ABSTRACT
O carcinoma mamário apresenta elevados números relacionados à incidência e prevalência nas mulheres em vários países. No Brasil, é a neoplasia com um dos maiores índices de mortalidade. O tipo de carcinoma mamário mais freqüente é o ductal invasor seguido do carcinoma lobular. Embora essas neoplasias tenham características próprias, há ainda muitas questões a serem dirimidas. Sabe-se que os carcinomas lobulares apresentam alto risco de desenvolvimento bilateral e recorrência; estão relacionadas à expressão hormonal e têm desfecho lento. Sabe-se que o carcinoma lobular não tem positividade para a proteína E-caderina, cuja ausência de expressão imuno-histoquímica tem sido usada para diferenciá-la do carcinoma ductal. O padrão do conteúdo de DNA no carcinoma lobular tem sido objeto de controvérsias, com trabalhos descrevendo-o como predominantemente diplóide e outros, ao contrário, aneuplóide. O objetivo deste estudo foi analisar os padrões da DNA-ploidia em carcinomas lobulares invasivos de mama, E-caderina negativos, e correlacioná-los com fatores prognósticos de notória importância: expressão da proteína p53, Cerb-B2, receptores de estrógeno, tamanho dos tumores, comprometimento linfonodal, metástases a distância e pós-cirúrgica. Para isso foi realizado um estudo retrospectivo, com 50 casos examinados no Departamento de Anatomia Patológica do Hospital do Câncer A. C. Camargo, São Paulo-SP. Essas mulheres foram tratadas com cirurgia e as que apresentaram comprometimento axilar, receberam terapia adjuvante com quimioterapia, radioterapia e hormônioterapia. As medianas dos tempos de seguimento, com início no tratamento inicial (cirurgia) até o evento foi: grupo que foram a óbito 50 ± 27,6 meses; grupo com perda de seguimento 33 ± 56,0 meses; grupo de censura por interrupção do tempo para análise 79 ± 45,3 meses. A idade média foi de 54 anos (variando de 34 a 80 anos). A análise do conteúdo de DNA mostrou-se predominantemente aneuplóide (63,16 % dos casos). Somente o comprometimento linfonodal mostrou-se significativo (p=0,043) em relação a análise de DNA-ploidia, os demais parâmetros não mostraram associação significativa. Concluímos que a análise do conteúdo de DNA não é um parâmetro relevante para avaliar a agressividade do carcinoma lobular.
Subject(s)
Breast Neoplasms , Carcinoma, Lobular , Cadherins/ultrastructure , Carcinoma, Lobular/pathology , Image Cytometry/methodsABSTRACT
O carcinoma mamário apresenta elevados números relacionados à incidência e prevalência nas mulheres em vários países. No Brasil, é a neoplasia com um dos maiores índices de mortalidade. O tipo de carcinoma mamário mais freqüente é o ductal invasor seguido do carcinoma lobular. Embora essas neoplasias tenham características próprias, há ainda muitas questões a serem dirimidas. Sabe-se que os carcinomas lobulares apresentam alto risco de desenvolvimento bilateral e recorrência; estão relacionadas à expressão hormonal e têm desfecho lento. Sabe-se que o carcinoma lobular não tem positividade para a proteína E-caderina, cuja ausência de expressão imuno-histoquímica tem sido usada para diferenciá-la do carcinoma ductal. O padrão do conteúdo de DNA no carcinoma lobular tem sido objeto de controvérsias, com trabalhos descrevendo-o como predominantemente diplóide e outros, ao contrário, aneuplóide. O objetivo deste estudo foi analisar os padrões da DNA-ploidia em carcinomas lobulares invasivos de mama, E-caderina negativos, e correlacioná-los com fatores prognósticos de notória importância: expressão da proteína p53, Cerb-B2, receptores de estrógeno, tamanho dos tumores, comprometimento linfonodal, metástases a distância e pós-cirúrgica. Para isso foi realizado um estudo retrospectivo, com 50 casos examinados no Departamento de Anatomia Patológica do Hospital do Câncer A. C. Camargo, São Paulo-SP. Essas mulheres foram tratadas com cirurgia e as que apresentaram comprometimento axilar, receberam terapia adjuvante com quimioterapia, radioterapia e hormônioterapia. As medianas dos tempos de seguimento, com início no tratamento inicial (cirurgia) até o evento foi: grupo que foram a óbito 50 ± 27,6 meses; grupo com perda de seguimento 33 ± 56,0 meses; grupo de censura por interrupção do tempo para análise 79 ± 45,3 meses. A idade média foi de 54 anos (variando de 34 a 80 anos). A análise ...