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1.
GE Port J Gastroenterol ; 28(2): 79-86, 2021 Feb.
Artículo en Inglés | MEDLINE | ID: mdl-33791394

RESUMEN

INTRODUCTION: Persons with haemophilia (PWH) used to represent a population with a high prevalence of hepatitis C virus (HCV) infection due to the use of contaminated blood products. Although the goals of antiviral therapy are the same as the general population, long real-life follow-up data regarding their outcomes are still scarce. Our aim was to report the outcomes of HCV infection and the results of antiviral therapy in PWH. METHODS: A retrospective analysis was performed in a single-centre cohort of PWH with positive HCV antibody. Outcomes registered were rate of spontaneous clearance of HCV, sustained virologic response (SVR) achievement, development of end-stage liver disease, and all-cause and liver-related mortality. RESULTS: Out of 131 PWH, 73 (55.7%) had positive HCV antibody. During a median follow-up time of 22 years, 46 patients (63.9%) developed chronic hepatitis C, of which 16 (34.8%) developed cirrhosis. Treatment was pursued in 34 PWH. Most (n = 32) were first treated with interferon (IFN)-based regimens with SVR rates of 40.6%. Direct-acting antivirals were used in 14 IFN-experienced and 2 naïve patients, with an overall SVR rate of 100%. Overall, 17 patients (23.3%) died during the follow-up, only 4 related to liver disease. Of these, none had achieved SVR. CONCLUSIONS: We describe the outcomes of a cohort of Portuguese PWH and hepatitis C exposure after two decades of follow-up, with a lower mortality than previously described. Our response rates to HCV treatment were comparable to those in the general population and stress the importance of early treatment.


INTRODUÇÃO: A população de doentes com hemofilia (DCH) representa uma população com alta prevalência de infeção pelo virus da hepatite C (VHC), atendendo à utilização passada de derivados sanguíneos contaminados. Apesar de os objetivos terapêuticos nesta população serem semelhantes aos da população geral, estudos de vida real com follow-up de longa data são ainda escassos. O nosso objetivo consistiu em avaliar os outcomes infeção VHC, bem como, os resultados da terapéutica antivírica nos DCH. MÉTODOS: Foi avaliada retrospetivamente uma coorte unicêntrica de DCH com positividade para anti-VHC. Os outcomes registados foram a ocorrência de clearance espontêneo, resposta virológica sustentada (RVS), desenvolvimento de doença hepática terminal e mortalidade. RESULTADOS: De 131 DCH, 73 (55.7%) apresentavam positividade para o anticorpo VHC. Durante um follow-up médio de 22 anos, 46 doentes (63.9%) desenvolveram hepatite crónica C, 16 (34.8%) dos quais com desenvolvimento de cirrose. Trinta e quatro DCH foram tratados, a maioria (n = 32) exposta previamente a regimes baseados no interferão (IFN) com RVS de 40.6%. Antivíricos de ação direta foram utilizados em 14 doentes experimentados a IFN e 2 naïves com uma taxa de RVS geral de 100%. Morte foi observada em 17 doentes (23.3%), apenas 4 relacionadas à doença hepática. Destes nenhum tinha atingido RVS. CONCLUSÕES: Descrevemos os outcomes de uma coorte portuguesa de DCH e VHC após duas décadas de follow-up, mostrando uma mortalidade inferior à previamente descrita. As taxas de RVS mostradas foram comparáveis com as da população geral salientando a importancia do tratamento precoce.

