ABSTRACT
INTRODUÇÃO: A agenesia do pericárdio é uma patologia rara, com prevalência de 1:14.000 casos pela literatura. Seu diagnóstico é habitualmente incidental, visto que a maioria dos casos são assintomáticos. Pode ocorrer de forma total ou parcial, sendo três vezes mais prevalente entre indivíduos do sexo masculino. DESCRIÇÃO DO CASO: Paciente do sexo feminino, 28 anos de idade com história de derrame pleural à esquerda recorrente desde 2012 associada a dor ventilatório-dependente em hemitórax esquerdo. Ao exame físico apresentava desvio de ictus para linha axilar posterior, sem outros achados. Eletrocardiograma com desvio extremo do eixo para a direita e distúrbio de condução pelo ramo direito, Holter 24h com ausência de ectopias ou pausas, Ecocardiograma com desvio extremo do ápice cardíaco (ambos os ventrículos) para região axilar posterior e hipermobilidade cardíaca durante o exame, além de Ressonância Magnética Cardíaca evidenciando levoposição excessiva do coração, hipermobilidade ventricular e interposição de parênquima pulmonar entre o tronco pulmonar e a aorta ascendente, todos achados sugestivos de agenesia de pericárdio. DISCUSSÃO: A agenesia de pericárdio, embora frequentemente assintomática, pode manifestar-se com sintomas variados como dor torácica, dispneia, tonturas ou síncope, decorrentes de um defeito congênito no desenvolvimento da membrana pleuropericárdica esquerda. Em casos de defeitos parciais, onde os sintomas são mais prevalentes, pode ocorrer herniação e encarceramento do apêndice atrial esquerdo ou do ventrículo esquerdo, situações que demandam reparo cirúrgico urgente utilizando materiais sintéticos ou pericárdio bovino. No caso relatado, os achados de desvio extremo do ápice cardíaco e interposição de parênquima pulmonar entre o tronco pulmonar e a aorta ascendente indicam agenesia total. A decisão contra a intervenção cirúrgica foi baseada na ausência de risco iminente de morte súbita, sublinhando a importância de uma avaliação criteriosa dos riscos versus benefícios da cirurgia em casos de agenesia completa.
Subject(s)
Humans , Female , Adult , Pericardium/abnormalities , Pleural Effusion , EchocardiographyABSTRACT
BACKGROUND: Selective cardiac myosin inhibitors (CMI) are promising therapies for obstructive hypertrophic cardiomyopathy (HCM). Yet, the extent of their benefits remains unclear due to the limited population studied. METHODS: We conducted a systematic review and meta-analysis of randomized controlled trials (RCTs) comparing CMI vs. placebo in patients with obstructive HCM. PubMed, Cochrane, and embase were searched. We calculated risk ratios (RRs), mean differences (MDs) and standardized mean differences (SMDs) with 95% confidence intervals (CI). RESULTS: Four RCTs with 485 patients with obstructive HCM were included, of whom 261 (53.8%) were prescribed CMI (10.7% were aficamten and 89.3% were mavacamten). CMI significantly reduced resting left ventricular outflow tract (LVOT) gradient (SMD -1.4, 95% CI -1.6,-1.2, p<0.001), but also reduced left ventricular ejection fraction (LVEF) (MD -5.1%, 95% CI -7.6,-2.6, p<0,001). Patients receiving CMI had a higher rate of study-defined complete hemodynamic response (RR 16.8, CI 95% 5.5, 51.4, p<0,001; Figure 1A) with a number needed to treat (NNT) of 8; and improvement of at least one point in NYHA functional class (RR 2.29, CI 95% 1.8,2.9, p<0,001; Figure 1B). Conclusion: In this meta-analysis of RCTs including patients with obstructive HCM, CMI led to a significant reduction in LVOT gradient and symptomatic improvement. The NNT to achieve one complete hemodynamic response was 8. There was a significant, albeit modest, decrease in LVEF in the CMI group.
