ABSTRACT
Resumo Fundamento: O fondaparinux é um anticoagulante eficaz e seguro usado no tratamento de síndromes coronarianas agudas (SCAs). No entanto, devido à baixa representatividade de indivíduos obesos em ensaios clínicos, os efeitos de se aplicar os resultados desse medicamento nesta população continuam incertos. Objetivos: Comparar o fondaparinux à enoxaparina no tratamento de obesos com SCA. Métodos: Este é um estudo do tipo coorte retrospectivo, incluindo indivíduos obesos (IMC ≥ 30 Kg/m2) internados com Infarto do Miocárdio sem Elevação do Segmento ST (IAMSSST) ou Angina Instável (AI) e tratados com fondaparinux ou enoxaparina entre 2010 e 2020. Os grupos que receberam fondaparinux e enoxaparina foram comparados quanto suas características clínicas e laboratoriais usando o teste do qui-quadrado e o teste de Mann-Whitney, conforme apropriado. A incidência dos desfechos primários (morte, reinfarto, acidente vascular cerebral, sangramento maior) foi comparada entre os grupos. Um p<0,05 foi considerado estatisticamente significativo em todas as análises. Resultados: Um total de 367 pacientes obesos com IAMSSST ou AI foi incluído, dos quais 258 usaram fondaparinux e 109 usaram enoxaparina. A idade média foi 64 ± 12 anos, 52,9% eram do sexo masculino. A prevalência e diabetes, hipertensão, dislipidemia, doença arterial coronariana prévia, acidente vascular cerebral prévio, e implementação de estratégia invasiva foi similar entre os grupos. A incidência do desfecho primário foi 4,7% no grupo fondaparinux e 5,5% no grupo enoxaparina (p = 0,729). Não houve diferença entre os grupos quando os componentes do desfecho primário foram analisados separadamente. Conclusão: Em uma amostra de pacientes obesos com IAMSSST ou AI, não houve diferença na ocorrência do desfecho composto (morte, acidente vascular cerebral, reinfarto, sangramento maior) entre os pacientes que utilizaram fondaparinux ou enoxaparina.
Abstract Background: Fondaparinux is an effective and safe anticoagulant in the treatment of acute coronary syndromes (ACS). However, due to the low representation of obese individuals in clinical trials, the effects of applying the results of this drug to this population remain uncertain. Objectives: To compare Fondaparinux to Enoxaparin in the treatment of obese patients with ACS. Methods: This is a retrospective cohort study, including obese individuals (BMI ≥ 30 Kg/m2) admitted with non-ST-segment elevation myocardial infarction (NSTEMI) or unstable angina (UA) and treated with Fondaparinux or Enoxaparin between 2010 and 2020. The Fondaparinux and Enoxaparin groups were compared for their clinical and laboratory characteristics using chi-square and Mann-Whitney tests, as appropriate. The incidence of primary outcomes (death, reinfarction, stroke, major bleeding) was compared between groups. P-value < 0.05 was considered significant for all analyses. Results: A total of 367 obese patients with NSTEMI or UA were included, of whom 258 used Fondaparinux and 109 used Enoxaparin. Mean age was 64 ± 12 years, and 52.9% were male. The prevalence of diabetes, hypertension, dyslipidemia, prior coronary artery disease, prior stroke, and implementation of invasive strategy was similar between groups. The incidence of the primary outcome was 4.7% in the Fondaparinux group and 5.5% in the Enoxaparin group (p = 0.729). There was no difference between groups when analyzing the components of the primary outcome separately. Conclusion: In a sample of obese patients with NSTEMI or UA, there was no difference in the occurrence of the composite outcome (death, stroke, reinfarction, major bleeding) between patients who used Fondaparinux or Enoxaparin.
ABSTRACT
Resumo Fundamento As mulheres, em comparação aos homens, apresentam piores resultados após a síndrome coronariana aguda (SCA). No entanto, ainda não está claro se o sexo feminino em si é um preditor independente de tais eventos adversos. Objetivo Este estudo tem como objetivo avaliar a associação entre o sexo feminino e a mortalidade hospitalar após infarto do miocárdio com supradesnivelamento do segmento ST (IAMCSST). Métodos Conduzimos um estudo de coorte retrospectivo, recrutando pacientes consecutivos com IAMCSST, internados em um hospital terciário de janeiro de 2018 a fevereiro de 2019. Todos os pacientes foram tratados de acordo com as recomendações das diretrizes atuais. Modelos de regressão logística multivariada foram aplicados para avaliar a mortalidade hospitalar utilizando variáveis de GRACE. A precisão do modelo foi avaliada usando o índice c. Um valor de p < 0,05 foi estatisticamente significativo. Resultados Dos 1.678 pacientes com SCA, 709 apresentaram IAMCSST. A população era composta por 36% de mulheres e a idade média era de 61 anos. As mulheres tinham maior idade (63,13 anos vs. 60,53 anos, p = 0,011); apresentavam hipertensão (75,1% vs. 62,4%, p = 0,001), diabetes (42,2% vs. 27,8%, p < 0,001) e hiperlipidemia (34,1% vs. 23,9%, p = 0,004) mais frequentemente; e apresentaram menor probabilidade de serem submetidas a intervenção coronária percutânea (ICP) por acesso radial (23,7% vs. 46,1%, p < 0,001). A taxa de mortalidade hospitalar foi significativamente maior em mulheres (13,2% vs. 5,6%, p = 0,001), e o sexo feminino permaneceu em maior risco de mortalidade hospitalar (OR 2,79, IC de 95% 1,15-6,76, p = 0,023). Um modelo multivariado incluindo idade, sexo, pressão arterial sistólica, parada cardíaca e classe de Killip atingiu 94,1% de precisão na previsão de mortalidade hospitalar, e o índice c foi de 0,85 (IC de 95% 0,77-0,93). Conclusão Após ajuste para os fatores de risco no modelo de previsão do GRACE, as mulheres continuam em maior risco de mortalidade hospitalar.
