ABSTRACT
O enfermeiro que trabalha com oncologia interage e enfrenta muitos desafios com uma realidade: em que o câncer é um problema de saúde pública; a nossa sociedade se depara com o processo crescente de envelhecimento da população brasileira; com isso surge a necessidade de estrutura dos serviços de saúde para atender a esta demanda; poucos são os estudos da área da enfermagem que compreendem esta realidade complexa e desafiante para o futuro da enfermagem que trabalha nesta área; a presença do despreparo na formação de profissionais da enfermagem para atuarem em oncologia; o estresse ao qual são submetidos na atividade profissional por conviverem com questões relacionadas à compreensão de vida e de morte; a necessidade de se estabelecer um canal para escuta destes profissionais, faz-se relevante investigar os sentidos de "câncer" e de "paciente oncológico" na visão dos enfermeiros que atuam nesta especialidade, conhecendo-se, assim, seus discursos e suas práticas. Nesse contexto, buscamos por objetivos compreender os sentidos que os enfermeiros atribuem a "câncer" e a "paciente oncológico", apreender os sentidos de "câncer" e de "paciente oncológico" no discurso desses profissionais, descrever esses sentidos e as práticas a eles relacionadas e construir uma reflexão sobre os sentidos de "câncer" e de "paciente oncológico" na perspectiva de enfermeiros. A importância em se conhecer os sentidos de "câncer" e de "paciente oncológico" para o enfermeiro se dá na medida em que ao atribuir sentido o indivíduo torna-se agente na construção de sua realidade. O estudo foi realizado através de entrevista individual com oito enfermeiros assistenciais que trabalham no Ambulatório de Quimioterapia de um hospital referência em oncologia na cidade de São Paulo. Realizamos um estudo descritivo transversal e de natureza qualitativa, com referencial no Construcionismo Social.Os dados foram analisados por meio da análise do discurso, na perspectiva das "práticas discursivas".Por resultados e discussões tivemos que muitos foram os sentidos compreendidos sobre câncer e paciente oncológico mas todos passam em sua construção pelo sentido naturalizado de câncer enquanto sentença de morte e que se traduz também em um sentido de paciente oncológico encontrado nesta pesquisa, como um ser humano que sofre em seu tratamento e compartilha este sofrimento com o enfermeiro que o assiste e que precisa de conhecimento e capacitação técnico-científico, psicológica e espiritual para enfrentar os desafios de trabalhar em oncologia. Existe uma demanda, por parte dos profissionais, de se ter um espaço ou canal no qual o enfermeiro possa falar sobre sua vivência ao trabalhar com o Câncer e com o Paciente Oncológico. A compreensão sobre o sentido do Câncer e Paciente Oncológico poderá auxiliar o enfermeiro na construção de práticas produtoras de saúde e para o desenvolvimento de uma postura reflexiva sobre a sua prática em relação a assistência ao paciente oncológico no contexto estudado.Concluindo este estudo permitiu dar voz, ouvido, dar foco com uma lente de aumento para o enfermeiro que trabalha no universo da oncologia (AU)
The nurse who works with oncology interacts and faces many challenges with one reality: where cancer is a public health problem; our society is faced with the growing process of aging of the Brazilian population; with this arises the need of structure of the health services to meet this demand; there are few studies in the nursing area that understand this complex and challenging reality for the future of nursing that works in this area; the presence of unpreparedness in the training of nursing professionals to work in oncology; the stress to which they are submitted in the professional activity for living with issues related to the understanding of life and death; the need to establish a channel for listening to these professionals, it is relevant to investigate the meanings of "cancer" and "cancer patient" in the view of the nurses who work in this specialty, thus knowing their discourses and their practices. In this context, we aim to understand the meanings that nurses attribute to "cancer" and "cancer patient", to apprehend the meanings of "cancer" and "cancer patient" in the discourse of these professionals, to describe these meanings and practices to them and to construct a reflection on the meanings of "cancer" and "cancer patient" from the perspective of nurses. The importance of knowing the meanings of "cancer" and "cancer patient" for the nurse is given to the extent that in assigning meaning the individual becomes an agent in the construction of their reality. The study was conducted through an individual interview with eight nursing assistants who work in the Chemotherapy Outpatient Clinic of a reference hospital in oncology in the city of São Paulo. We performed a descriptive cross-sectional study of a qualitative nature, with reference in Social Constructionism. Data were analyzed by means of discourse analysis, from the perspective of "discursive practices". For results and discussions we had that many were the understood meanings about cancer and oncologic patient but all pass in their construction by the naturalized sense of cancer while sentence of death and that translates also in a sense of cancer patient found in this research, as a human being who suffers in their treatment and shares this suffering with the nurse who assists him and who needs technical-scientific, psychological and spiritual knowledge and training to face the challenges of working in oncology. There is a demand on the part of professionals to have a space or channel in which nurses can talk about their experience when working with Cancer and the Cancer Patient. The understanding of the meaning of Cancer and Oncology Patient may help nurses to construct health-producing practices and to develop a reflexive posture about their practice regarding the assistance to cancer patients in the studied context. In conclusion, this study allowed to give voice, heard, focus with a magnifying glass for the nurse who works in the oncology universe (AU)
Subject(s)
Humans , Male , Female , Prospective Studies , Health Personnel , Interview , Psycho-Oncology/methods , Neoplasms , Nurse-Patient Relations/ethicsABSTRACT
The aim of this work has been to determine the repercussions a psycho-oncological program has on patients who need to undergo a haematopoietic stem cell transplantation (HPT). We have studied two groups, an intervention group (n=21), formed with patients that have gone through the program of psycho-oncologic preparation previous to the transplant, and a control group (n=15), without psychological intervention. The program consists of four sessions: analysis and handling of the information, coping skills, management of stress, and preparation for the isolation. The results show that patients who receive the psychological intervention. appear to obtain minor levels in anxiety and depression and has a more adaptive perception of the passage of time and a more positive mood with more activity than the control group. However, such differences are not significant in the perception of the physical symptomatology as the amount of time in isolation increases.
El objetivo de este trabajo ha sido determinar las repercusión un programa de intervención psicooncológica sobre los pacientes candidatos a un Trasplante de Progenitores Hematopoyéticos (TPH). Participan dos grupos de pacientes, el grupo intervención (n=21), formado por los pacientes que han realizado el programa de intervención previo al trasplante, y un grupo de control (n=15), que no recibe la intervención pre-TPH. El programa consta de cuatro módulos: análisis y manejo de la información, habilidades de afrontamiento, control del estrés, y preparación familiar al aislamiento. Los resultados muestran que los pacientes que reciben la intervención psicológica obtienen niveles menores en ansiedad y depresión y tiene una percepción más adaptativa del paso del tiempo y un estado de ánimo más positivo, con más actividad que el grupo de control. Sin embargo, tales diferencias no son significativas en la percepción de la sintomatología física que aumenta con el paso del tiempo en aislamiento.