ABSTRACT
O sistema cardiovascular tem a função de transportar substâncias essenciais à vida. Os vasos sanguíneos conduzem o conteúdo sanguíneo, tanto para a chegada de sangue arterial aos órgãos quanto para saída de sangue venoso. As artérias carótidas comum são originárias do tronco braquiocefálico, sendo o principal vaso responsável pelo aporte sanguíneo dos órgãos da cabeça. Qualquer alteração que prejudique a circulação cerebral pode gerar graves consequências fisiológicas ao animal. A ruptura da artéria carótida pode ser reconhecida como a mais temida das ocorrências na área cirúrgica de cabeça e pescoço, com a perda de sangue excessiva advinda da ruptura de um vaso de calibre e pressão consideráveis, se não for atendido emergencialmente, o animal poderá entrar em um quadro de choque hipovolêmico, agravando o quadro do paciente. Por ser uma problemática não rotineira na clínica cirúrgica de pequenos animais, há poucos registros de casos semelhantes. No caso relatado, o animal apresentava lesão na região cervical, com exposição da veia jugular e ruptura da artéria carótida comum, com presença de hemorragia extrema. O procedimento cirúrgico transcorreu dentro dos parâmetros normais e sem imprevistos. Ao longo do acompanhamento clínico, o animal apresentou um pós cirúrgico estável, sem sequelas neurológicas, seguindo os cuidados com relação aos curativos diários da ferida operatória, continuação do protocolo iniciado no pré-cirúrgico e medicações prescritas para recuperação do volume perdido de hemácias, apresentando uma recuperação positiva.(AU)
The cardiovascular system has the function of transporting essential substances to life. Blood vessels carry the blood content, both for the arrival of arterial blood to the organs and for venous blood output. The common carotid arteries originate from the brachiocephalic trunk, being the main vessel responsible for the blood supply of the head organs. Any alteration that impairs the cerebral circulation can have serious physiological consequences to the animal. Carotid artery rupture can be recognized as the most dreaded occurrence in the head and neck surgical area, with excessive blood loss from a ruptured vessel of considerable caliber and pressure. If left unattended, the animal may enter in a hypovolemic shock, aggravating the patient's condition. As it is a non-routine problem in the small animal surgical clinic, there are few reports of similar cases. In the reported case, the animal had cervical lesion, with exposure of the jugular vein and rupture of the common carotid artery, with the presence of extreme hemorrhage. The surgical procedure was performed within normal parameters and without unforeseen events. During the clinical follow-up, the animal presented a stable postoperative period, without neurological sequelae, following the care regarding the daily wound dressing, continuation of the protocol initiated before the surgery and prescribed medications to recover the lost volume of red blood cells, showing a positive recovery.(AU)