Abstract Background Women, in comparison to men, experience worse outcomes after acute coronary syndrome (ACS). However, whether the female sex per se is an independent predictor of such adverse events remains unclear. Objective This study aims to assess the association between the female sex and in-hospital mortality after ST-elevation myocardial infarction (STEMI). Methods We conducted a retrospective cohort study by enrolling consecutive STEMI patients admitted to a tertiary hospital from January 2018 to February 2019. All patients were treated per current guideline recommendations. Multivariable logistic regression models were applied to evaluate in-hospital mortality using GRACE variables. Model accuracy was evaluated using c-index. A p-value < 0.05 was statistically significant. Results Out of the 1678 ACS patients, 709 presented with STEMI. The population consisted of 36% women, and the median age was 61 years. Women were older (63.13 years vs. 60.53 years, p = 0.011); more often presented with hypertension (75.1% vs. 62.4%, p = 0.001), diabetes (42.2% vs. 27.8%, p < 0.001), and hyperlipidemia (34.1% vs. 23.9%, p = 0.004); and were less likely to undergo percutaneous coronary intervention (PCI) via radial access (23.7% vs. 46.1%, p < 0.001). In-hospital mortality rate was significantly higher in women (13.2% vs. 5.6%, p = 0.001), and the female sex remained at higher risk for in-hospital mortality (OR 2.79, 95% CI 1.15-6.76, p = 0.023). A multivariate model including age, sex, systolic blood pressure, cardiac arrest, and Killip class was 94.1% accurate in predicting in-hospital mortality, and the c-index was 0.85 (95% CI 0.77-0.93). Conclusion After adjusting for the risk factors in the GRACE prediction model, women remain at higher risk for in-hospital mortality.
ABSTRACT
OBJETIVO: avaliar a contribuição da pandemia por COVID-19 sobre os tempos de atendimento e desfechos clínicos de admissões relacionadas à Síndrome Coronariana Aguda. MÉTODO: Coorte retrospectiva. Os dados foram analisados pelo SPSS, versão 20.0, empregados em testes paramétricos e não paramétricos para comparar os grupos. Aplicado o Modelo linear generalizado para análise multivariada. RESULTADOS: Incluídos 434 pacientes no período pré-pandemia e 430 durante a pandemia. Delta-t foi maior no período durante a pandemia (p=0,003). Não encontramos diferença nos tempos de atendimento e mortalidade. Admissão no período da pandemia (RR1,56; IC95%:1,30-1,87) e ter diagnóstico de cardiopatia isquêmica prévio (RR1,82; IC95%:1,50-2,20) foram associados ao aumento do Delta-t. CONCLUSÃO: Não houve diferença no número de pacientes que acessou a emergência por Síndrome Coronariana Aguda nos períodos analisados. Apesar do Delta-t ter sido maior durante a pandemia, não foram observados piores desfechos clínicos.
OBJECTIVE: To assess the impact of the COVID-19 pandemic on response times and clinical outcomes of acute coronary syndrome admissions. METHOD: Retrospective cohort study. Data were analyzed using SPSS version 20.0 with parametric and non-parametric tests for group comparisons. Generalized linear modeling was used for multivariate analysis. RESULTS: 434 patients were included in the pre-pandemic period and 430 during the pandemic. Delta-t was higher during the pandemic period (p=0.003). There were no differences in response times and mortality. Admission during the pandemic period (RR 1.56; 95% CI: 1.30-1.87) and a previous diagnosis of ischemic heart disease (RR 1.82; 95% CI: 1.50-2.20) were associated with increased delta-t. CONCLUSIONS: There was no difference in the number of patients presenting to the emergency department with acute coronary syndrome during the periods analyzed. Despite longer Delta-t during the pandemic, no worse clinical outcomes were observed.