ABSTRACT
BACKGROUND: The use of anabolic androgenic steroids (AAS) among athletes has been linked to pathological structural and functional cardiac changes. However, the studies are small, and the results are inconsistent. METHODS: We conducted a systematic review and meta-analysis of echocardiographic outcomes comparing athletes with prolonged use of AAS (at least 2 years of use) versus sex and age- matched athletes who were did not use AAS. PubMed, Cochrane, and embase were searched. A random-effects model was used to calculate mean differences (MDs), with 95% confidence intervals (CI). Statistical analyses were performed using Review Manager 5.4.1. RESULTS: We included 17 studies comprising 1,023 athletes, of whom 543 (53%) were AAS users. The mean age ranged to 24.2 to 43 years. Compared with non-AAS users, athletes who used AAS exhibited a significant increase in interventricular septal wall thickness (MD 1.33 mm; 95% CI [0.8,1.89], p<0.001), a reduction in left ventricular ejection fraction (MD 2.77 %; 95% CI [-4.2,-1.34], p<0.001;Figure 1B) , and worsening of global longitudinal strain (MD 3.39%; 95% CI [2.88,3.91], p<0.001;Figure 1B). Additionally, there was a significant reduction in the E/A ratio (MD -0.21; 95% CI [-0.35,-0.07], p=0.003) and an increase in the E/e' ratio (MD 1.71; 95% CI [0.96,2.46], p<0.001). CONCLUSION: Our findings suggest that prolonged use of AAS in athletes is associated with increased left ventricular wall thickness and worsening of systolic and diastolic parameters.
Subject(s)
Ventricular Dysfunction, Left , Athletes , Anabolic Androgenic SteroidsABSTRACT
BACKGROUND: The management of unstable angina (UA) presents a challenge due to its subjective diagnosis and limited representation in randomized clinical trials that inform current practices. OBJECTIVES: This study aims to identify key factors associated with the indication for invasive versus non-invasive stratification in this population and to evaluate factors associated with stratification test results. METHODS: This retrospective cohort study included patients hospitalized with UA over a consecutive 20-month period. To assess factors associated with stratification strategies, patients were divided into invasive stratification (coronary angiography) and non-invasive stratification (other methods) groups. For the analysis of factors related to changes in stratification tests, patients were categorized into groups with or without obstructive coronary artery disease (CAD) or ischemia, as per the results of the requested tests. Comparisons between groups and multiple logistic regression analyses were performed, with statistical significance set at a 5% level. RESULTS: A total of 729 patients were included, with a median age of 63 years and a predominance of males (64.6%). Factors associated with invasive stratification included smoking (p = 0.001); type of chest pain (p < 0.001); "crescendo" pain (p = 0.006); TIMI score (p = 0.006); HEART score (p = 0.011). In multivariate analysis, current smokers (OR 2.23, 95% CI 1.13-4.8), former smokers (OR 2.19, 95% CI 1.39-3.53), and type A chest pain (OR 3.39, 95% CI 1.93-6.66) were independently associated. Factors associated with obstructive CAD or ischemia included length of hospital stay (p < 0.001); male gender (p = 0.032); effort-induced pain (p = 0.037); Diamond-Forrester score (p = 0.026); TIMI score (p = 0.001). In multivariate analysis, only chest pain (type B chest pain: OR 0.6, 95% CI 0.38-0.93, p = 0.026) and previous CAD (OR 1.42, 95% CI 1.01-2.0, p = 0.048) were independently associated. CONCLUSION: The type of chest pain plays a crucial role not only in the diagnosis of UA but also in determining the appropriate treatment. Our results highlight the importance of incorporating pain characteristics into prognostic scores endorsed by guidelines to optimize UA management.
