve (17.9%), digastric muscle (16.6%), being possible to observe that a greater amount of removed structures does not imply a worsening of cervical recurrence p=0.3, however the cervical resection with negative margins "R0" presents a lower cervical recurrence p=0.05 . Adjuvant therapy with radiotherapy has a significant impact on reducing recurrence in the neck undergoing END with p<0.003. Overall survival and cancer-specific survival were 30% and 32% at 5 years, respectively. Conclusion: Extended neck dissection is an important resource in the treatment of advanced head and neck cancer, the ECA should aim at "R0" resection, a greater amount of resection structures does not impact recurrence. END followed by adjuvant therapy that includes at least radiotherapy provides less cervical recurrence.