Subject(s)
Humans , Male , Middle Aged , Emergency Service, Hospital , Acute Coronary Syndrome , COVID-19 , Patient Admission , Retrospective Studies , Cohort Studies , Hospitals, UniversityABSTRACT
Resumo Fundamento: A terapia de reperfusão precoce é reconhecida como a abordagem mais eficaz para reduzir as taxas de letalidade de casos em pacientes com infarto do miocárdio com supradesnivelamento do segmento ST (IAMCSST). Objetivo: Estimar as consequências clínicas e econômicas do atraso da reperfusão em pacientes com IAMCSST. Métodos: O presente estudo de coorte retrospectivo avaliou as taxas de mortalidade e as despesas totais decorrentes do atraso na terapia de reperfusão em 2.622 indivíduos com IAMCSST. Os custos de cuidados hospitalares e perda de produtividade por morte ou incapacidade foram estimados sob a perspectiva do Sistema Único de Saúde indexado em dólares internacionais (Int$) ajustados pela paridade do poder de compra. Foi considerado estatisticamente significativo p < 0,05. Resultados: Cada hora adicional de atraso na terapia de reperfusão foi associada a um aumento de 6,2% (intervalo de confiança de 95%: 0,3% a 11,8%, p = 0,032) no risco de mortalidade hospitalar. As despesas gerais foram 45% maiores entre os indivíduos que receberam tratamento após 9 horas em comparação com aqueles que foram tratados nas primeiras 3 horas, impulsionados principalmente pelos custos hospitalares (p = 0,005). Um modelo de regressão linear multivariada indicou que para cada 3 horas de atraso na trombólise, houve um aumento nos custos hospitalares de Int$ 497 ± 286 (p = 0,003). Conclusões: Os achados do nosso estudo oferecem mais evidências que enfatizam o papel crucial da terapia de reperfusão imediata no salvamento de vidas e na preservação dos recursos de saúde pública. Estes resultados enfatizam a necessidade urgente de implementação de uma rede para gerir casos de IAMCSST.
Abstract Background: Early reperfusion therapy is acknowledged as the most effective approach for reducing case fatality rates in patients with ST-segment elevation myocardial infarction (STEMI). Objective: Estimate the clinical and economic consequences of delaying reperfusion in patients with STEMI. Methods: This retrospective cohort study evaluated mortality rates and the total expenses incurred by delaying reperfusion therapy among 2622 individuals with STEMI. Costs of in-hospital care and lost productivity due to death or disability were estimated from the perspective of the Brazilian Unified Health System indexed in international dollars (Int$) adjusted by purchase power parity. A p < 0.05 was considered statistically significant. Results: Each additional hour of delay in reperfusion therapy was associated with a 6.2% increase (95% CI: 0.3% to 11.8%, p = 0.032) in the risk of in-hospital mortality. The overall expenses were 45% higher among individuals who received treatment after 9 hours compared to those who were treated within the first 3 hours, primarily driven by in-hospital costs (p = 0.005). A multivariate linear regression model indicated that for every 3-hour delay in thrombolysis, there was an increase in in-hospital costs of Int$497 ± 286 (p = 0.003). Conclusions: The findings of our study offer further evidence that emphasizes the crucial role of prompt reperfusion therapy in saving lives and preserving public health resources. These results underscore the urgent need for implementing a network to manage STEMI cases.
ABSTRACT
As doenças cardiovasculares, com destaque para a síndrome coronariana aguda (SCA), representam a principal causa de mortalidade mundial. Essa síndrome é a manifestação clínica mais comum da doença arterial coronariana (DAC). O intervalo de tempo entre o início dos sintomas e a reperfusão do miocárdio é crucial para a sobrevivência dos pacientes. Contudo, a falta de conhecimento e a demora para reconhecer os sintomas isquêmicos são os principais fatores que influenciam no atraso do atendimento pré-hospitalar. Programas educativos e instrumentos de avaliação são importantes estratégias para educar a população e reduzir eventos recorrentes da SCA. Nossa revisão de literatura demonstrou que, no Brasil, não dispomos de um instrumento validado para avaliar o conhecimento dos indivíduos sobre esta síndrome. O Acute Coronary Syndrome (ACS) Response Index avalia a resposta do indivíduo à SCA, por meio de seu conhecimento, atitudes e crenças. Dessa forma, o objetivo deste estudo metodológico foi adaptar culturalmente e verificar as propriedades de medida da versão adaptada para o Brasil do ACS Response Index, em pacientes com 18 anos ou mais, de ambos os sexos e diagnosticados com DAC. O processo de adaptação cultural transcorreu de acordo com as seguintes etapas: tradução inicial; obtenção do consenso das versões em português; comitê de especialistas; retrotradução; obtenção do consenso das versões em inglês; avaliação pelo autor da versão original; análise semântica; e pré-teste. As seguintes propriedades de medida foram avaliadas: consistência interna, validade de face e de conteúdo, validade de construto entre grupos conhecidos, validade de constructo convergente, validade estrutural e presença de efeitos teto e chão. O nível de significância adotado foi de 0,05. Participaram do estudo 244 indivíduos com DAC. As pontuações médias para as subescalas de conhecimento, atitudes e crenças foram, respectivamente: 12,75 (DP=2,6), 13,48 (DP=3,39) e 22,40 (DP=3,16). A consistência interna da subescala de conhecimento foi avaliada pelo KR-20, cujo valor foi de 0,399. Os resultados dos alfas de Cronbach para as subescalas de atitudes e de crenças foram 0,735 e 0,577, respectivamente. A estrutura original do