FUNDAMENTO: O manejo da angina instável (AI) é um desafio devido ao seu diagnóstico subjetivo e à sua escassa representação em ensaios clínicos randomizados que determinem as práticas atuais. OBJETIVOS: O objetivo deste estudo é identificar os principais fatores associados à indicação de estratificação invasiva ou não nessa população e avaliar os fatores associados às alterações nos exames de estratificação. MÉTODOS: Coorte retrospectiva de pacientes internados por AI, em um período de 20 meses consecutivos. Para avaliar os fatores associados à estratégia de estratificação, os pacientes foram divididos em estratificação invasiva (cinecoronariografia) e não invasiva (demais métodos). Para análise de fatores relacionados às alterações nos exames de estratificação, os pacientes foram divididos em grupos com ou sem doença arterial coronariana (DAC) obstrutiva ou isquemia, conforme resultados dos exames solicitados. Foram realizadas comparações entre grupos e análise de regressão logística múltipla, com significância estatística definida em um nível de 5%. RESULTADOS: 729 pacientes foram incluídos, com mediana de idade de 63 anos e predomínio do sexo masculino (64,6%). Estiveram associados à estratificação invasiva: tabagismo (p = 0,001); tipo de dor torácica (p < 0,001); dor "em crescendo" (p = 0,006); escore TIMI (p = 0,006); escore HEART (p = 0,011). Na análise multivariada, tabagistas (OR 2,23, IC 95% 1,13-4,8), ex-tabagistas (OR 2,19, IC 1,39-3,53) e dor torácica tipo A (OR 3,39, IC 95% 1,93-6,66) estiveram associados de forma independente. Estiveram associados à DAC obstrutiva ou isquemia: tempo de internação hospitalar (p < 0,001); sexo masculino (p = 0,032); dor desencadeada por esforço (p = 0,037); Diamond-Forrester (p = 0,026); escore TIMI (p = 0,001). Na análise multivariada, apenas dor torácica (dor torácica tipo B: OR 0,6, IC 95% 0,38-0,93, p = 0,026) e DAC prévia (OR 1,42, IC 95% 1,01-2,0, p = 0,048) estiveram associadas de maneira independente. CONCLUSÕES: O tipo de dor torácica desempenha um papel crucial não apenas no diagnóstico da AI, mas também na definição do tratamento adequado. Nossos resultados destacam a importância de incorporar características da dor aos escores prognósticos endossados pelas diretrizes, para otimização do manejo da AI.
Subject(s)
Cardiology , Coronary Artery Disease , Humans , Male , Middle Aged , Female , Retrospective Studies , Risk Factors , Coronary Artery Disease/complications , Coronary Artery Disease/diagnostic imaging , Angina, Unstable/diagnosis , Chest Pain/diagnosis , Chest Pain/etiology , Coronary Angiography/methods , Ischemia/complications , Emergency Service, Hospital , Risk Assessment/methods , Predictive Value of TestsABSTRACT
FUNDAMENTO: O manejo da angina instável (AI) é um desafio devido ao seu diagnóstico subjetivo e à sua escassa representação em ensaios clínicos randomizados que determinem as práticas atuais. OBJETIVOS: O objetivo deste estudo é identificar os principais fatores associados à indicação de estratificação invasiva ou não nessa população e avaliar os fatores associados às alterações nos exames de estratificação. MÉTODOS: Coorte retrospectiva de pacientes internados por AI, em um período de 20 meses consecutivos. Para avaliar os fatores associados à estratégia de estratificação, os pacientes foram divididos em estratificação invasiva (cinecoronariografia) e não invasiva (demais métodos). Para análise de fatores relacionados às alterações nos exames de estratificação, os pacientes foram divididos em grupos com ou sem doença arterial coronariana (DAC) obstrutiva ou isquemia, conforme resultados dos exames solicitados. Foram realizadas comparações entre grupos e análise de regressão logística múltipla, com significância estatística definida em um nível de 5%. RESULTADOS: 729 pacientes foram incluídos, com mediana de idade de 63 anos e predomínio do sexo masculino (64,6%). Estiveram associados à estratificação invasiva: tabagismo (p = 0,001); tipo de dor torácica (p < 0,001); dor "em crescendo" (p = 0,006); escore TIMI (p = 0,006); escore HEART (p = 0,011). Na análise multivariada, tabagistas (OR 2,23, IC 95% 1,13-4,8), ex-tabagistas (OR 2,19, IC 1,39-3,53) e dor torácica tipo A (OR 3,39, IC 95% 1,93-6,66) estiveram associados de forma independente. Estiveram associados à DAC obstrutiva ou isquemia: tempo de internação hospitalar (p < 0,001); sexo masculino (p = 0,032); dor desencadeada por esforço (p = 0,037); DiamondForrester (p = 0,026); escore TIMI (p = 0,001). Na análise multivariada, apenas dor torácica (dor torácica tipo B: OR 0,6, IC 95% 0,38-0,93, p = 0,026) e DAC prévia (OR 1,42, IC 95% 1,01-2,0, p = 0,048) estiveram associadas de maneira independente. CONCLUSÃO: O tipo de dor torácica desempenha um papel crucial não apenas no diagnóstico da AI, mas também na definição do tratamento adequado. Nossos resultados destacam a importância de incorporar características da dor aos escores prognósticos endossados pelas diretrizes, para otimização do manejo da AI.
