ABSTRACT
The taxonomy of the South American river dolphins of the genus Inia has been a focus of intense debate. While traditionally it is thought to be composed of a single species with three geographically structured subspecies (Inia geoffrensis geoffrensis, I. g. humboldtiana, and I. g. boliviensis), recent molecular studies have highlighted substantial differentiation, suggesting the existence of two species (I. geoffrensis and I. araguaiaensis). Despite this evidence, the recognition of the specific status of these taxa has been hindered by inconsistent morphological diagnoses. Here, we aim to provide evidence for the morphological differentiation (or lack thereof) between subspecies and putative species. We employ geometrics and traditional morphometrics to measure skull variation to support efforts of integrative taxonomy. Our results show that morphometric diversity within the group is inconsistent with a single taxon. Morphometric evidence supports the traditional differentiation of three distinct morphotypes within the analyzed sample. These morphotypes largely correspond to described subspecies I. g. geoffrensis, I. g. humboldtiana—the latter differing from the former by size—and I. g. boliviensis, which differs from the remaining groups by shape. Furthermore, morphometric data show no differences between I. g. geoffrensis and a newly proposed species, I. araguaiaensis. Given the conservation importance of this genus and the different threats they are subject to, we strongly suggest an urgent integrative taxonomic treatment of the group to better protect these singular cetaceans.
A taxonomia dos golfinhos de água doce da América do Sul pertencentes ao gênero Inia têm sido foco de intenso debate. Enquanto tradicionalmente considera-se a existência de uma única espécie e três subespécies (Inia geoffrensis geoffrensis, I. g. humboldtiana, and I. g. boliviensis), estudos moleculares recentes evidenciam diferenciação substancial, sugerindo a existência de mais de uma espécie (I. geoffrensis and I. araguaiaensis). Apesar desta evidência, o reconhecimento do status específico desses táxons tem sido limitado pela presença de diagnoses morfológicas inconsistentes. Nosso objetivo no presente trabalho é proporcionar evidências para a diferenciação morfológica (ou a sua ausência) entre as subespécies e as possíveis espécies. Utilizamos morfometria geométrica e tradicional para medir a variação do cranio de forma a sustentar esforços de taxonomia integrativa. Nossos resultados mostram que a diversidade morfométrica dentro do grupo é inconsistente com um único táxon. A evidência morfométrica aponta a diferenciação tradicional de três morfotipos distintos dentro da amostra analisada. Esses morfotipos correspondem em grande parte às subespecies I. g. geoffrensis, I. g. humboldtiana, que diverge da primeira através do seu tamanho, e I. g. boliviensis, que diverge das demais através de sua forma. Ademais, dados morfométricos não mostram diferenças entre Inia g. geoffrensis e a espécie recém proposta, I. araguaiaensis. Dada a importância para conservação desse gênero e as diferentes ameaças às quais estão sujeitos, nós sugerimos enfaticamente um tratamento de taxonomia integrativa para o grupo, de forma a melhor proteger esses cetáceos singulares.