instrumento foi testada mediante análise fatorial confirmatória, para a qual obteve-se índices de ajuste satisfatórios para as subescalas de conhecimento (SRMR=0,065; RMSEA=0,058; CFI=0,792; TLI=0,761), atitudes (SRMR=0,027; RMSEA=0,053; CFI=0,988; TLI=0,970) e crenças (SRMR=0,047; RMSEA=0,048; CFI=0,971; TLI=0,952). As hipóteses prévias sobre a validade de constructo por grupos conhecidos foram testadas para comparar os valores das três subescalas segundo a faixa etária, presença de orientação prévia sobre sua doença cardíaca e nível escolaridade. Apenas as seguintes hipóteses foram confirmadas: na subescala de conhecimento, os indivíduos com até 59 anos apresentaram melhores níveis de conhecimento quando comparados aos indivíduos com 60 anos ou mais (p=0,003); na subescala de crenças, maiores valores foram obtidos no grupo que relatou orientação prévia sobre sua doença (p=0,008) e naqueles com maior escolaridade (p=0,022). A avaliação da validade de constructo convergente mostrou correlação fraca e positiva entre as subescalas de conhecimento e crenças (r=0,217; p<0,05), e de conhecimento e atitudes (r=0,128; p<0,05). Não encontramos correlação entre os valores das demais subescalas. Constatamos a presença do efeito teto em todos os itens das subescalas de atitudes e de crenças. Os resultados mostraram que o ACS Response Index-BR manteve as equivalências, validade de face e de conteúdo, validade de constructo entre grupos conhecidos nas subescalas de conhecimentos e crenças, ajuste adequado ao modelo estrutural original e confiabilidade satisfatória para a subescala de atitudes. Entretanto, dadas as particularidades da amostra, sugerimos a realização de estudos adicionais com a versão adaptada em diferentes instituições de saúde, assim como, em amostras com características sociodemográficas distintas.
Cardiovascular diseases, especially Acute Coronary Syndrome (ACS), represent the main cause of mortality worldwide. This syndrome is the most common clinical presentation of coronary artery disease (CAD). The time interval between the onset of symptoms and myocardial reperfusion is crucial for patient survival. However, lack of knowledge and delay in recognizing ischemic symptoms are the main factors that influence delays in pre-hospital care. Educational programs and assessment tools are important strategies to educate the population and reduce recurrent ACS events. Our literature review demonstrated that, in Brazil, we do not have a validated instrument to assess individuals' knowledge about this syndrome. The ACS Response Index assesses an individual's response to ACS, through their knowledge, attitudes and beliefs. Therefore, the objective of this methodological study was to culturally adapt and verify the measurement properties of the version adapted for Brazil of the ACS Response Index, in patients aged 18 or over, of both genders and diagnosed with CAD. The cultural adaptation process occurred according to the following stages: initial translation; obtaining consensus on the Portuguese versions; expert committee; back translation; obtaining consensus on English versions; evaluation by the author of the original version; semantic analysis; and pre-test. The following measurement properties were evaluated: internal consistency, face and content validity, construct validity by known groups, convergent construct validity, structural validity and ceiling and floor effects presence. The significance level adopted was 0.05. This study included 244 individuals with CAD. The mean scores for the knowledge, attitudes and beliefs subscales were, respectively: 12.75 (SD=2.6), 13.48 (SD=3.39) and 22.40 (SD=3.16). The internal consistency of the knowledge subscale was assessed using the KR-20, the value of which was 0.399. Cronbach's alpha results for the attitudes and beliefs subscales were 0.735 and 0.577, respectively. The original instrument's structure was tested using confirmatory factor analysis, for which satisfactory fit indices were obtained for the knowledge (SRMR=0.065; RMSEA=0.058; CFI=0.792; TLI=0.761), attitudes (SRMR=0.027; RMSEA =0.053; CFI=0.988; TLI=0.970) and beliefs subscales (SRMR=0.047; RMSEA=0.048; CFI=0.971; TLI=0.952). Previous hypotheses about construct validity by known groups were tested to compare the values of the three subscales according to age range, presence of previous guidance about heart disease and education level. Only the following hypotheses were confirmed: in the knowledge subscale, individuals aged 59 years or younger presented better levels of knowledge when compared to individuals aged 60 years or older (p=0.003); in the beliefs subscale, higher values were obtained in the group that reported previous guidance about their disease (p=0.008) and in those with higher education level (p=0.022). The evaluation of the convergent construct validity showed a weak and positive correlation between the knowledge and beliefs subscales (r=0.217; p<0.05), and knowledge and attitudes subscales (r=0,128; p<0,05). We did not find any correlation between the values of the other subscales. We found the presence of the ceiling effect in all items of the attitudes and beliefs subscales. The results showed that the ACS Response Index-BR maintained equivalences, face and content validity, construct validity by known groups in the knowledge and beliefs subscales, adequate fit to the original structural model, and satisfactory reliability for the attitudes subscale. However, given the particularities of the sample, we recommend conducting additional studies with the adapted version in different healthcare institutions, as well as in samples with different sociodemographic characteristics.