Subject(s)
Chest Pain , Acute Coronary Syndrome , Angina, UnstableABSTRACT
INTRODUCTION: Managing unstable angina (UA) poses a significant challenge due to its subjective diagnosis and underrepresentation in pivotal clinical trials that have greatly influenced current practices. The aim of this study is to determine the key variables that impact the management of UA in a referral cardiology hospital. Hypothesis: In addition to prognostic scores, other factors such as the nature of chest pain may have a relevant role in the management of UA. METHODS: This retrospective cohort study enrolled patients consecutive hospitalized with a diagnosis of UA from July 16, 2018 to February 28, 2020. The primary objective was to analyze the factors associated with the utilization of either an invasive or non-invasive strategy. The secondary objective sought to identify the factors associated with the presence of obstructive coronary artery disease (CAD) or ischemia, as determined by the results of complementary tests. Between-group comparisons were performed using multiple logistic regression analysis, with statistical significance set at a 5% level. RESULTS: A total of 729 patients were included in the study, with a mean age of 62.9 years, with a male predominance (64.6%). Factors significantly associated with an invasive strategy were smoking (p = 0.001), type of chest pain (p < 0.001), angina "in crescendo" (p = 0.006), TIMI risk (p = 0.006), and HEART score (p = 0.011). In the multivariate analysis, current smokers (OR 2.23, CI 95% 1.13-4.8) and type A chest pain (OR 3.39, CI 95% 1.93-6.66) were independently associated with the invasive strategy. Regarding the presence of obstructive CAD or ischemia, male gender (p = 0.032), exertional chest pain (p = 0.037), Diamond-Forrester (p = 0.026) and TIMI risk (p = 0.001) showed significant associations. In the multivariate analysis, the type of chest pain (type B chest pain: OR 0.6, CI 95% 0.38-0.93, p = 0.026) and presence of previous CAD (OR 1.42, CI 95% 1.01-2.0, p = 0.048) were independently associated with obstructive CAD or ischemia. CONCLUSION: Chest pain type is not only instrumental in diagnosing UA but also critical in shaping the suitable treatment approach. Our study emphasizes the significance of integrating pain traits with guidelines-endorsed scoring systems for optimal management.
ABSTRACT
OBJECTIVE: The aim of this study was to evaluate the correlation between P-wave indexes, echocardiographic parameters, and CHA2DS2-VASc score in patients without atrial fibrillation and valvular disease. METHODS: This retrospective cross-sectional study included patients of a tertiary hospital with no history of atrial fibrillation, atrial flutter, or valve disease and collected data from June 2021 to May 2022. The exclusion criteria were as follows: unavailable medical records, pacemaker carriers, absence of echocardiogram report, or uninterpretable ECG. Clinical, electrocardiographic [i.e., P-wave duration, amplitude, dispersion, variability, maximum, minimum, and P-wave voltage in lead I, Morris index, PR interval, P/PR ratio, and P-wave peak time], and echocardiographic data [i.e., left atrium and left ventricle size, left ventricle ejection fraction, left ventricle mass, and left ventricle indexed mass] from 272 patients were analyzed. RESULTS: PR interval (RHO=0.13, p=0.032), left atrium (RHO=0.301, p<0.001) and left ventricle diameter (RHO=0.197, p=0.001), left ventricle mass (RHO=0.261, p<0.001), and left ventricle indexed mass (RHO=0.340, p<0.001) were positively associated with CHA2DS2-VASc score, whereas P-wave amplitude (RHO=-0.141, p=0.02), P-wave voltage in lead I (RHO=-0.191, p=0.002), and left ventricle ejection fraction (RHO=-0.344, p<0.001) were negatively associated with the same score. The presence of the Morris index was associated with high CHA2DS2-VASc (p=0.022). CONCLUSION: Prolonged PR interval, Morris index, increased left atrium diameter, left ventricle diameter, left ventricle mass, and left ventricle indexed mass values as well as lower P-wave amplitude, P-wave voltage in lead I, and left ventricle ejection fraction values were correlated with higher CHA2DS2-VASc scores.