2.
GE Port J Gastroenterol ; 27(3): 149-159, 2020 Apr.
Artículo en Inglés | MEDLINE | ID: mdl-32509920

RESUMEN

BACKGROUND: Direct-acting antivirals (DAA) have revolutionized hepatitis C treatment, with high sustained virological response (SVR) rates reported, even in historically difficult-to-treat groups. SVR is associated with a decreased risk of hepatocellular carcinoma (HCC), need for transplantation, and overall and liver-related mortality. Data from real-life cohorts on the medium- to long-term outcomes of patients with advanced liver disease and DAA-induced SVR are still missing. OBJECTIVES: To report and analyze the long-term outcomes of DAA-induced SVR in a real-life cohort of patients with advanced liver disease. METHOD: In this retrospective, longitudinal, single-center study, we collected data from patients with chronic hepatitis C infection and advanced liver disease (cirrhosis or advanced fibrosis) that had initiated DAA treatment between February 2015 and January 2017. RESULTS: A total of 237 patients were included. A treatment completion rate of 98.7% and an SVR rate of 97.8% (intention to treat: 96.6%) were found. Of the 229 patients with SVR, 67.2% were cirrhotic (64.2% Child-Pugh class A; 3.1% Child-Pugh class B) and 32.8% had stage F3 fibrosis, with an average follow-up of 28 months. The overall mortality rate was 19/1,000 person-years and the liver-related mortality rate was 9.5/1,000 person-years. The hepatic decompensation incidence rate was 25/1,000 person-years and the HCC incidence rate was 11.6/1,000 person-years. There was a sustained increase in serum platelet values during up to 2 years of follow-up. A history of pretreatment decompensation and baseline platelet and albumin values were significantly associated with the occurrence of adverse liver events after the end of treatment. CONCLUSIONS: A DAA-induced SVR remains durable and is associated with an excellent clinical prognosis in patients with compensated advanced liver disease and with improvement or disease stabilization in decompensated patients. SVR is associated with a low risk of - yet does not prevent - HCC occurrence or disease progression, especially in the presence of other causes of liver injury. It is recommended that these patients be kept under surveillance.


Resumo. INTRODUÇÃO: Os antivíricos de ação direta (AAD) revolucionaram o tratamento da hepatite C ao atingirem elevadas taxas de resposta virológica sustentada (RVS), mesmo em grupos historicamente difíceis de tratar. A RVS associa-se a uma diminuição do risco de carcinoma hepatocelular (CHC), necessidade de transplantação e mortalidade, global e de causa hepática. São ainda insuficientes de coortes reais na literatura dados que permitam avaliar a extensão dos benefícios clínicos a médio-longo prazo do atingimento de uma RVS com os AAD. OBJETIVOS: Reportar e analisar o impacto a longo prazo da RVS numa coorte real de doentes com doença hepática avançada, tratados com AAD. MÉTODOS: Estudo unicêntrico, retrospetivo, longitudinal com inclusão de doentes com hepatite C crónica com cirrose ou fibrose avançada, que iniciaram tratamento com AAD de fevereiro de 2015 a janeiro de 2017. RESULTADOS: Foram incluídos 237 doentes. Verificou-se uma taxa de retenção no tratamento de 98.7% com uma taxa de RVS de 97.8% (intention to treat: 96.6%). Dos 229 doentes curados, 67.2% eram cirróticos (64.2%Child-Pugh A, 3.1 % Child-Pugh B) e 32.8% F3, com um seguimento médio de 28 meses. A taxa de mortalidade global foi de 19/1,000 pessoas-ano e de mortalidade associada à doença hepática de 9.5/1,000 pessoas-ano. A incidência de eventos de descompensação hepática foi de 25/1,000 pessoas-ano e a de CHC foi de 11.6/1,000 pessoas-ano. Verificou-se um aumento sustentado dos valores séricos de plaquetas até 2 anos de seguimento. A história de eventos de descompensação hepática, concentração de plaquetas e albumina prétratamento encontrou-se significativamente associada a eventos adversos hepáticos durante o seguimento. CONCLUSÕES: A cura virológica após tratamento com AAD é sustentada no tempo, encontrando-se associada a um excelente prognóstico clínico em doentes com doença hepática avançada compensada, e a uma melhoria ou estabilização da doença em doentes descompensados. O atingimento de RVS associa-se a um baixo risco de CHC, não o eliminando, e de progressão da doença, sobretodo perante a presença de outros cofatores de agressão hepática, recomendando-se a manutenção do seguimento destes doentes.

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