Subject(s)
Humans , Psychometrics , Health Knowledge, Attitudes, Practice , Validation Study , Acute Coronary Syndrome , Heart DiseasesABSTRACT
As doenças cardiovasculares, com destaque para a síndrome coronariana aguda (SCA), representam a principal causa de mortalidade mundial. Essa síndrome é a manifestação clínica mais comum da doença arterial coronariana (DAC). O intervalo de tempo entre o início dos sintomas e a reperfusão do miocárdio é crucial para a sobrevivência dos pacientes. Contudo, a falta de conhecimento e a demora para reconhecer os sintomas isquêmicos são os principais fatores que influenciam no atraso do atendimento pré-hospitalar. Programas educativos e instrumentos de avaliação são importantes estratégias para educar a população e reduzir eventos recorrentes da SCA. Nossa revisão de literatura demonstrou que, no Brasil, não dispomos de um instrumento validado para avaliar o conhecimento dos indivíduos sobre esta síndrome. O Acute Coronary Syndrome (ACS) Response Index avalia a resposta do indivíduo à SCA, por meio de seu conhecimento, atitudes e crenças. Dessa forma, o objetivo deste estudo metodológico foi adaptar culturalmente e verificar as propriedades de medida da versão adaptada para o Brasil do ACS Response Index, em pacientes com 18 anos ou mais, de ambos os sexos e diagnosticados com DAC. O processo de adaptação cultural transcorreu de acordo com as seguintes etapas: tradução inicial; obtenção do consenso das versões em português; comitê de especialistas; retrotradução; obtenção do consenso das versões em inglês; avaliação pelo autor da versão original; análise semântica; e pré-teste. As seguintes propriedades de medida foram avaliadas: consistência interna, validade de face e de conteúdo, validade de construto entre grupos conhecidos, validade de constructo convergente, validade estrutural e presença de efeitos teto e chão. O nível de significância adotado foi de 0,05. Participaram do estudo 244 indivíduos com DAC. As pontuações médias para as subescalas de conhecimento, atitudes e crenças foram, respectivamente: 12,75 (DP=2,6), 13,48 (DP=3,39) e 22,40 (DP=3,16). A consistência interna da subescala de conhecimento foi avaliada pelo KR-20, cujo valor foi de 0,399. Os resultados dos alfas de Cronbach para as subescalas de atitudes e de crenças foram 0,735 e 0,577, respectivamente. A estrutura original do instrumento foi testada mediante análise fatorial confirmatória, para a qual obteve-se índices de ajuste satisfatórios para as subescalas de conhecimento (SRMR=0,065; RMSEA=0,058; CFI=0,792; TLI=0,761), atitudes (SRMR=0,027; RMSEA=0,053; CFI=0,988; TLI=0,970) e crenças (SRMR=0,047; RMSEA=0,048; CFI=0,971; TLI=0,952). As hipóteses prévias sobre a validade de constructo por grupos conhecidos foram testadas para comparar os valores das três subescalas segundo a faixa etária, presença de orientação prévia sobre sua doença cardíaca e nível escolaridade. Apenas as seguintes hipóteses foram confirmadas: na subescala de conhecimento, os indivíduos com até 59 anos apresentaram melhores níveis de conhecimento quando comparados aos indivíduos com 60 anos ou mais (p=0,003); na subescala de crenças, maiores valores foram obtidos no grupo que relatou orientação prévia sobre sua doença (p=0,008) e naqueles com maior escolaridade (p=0,022). A avaliação da validade de constructo convergente mostrou correlação fraca e positiva entre as subescalas de conhecimento e crenças (r=0,217; p<0,05), e de conhecimento e atitudes (r=0,128; p<0,05). Não encontramos correlação entre os valores das demais subescalas. Constatamos a presença do efeito teto em todos os itens das subescalas de atitudes e de crenças. Os resultados mostraram que o ACS Response Index-BR manteve as equivalências, validade de face e de conteúdo, validade de constructo entre grupos conhecidos nas subescalas de conhecimentos e crenças, ajuste adequado ao modelo estrutural original e confiabilidade satisfatória para a subescala de atitudes. Entretanto, dadas as particularidades da amostra, sugerimos a realização de estudos adicion
As doenças cardiovasculares, com destaque para a síndrome coronariana aguda (SCA), representam a principal causa de mortalidade mundial. Essa síndrome é a manifestação clínica mais comum da doença arterial coronariana (DAC). O intervalo de tempo entre o início dos sintomas e a reperfusão do miocárdio é crucial para a sobrevivência dos pacientes. Contudo, a falta de conhecimento e a demora para reconhecer os sintomas isquêmicos são os principais fatores que influenciam no atraso do atendimento pré-hospitalar. Programas educativos e instrumentos de avaliação são importantes estratégias para educar a população e reduzir eventos recorrentes da SCA. Nossa revisão de literatura demonstrou que, no Brasil, não dispomos de um instrumento validado para avaliar o conhecimento dos indivíduos sobre esta síndrome. O Acute Coronary Syndrome (ACS) Response Index avalia a resposta do indivíduo à SCA, por meio de seu conhecimento, atitudes e crenças. Dessa forma, o objetivo deste estudo metodológico foi adaptar culturalmente e verificar as propriedades de medida da versão adaptada para