RESUMEN
As novas técnicas de reprodução assistida têm proporcionado a inúmeros casais a realização do sonho de se tornarem pais e mães. Estas inovações tecnológicas têm, por outro lado, desencadeado a formulação de questionamentos de caráter psicossocial importantes e, ainda não consensuais, no que se refere às suas limitações e aos seus potenciais benefícios. Assim, as pessoas têm tido acesso a constantes, e muitas vezes contraditórias informações, advindas de divulgações da comunidade científica e de publicações opiniáticas da comunidade leiga através dos meios de comunicação de massa. O objetivo deste trabalho foi identificar como são representados, por indivíduos férteis e inférteis, os tratamentos disponíveis para infertilidade. Através da análise de variância multivariada, pôde-se observar algumas diferenças estatisticamente significativas entre grupos (férteis e inférteis) e entre sexos. Estas diferenças, no entanto, não foram suficientes para modificar a representação geral sobre cada um dos tratamentos. Os resultados permitiram a elaboração de um modelo de construto cognitivo dicotomizado, tanto para indivíduos férteis como para inférteis, no qual observa-se em um extremo os tratamentos que envolvem a participação de um terceiro não-médico doação de sêmen e 'barriga de aluguel' (envolvendo, concomitantemente a doação temporária de útero e a doação de óvulos) e, no outro, os métodos que não envolvem estas doações (AU)