Subject(s)
Atrial Fibrillation , Heart Valve Diseases , Humans , Cross-Sectional Studies , Retrospective Studies , Echocardiography , Atrial Fibrillation/diagnostic imaging , Heart Valve Diseases/diagnostic imagingABSTRACT
OBJECTIVE: The aim of this study was to evaluate the correlation between P-wave indexes, echocardiographic parameters, and CHA2DS2-VASc score in patients without atrial fibrillation and valvular disease. METHODS: This retrospective cross-sectional study included patients of a tertiary hospital with no history of atrial fibrillation, atrial flutter, or valve disease and collected data from June 2021 to May 2022. The exclusion criteria were as follows: unavailable medical records, pacemaker carriers, absence of echocardiogram report, or uninterpretable ECG. Clinical, electrocardiographic [i.e., P-wave duration, amplitude, dispersion, variability, maximum, minimum, and P-wave voltage in lead I, Morris index, PR interval, P/PR ratio, and P-wave peak time], and echocardiographic data [i.e., left atrium and left ventricle size, left ventricle ejection fraction, left ventricle mass, and left ventricle indexed mass] from 272 patients were analyzed. RESULTS: PR interval (RHO=0.13, p=0.032), left atrium (RHO=0.301, p<0.001) and left ventricle diameter (RHO=0.197, p=0.001), left ventricle mass (RHO=0.261, p<0.001), and left ventricle indexed mass (RHO=0.340, p<0.001) were positively associated with CHA2DS2-VASc score, whereas P-wave amplitude (RHO=-0.141, p=0.02), P-wave voltage in lead I (RHO=-0.191, p=0.002), and left ventricle ejection fraction (RHO=-0.344, p<0.001) were negatively associated with the same score. The presence of the Morris index was associated with high CHA2DS2-VASc (p=0.022). CONCLUSION: Prolonged PR interval, Morris index, increased left atrium diameter, left ventricle diameter, left ventricle mass, and left ventricle indexed mass values as well as lower P-wave amplitude, P-wave voltage in lead I, and left ventricle ejection fraction values were correlated with higher CHA2DS2-VASc scores.
Subject(s)
Echocardiography , p WaveABSTRACT
INTRODUCTION: Sudden Cardiac Death (SCD) and Malignant Ventricular Arrhythmias (MVA) in patients with Hypertrophic Cardiomyopathy (HCM) occurs in up to 0.9%/ year. Identifying risk predictors for such an event is of paramount importance, considering the indication of Implantable Cardiodefibrillator (ICD) in patients at higher risk. The Intrinsecoid Deflection (ID) measured on the electrocardiogram showed a correlation with cardiovascular outcomes in some studies, but the literature is scarce in the analysis of this parameter in patients with HCM. OBJECTIVES and METHODS: This was a retrospective cohort study, which included patients with HCM and ICD followed in a tertiary hospital. Clinical, therapeutic and echocardiographic parameters were analyzed, in addition to the measurement of ID on the 12-lead ECG. RESULTS: 180 patients were included in the analysis, divided into 2 groups: group I (N=55) in secondary prevention or who had MVA (with or without ICD therapy) and group II (N=125) patients in primary prevention, who did not undergo ICD therapy. Group I showed higher values of: HCM-Risk SCD (13.5 ± 3.92 vs 6.47 ± 2.76 - p<0.001). septum thickness (25.5 ± 4.63 mm vs 22.4 ± 4.70 mm - p<0.001), EDDLV (46,8 ± 7,47 vs 43,6 ± 6,76 mm p=0,008), ID in v1 (78.9 ± 16 vs 38.5 ± 11.7 - p<0.001) and ID in V5 or V6 (77.1 ± 15.4 vs 40.5 ± 10.8 - p<0.001) - Figure 1. In the multivariate analysis, the ID measurement and the occurrence of NSVT on the 24-hour Holter were the factors that best correlated with the occurrence of MVA. The analysis of the ROC curve showed a cutoff value with better sensitivity and specificity of 58 ms for the ID both in V1 and in V5 or V6 - Figure 2. CONCLUSION: In this study, the increase in ID constituted an independent predictor factor for the occurrence of MVA and, therefore, for a higher risk of SCD, in patients with HCM. The inclusion of this parameter in the risk stratification may help to better indicate an ICD to patients at higher risk.