o Brasil do ACS Response Index, em pacientes com 18 anos ou mais, de ambos os sexos e diagnosticados com DAC. O processo de adaptação cultural transcorreu de acordo com as seguintes etapas: tradução inicial; obtenção do consenso das versões em português; comitê de especialistas; retrotradução; obtenção do consenso das versões em inglês; avaliação pelo autor da versão original; análise semântica; e pré-teste. As seguintes propriedades de medida foram avaliadas: consistência interna, validade de face e de conteúdo, validade de construto entre grupos conhecidos, validade de constructo convergente, validade estrutural e presença de efeitos teto e chão. O nível de significância adotado foi de 0,05. Participaram do estudo 244 indivíduos com DAC. As pontuações médias para as subescalas de conhecimento, atitudes e crenças foram, respectivamente: 12,75 (DP=2,6), 13,48 (DP=3,39) e 22,40 (DP=3,16). A consistência interna da subescala de conhecimento foi avaliada pelo KR-20, cujo valor foi de 0,399. Os resultados dos alfas de Cronbach para as subescalas de atitudes e de crenças foram 0,735 e 0,577, respectivamente. A estrutura original do instrumento foi testada mediante análise fatorial confirmatória, para a qual obteve-se índices de ajuste satisfatórios para as subescalas de conhecimento (SRMR=0,065; RMSEA=0,058; CFI=0,792; TLI=0,761), atitudes (SRMR=0,027; RMSEA=0,053; CFI=0,988; TLI=0,970) e crenças (SRMR=0,047; RMSEA=0,048; CFI=0,971; TLI=0,952). As hipóteses prévias sobre a validade de constructo por grupos conhecidos foram testadas para comparar os valores das três subescalas segundo a faixa etária, presença de orientação prévia sobre sua doença cardíaca e nível escolaridade. Apenas as seguintes hipóteses foram confirmadas: na subescala de conhecimento, os indivíduos com até 59 anos apresentaram melhores níveis de conhecimento quando comparados aos indivíduos com 60 anos ou mais (p=0,003); na subescala de crenças, maiores valores foram obtidos no grupo que relatou orientação prévia sobre sua doença (p=0,008) e naqueles com maior escolaridade (p=0,022). A avaliação da validade de constructo convergente mostrou correlação fraca e positiva entre as subescalas de conhecimento e crenças (r=0,217; p<0,05), e de conhecimento e atitudes (r=0,128; p<0,05). Não encontramos correlação entre os valores das demais subescalas. Constatamos a presença do efeito teto em todos os itens das subescalas de atitudes e de crenças. Os resultados mostraram que o ACS Response Index-BR manteve as equivalências, validade de face e de conteúdo, validade de constructo entre grupos conhecidos nas subescalas de conhecimentos e crenças, ajuste adequado ao modelo estrutural original e confiabilidade satisfatória para a subescala de atitudes. Entretanto, dadas as particularidades da amostra, sugerimos a realização de estudos adicion
Subject(s)
Humans , Psychometrics , Health Knowledge, Attitudes, Practice , Coronary Disease , Validation Study , Acute Coronary SyndromeABSTRACT
Introdução: Embora seja uma doença pouco conhecida, a dissecção espontânea da artéria coronária é uma causa importante e frequentemente subdiagnosticada da síndrome coronariana aguda não aterosclerótica, principalmente em mulheres. O objetivo deste estudo foi caracterizar uma amostra consecutiva de pacientes diagnosticados com dissecção espontânea da artéria coronária quanto a fatores predisponentes e desencadeadores; quadro clínico e angiográfico; abordagem terapêutica; ocorrência de eventos cardíacos adversos; recorrência e dissecção espontânea de artéria coronária de novo. Métodos: Estudo retrospectivo observacional longitudinal, unicêntrico, que incluiu pacientes diagnosticados com dissecção espontânea da artéria coronária (n=60) admitidos entre janeiro de 2010 e dezembro de 2020. Resultados: A mediana da idade foi de 55 anos, e 83% eram mulheres. A maioria dos pacientes (60%) não apresentava nenhum ou tinha apenas um fator de risco cardiovascular. O infarto agudo do miocárdio sem supradesnivelamento do segmento ST foi o quadro clínico em 67% dos casos. A artéria coronária mais frequentemente envolvida foi a descendente anterior (47%). A maioria das lesões (77%) aparecia na angiografia como dissecção espontânea da artéria coronária tipo 2. O tratamento conservador foi selecionado como abordagem inicial na maioria dos pacientes (72%). A incidência geral de dissecção espontânea da artéria coronária de novo não foi significativamente diferente entre os pacientes tratados primeiramente com revascularização, em comparação com os que receberam tratamento conservador (p=0,953). No entanto, a recidiva da dissecção espontânea da artéria coronária ocorreu no vaso originalmente envolvido em 3 dos 15 pacientes tratados com revascularização, em comparação com apenas um entre os 43 pacientes que foram tratados de forma conservadora (p<0,05). Conclusão: A dissecção espontânea da artéria coronária é mais frequente em mulheres jovens. O infarto agudo do miocárdio sem supradesnivelamento do segmento ST foi o quadro clínico mais observado, envolvendo principalmente a artéria descendente anterior. A revascularização não protegeu da recorrência.
