RESUMEN
Diante da necessidade de se produzir mais inovações tecnológicas voltadas à saúde pública no Brasil, analisou-se o caso da vacina de DNA contra o vírus da febre amarela, desenvolvida na Fiocruz-Pernambuco entre 2005 e 2008. Foram elaboradas estruturas analíticas específicas e os dados foram coletados mediante entrevistas, análise documental, bibliográfica e de registros em arquivos. Verificou-se que no ano 2000 a organização era mais voltada à geração de conhecimentos, mas a partir de 2002 ocorreram os seguintes eventos que levaram ao estabelecimento das parcerias e das linhas e técnicas de pesquisa que possibilitaram a invenção da vacina: adoção de uma nova estratégia, contratação de consultor em universidade estrangeira, criação de laboratório, priorização de alocação de recursos, captação de recursos em projetos colaborativos, manutenção de instalações em padrões de qualidade, seleção de profissionais com habilidades complementares, e promoção de incorporação de novas tecnologias de pesquisa. A invenção se baseou em informações oriundas da formação educacional dos inventores, experiência em instituição estrangeira, ferramentas de bioinformática, literatura científica, análise e experimentação dentro da organização e em instituições parceiras. As próximas etapas do projeto necessitarão de competências nas áreas de marketing estratégico, pesquisa da vacina candidata, Pesquisa e Desenvolvimento da formulação, propriedade intelectual, desenv. do processo, desenv. de negócios, desenv. analítico, desenv. de sistemas e testes biológicos, assuntos regulatórios no País, 'upstream process', 'downstream processing', formulação e envase, desenv. clínico, e coordenação/integração. No entanto, a capacitação nacional parece frágil em dez dessas funções
Assim, para produzir no País mais inovações tecnológicas voltadas à saúde pública, é necessário, além da capacitação das instituições de pesquisa, a construção de novas aptidões nas demais instituições ligadas ao complexo industrial da saúde nacional