Subject(s)
Cardiomyopathy, Hypertrophic , Death, Sudden, Cardiac , Arrhythmias, Cardiac , Primary Prevention , Secondary PreventionABSTRACT
INTRODUCTION: Several P wave indexes and echocardiographic data are associated with a higher risk of developing atrial fibrillation (AF) and thromboembolism; however, there are few studies in patients without AF and even less comparing these parameters with CHA2DS2-VASc score. OBJECTIVES: Primary: Evaluate the association between P wave indexes [P wave duration, dispersion and variability, maximum and minimum P wave duration, P wave voltage in lead I (PVL1), Morris index, PR interval (PRI), P/PRI ratio and P wave peak time] and CHA2DS2-VASc score in patients without AF and valve disease. Secondary: To assess the association between echocardiographic parameters [left atrium (LA) and left ventricle (LV) size, LV ejection fraction (LVEF), LV mass and LV indexed mass] and CHA2DS2-VASC score in the same population. METHODS: A cross-sectional, descriptive and analytical study in which clinical, electrocardiographic and echocardiographic data from patients without AF and valve disease were collected and analyzed. For statistical analysis, the Chi-Square Test, Mann-Whitney U-Test and Spearman Correlation (RHO) were used with the significance level of 5%. RESULTS: Mean age of the 272 consecutive patients analyzed was 62.4 ± 12.6 years and 56.6% were female. The CHA2DS2-VASc score was positively associated with PRI (RHO=0.13, p=0.032), LA (RHO=0.301, p<0.01) and VE size (RHO=0.197, p=0.01), LV mass (RHO=0.261, p<0.01) and LV indexed mass (RHO=0.340, p<0.01), while P wave amplitude (RHO=-0.141, p =0.02), PVL1 (RHO=-0.191, p=0.02) and LVEF (RHO=-0.344, p<0.01) were negatively associated with the same score (table). The presence of the Morris index was related with high CHA2DS2-VASc. The other evaluated parameters were not significantly associated with the score. CONCLUSION: This study showed significant associations between CHA2DS2-VASc score and P wave indexes and echocardiographic data. All these parameters are independent risk predictors of thromboembolism, even in the absence of AF. Therefore, these not invasive and relatively easily available tests can be useful to complement cardiovascular risk and AF development risk.
Subject(s)
Atrial Fibrillation , p Wave , Heart Disease Risk Factors , Thromboembolism , Heart Atria , Heart VentriclesABSTRACT
INTRODUCTION: Late intervention of a chronic total occlusion (CTO) in stable patients is not routinely recommended by randomized trials. Previous studies have confirmed the negative effect of CTOs on prognosis. Purpose: To evaluate if a strategy of viability assessment (VA) to guide revascularization in the left anterior descendent artery (LAD) CTO can reduce 5-year clinical outcomes. METHODS: Retrospective cohort with at 5-year follow-up of 223 patients with LAD with CTO without any other significant lesion. Patients with previous myocardial infarction, cardiomyopathy or clinical instability were excluded. The primary outcome was the composite end point of myocardial infarction (MI), death, new LAD revascularization, heart failure hospitalization (HFH) and severe arrhythmias. RESULTS: We identified 223 patients with LAD CTO as a single lesion. Only 53 (23.7%) had VA to guide therapy compared to 170 (76.2%) with no VA (NVA). The mean ejection fraction was higher in the group with NVA (54.5+/-13.1 vs 41.5+/-11.8 with p<0.001). The occurrence of angina was more common in the NVA group (64.7% vs 30.2% with p<0.001), mainly due to Canadian Cardiology Society II (71.8%). The VA group was more frequently maintained in optimal medical therapy (OMT) (54.7%) compared to the NVA group (23.5%). NVA group underwent revascularization more often than the VA group, PCI was performed in 59.4% vs 41.5% and CABG in 17.1% vs 3.8% respectively. The primary outcome occurred in 5.7% in the VA group compared to 22.4% in the NVA (p=0.056). CONCLUSION: VA is a feasible strategy to reduce the need of unnecessary interventions. There was a marginal reduction of the total number of events in the VA group in the 5-year follow-up, mainly with respect to reducing the need for new LAD revascularization.