Background: Although it is a poorly known disease, spontaneous coronary artery dissection is an important and frequently underdiagnosed cause of non-atherosclerotic acute coronary syndrome, particularly in women. The objective of this study was to characterize a consecutive sample of patients diagnosed with spontaneous coronary artery dissection with respect to predisposing and precipitating factors; clinical and angiographic presentation; management; occurrence of adverse cardiac events; recurrence; and de novo spontaneous coronary artery dissection. Methods: Longitudinal, observational, retrospective, single-centre study, including patients diagnosed with spontaneous coronary artery dissection (n=60) admitted between January 2010 and December 2020. Results: Median age was 55 years, and 83% were women. Most patients (60%) presented without any or just one cardiovascular risk factor. Non-ST-segment elevation acute myocardial infarction accounted for 67% of clinical presentations. The most frequently affected coronary artery was the left anterior descending (47%). Most lesions (77%) appeared on angiography as type 2 spontaneous coronary artery dissection. Conservative management was chosen as the initial approach in most patients (72%). The overall incidence of de novo spontaneous coronary artery dissection was not significantly different among patients initially managed with revascularization as compared to conservative treatment (p=0.953). However, spontaneous coronary artery dissection recurrence occurred in the originally involved vessel in 3 of 15 patients initially managed with revascularization, as compared to only one among 43 patients treated conservatively (p<0.05). Conclusion: Spontaneous coronary artery dissection occurs more often in young women. Non- ST-segment elevation acute myocardial infarction was the most frequent clinical presentation involving mainly the left anterior descending artery. Revascularization did not protect from recurrence.
ABSTRACT
Resumo Fundamento O Programa Boas Práticas em Cardiologia é uma iniciativa da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) destinada à melhoria do cuidado cardiovascular nos hospitais públicos brasileiros. Objetivos Descrever características dos pacientes internados com Síndrome Coronariana Aguda (SCA) e Insuficiência Cardíaca (IC) e avaliar os indicadores de desempenho alcançados nos braços (SCA e IC) em um hospital público terciário, com uma meta pré-estabelecida de 85% de aderência às recomendações da SBC. Métodos Estudo do tipo transversal descritivo realizado por meio da coleta de dados de pacientes que estiveram internados entre maio de 2016 e setembro de 2019. Resultados Foram incluídos 1036 pacientes, 273 pacientes no braço IC e 763 no braço SCA. A média de idade foi de 59,8 ± 12,0 anos na SCA e 57,0 ± 14,1 anos na IC, com predomínio do sexo masculino em ambos os grupos. Mais da metade dos pacientes não tinham ensino fundamental completo e mais de 90% declararam renda mensal inferior a cinco salários-mínimos. Na SCA, predominou o diagnóstico de SCA com supradesnivelamento do segmento ST (66,3%) e 2,9% dos pacientes foram a óbito. Na IC, a etiologia mais comum foi a Doença de Chagas (25,8%) e 17,9% dos pacientes foram a óbito. Na avaliação dos indicadores de desempenho, nove dos 12 indicadores tiveram taxas de aderência acima de 85%. Conclusão Programas de qualidade são essenciais à melhoria do cuidado e os indicadores de desempenho do hospital apontam para uma boa adesão às diretrizes assistenciais da SBC, particularmente no braço da SCA.
Abstract Background The Good Practices in Cardiology Program is an initiative created by the Brazilian Society of Cardiology (SBC) to improve the quality of care of cardiovascular disease patients in Brazilian public hospitals. Objectives To characterize patients admitted to a tertiary public hospital with diagnosis of acute coronary syndrome (ACS) or heart failure (HF) and to evaluate performance indicators in both ACS and HF arms, with a pre-established target of 85% adherence to the SBC recommendations. Methods This was a descriptive cross-sectional study through data collection of patients hospitalized between May 2016 and September 2019. Results A total of 1,036 patients were included, 273 in the HF arm and 763 in the ACS arm. Mean age was 59.8 ± 12.0 years in the ACS and 57.0 ± 14.1 years in the HF, with a predominance of male patients in both groups. More than half of patients had some primary education and more than 90% reported a monthly income of less than five minimum wages. In ACS, the diagnosis of ACS with ST segment elevation was predominant (66.3%), and 2.9% of patients died. In HF, the most common etiology was Chagas disease (25.8%), and 17.9% died. Analysis of the performance indicators revealed an adherence rate higher than 85% to nine of the 12 indicators. Conclusion Quality programs are essential for improvement of quality of care. Performance indicators pointed to a good adherence to the SBC guidelines, mainly in the ACS arm.
ABSTRACT
Resumo Fundamento A relação entre terapia de reperfusão após a síndrome coronariana aguda (SCA) e mortalidade na atenção secundária não é bem conhecida. Objetivos Avaliar o impacto de três estratégias terapêuticas: (1) terapia medicamentosa exclusiva, (2) Angioplastia Transluminal percutânea coronaria (ATPC) e (3) revascularização do miocárdio (RM) na sobrevida em longo prazo de participantes da Estratégia de Registro de Insuficiência Coronariana Aguda (ERICO). Métodos Análises de sobrevida para mortalidade por todas as causas, mortalidade por doença cardiovascular (DCV) e mortalidade por doença arterial coronariana (DAC) foram realizadas de acordo com três estratégias terapêuticas (tratamento clínico exclusivo, ATPC ou RM). Modelos de regressão de Cox foram usados para estimar o hazard ratio (HR) com intervalo de confiança de 95% (IC95%) de 180 dias a quatro anos de acompanhamento após a SCA. Os modelos são apresentados como modelo sem ajuste ou ajustado quanto à idade, sexo e DAC prévia, tipo de SCA, tabagismo, hipertensão, dislipidemia, fração de ejeção do ventrículo esquerdo e de acordo com o número de artérias coronárias principais obstruídas (≥50%). Resultados Entre os 800 participantes, as piores taxas de sobrevida (mortalidade por todas as causas e DCV) foram detectadas entre os indivíduos que se submeteram a RM. Houve correlação entre RM e DAC [HR: 2,19 (IC95% 1,05-4,55)], mas o risco perdeu significância no modelo multivariado. A ATPC foi associada a uma menor probabilidade de eventos fatais durante os quatro anos de acompanhamento: mortalidade por todas as causas [HR, análise multivariada: 0,42 (IC95% 0,26-0,70)], por DCV [HR: 0,39 (95% CI: 0,20-0,73)] e DAC [HR, análise multivariada: 0,24 (IC95% 0,09-0,63)] em comparação aos submetidos ao tratamento clínico exclusivo. Conclusão No ERICO, a ATPC após a SCA foi associada a um melhor prognóstico, principalmente sobrevida por DAC.
Abstract Background Relationship between reperfusion therapy post-acute coronary syndrome (ACS) and mortality in secondary care is not well-known. Objectives To evaluate the impact of three therapeutic strategies: (1) exclusive medical therapy, (2) percutaneous coronary intervention (PCI) and (3) coronary artery bypass grafting (CABG) on long-term survival of participants in the Strategy of Registry of Acute Coronary Syndrome (ERICO) study. Methods Survival analyses for all-cause, cardiovascular (CVD) and coronary artery disease (CAD) mortality were performed according to three therapeutic strategies (exclusive medical therapy, PCI or CABG). Cox regression models were used to estimate the hazard ratio (HR) with respective 95% confidence interval (95%CI) from 180 days to four years of follow-up after ACS. Models are presented as crude, age-sex adjusted and further adjusted for previous CAD, ACS subtype, smoking, hypertension, dyslipidemia, left ventricular ejection fraction and according to the number of obstructed (≥ 50%) major coronary arteries. Results Among 800 participants, the lowest crude survival rates were detected among individuals who underwent CABG (all-cause and CVD). CABG was correlated to CAD (HR: 2.19 [95% CI: 1.05-4.55]). However, this risk lost significance in the full model. PCI was associated to lower probability of fatal events during four-year follow-up: all-cause [multivariate HR: 0.42 (95% CI: 0.26-0.70)], CVD [HR: 0.39 (95% CI: 0.20-0.73)] and CAD [multivariate HR: 0.24 (95% CI: 0.09-0.63)] compared to those submitted to exclusive medical therapy. Conclusion In the ERICO study, PCI after ACS was associated to better prognosis, particularly CAD survival.