Subject(s)
Heart Failure , Cardiomyopathies , Myocardial Infarction , Prognosis , DeathABSTRACT
INTRODUCTION: The CHA2DS2-VASc score has been used as a predictor of cardiovascular outcomes even in the absence of atrial fibrillation (AF). Several P wave indexes and echocardiographic parameters are associated with a higher risk of developing AF and thromboembolism; however, there are few studies in patients without AF. OBJECTIVES: Primary: Evaluate the association between P wave indexes [P wave duration, dispersion and variability, maximum and minimum P wave duration, P wave voltage in lead I, Morris index, PR interval (PRI), P/PRI ratio and P wave peak time] and CHA2DS2-VASc SCORE in patients without AF and valve disease. Secondary: To assess the relation between echocardiographic parameters [left atrium (LA) and left ventricle (LV) size, LV ejection fraction (LVEF), LV mass and LV indexed mass] and CHA2DS2-VASC score in the same population. METHODS: A cross-sectional, descriptive and analytical study in which clinical, electrocardiographic and echocardiographic data from 272 patients without AF and valve disease were collected and analyzed. For statistical analysis, the Chi-Square Test, Mann-Whitney U-Test and Spearman Correlation were used with the significance level of 5%. RESULTS: PRI, LA and LV diameter, LV mass and LV indexed mass were positively associated with CHA2DS2-VASc SCORE, while P wave amplitude, P wave voltage in lead I and LVEF were negatively associated to the same score (Table). The presence of the Morris index was related with high CHA2DS2- VASc. CONCLUSION: The study of the association between P wave indexes, echocardiographic parameters and CHA2DS2-VASc score may be useful in clinical practice to evaluate patients who trend to have a higher cardiovascular risk using clinical parameters and non-invasive methods in patients without AF.
Subject(s)
Atrial Fibrillation , Heart Disease Risk Factors , Data Interpretation, StatisticalABSTRACT
INTRODUÇÃO: O escore CHA2DS2-VASc é utilizado como preditor de desfecho cardiovascular mesmo na ausência de fibrilação atrial (FA). Diversos índices de onda P e parâmetros ecocardiográficos associam-se a maior risco de desenvolvimento de FA e tromboembolismo, entretanto, há poucos estudos em pacientes sem FA. OBJETIVOS: Primário - avaliar a associação entre os índices de onda P (duração média da onda P, desvio padrão, variabilidade, P máxima, P mínima, dispersão de onda P, voltagem de onda P em DI, índice de Morris, intervalo PR, relação P/PRi e tempo de ativação da onda P) e escore CHA2DS2-VASc em pacientes sem fibrilação atrial e sem doença valvar. Secundário: avaliar a associação entre parâmetros ecocardiográficos [tamanho de átrio esquerdo (AE) e ventrículo esquerdo (VE), fração de ejeção do VE (FEVE), massa do VE e massa indexada do VE] e escore CHA2DS2-VASc na mesma população. MÉTODOS: Estudo transversal, descritivo e analítico no qual dados clínicos, eletrocardiográficos e ecocardiográficos de 132 pacientes sem FA e sem doença valvar foram coletados e analisados. Os eletrocardiogramas foram digitalizados e as medidas foram realizadas com o programa CardioCalipers®. Para análise estatística, foram utilizados os testes do Qui-quadrado, "t" de Student, U de Mann-Whitney e Coeficiente de Spearman e o nível de significância de 5% foi adotado para todos os testes. RESULTADOS: O intervalo PR associou-se positivamente com escore CHA2DS2-VASc. Diâmetro de AE, massa do VE e massa indexada do VE apresentaram associação positiva com escore CHA2DS2-VASc, enquanto que FEVE apresentou associação negativa com o mesmo escore (gráfico e tabela). CONCLUSÕES: O estudo da associação entre índices de onda P, parâmetros ecocardiográficos e escore CHA2DS2-VASc pode ser útil na prática clínica para avaliar pacientes que tendem a ter maior risco cardiovascular utilizando-se parâmetros clínicos e métodos não invasivos. Este trabalho traz resultados sobre esta relação que carece de informações em pacientes sem FA.
Subject(s)
Atrial Fibrillation , Echocardiography , p Wave , Measures of Association, Exposure, Risk or OutcomeABSTRACT
INTRODUÇÃO: A morte súbita cardíaca é uma das complicações mais temidas em portadores de Miocardiopatia Hipertrófica (MCH) e geralmente decorre de eventos arrítmicos ventriculares. Acomete principalmente jovens e atletas e pode ser a primeira manifestação clínica da doença, justificando a importância da avaliação dos fatores de risco que possam estratificar e identificar os pacientes que mais se beneficiam do Cardiodesfibrilador Implantável (CDI). OBJETIVOS: Avaliar em uma amostra de pacientes em centro terciário de referência cardiológica os fatores clínicos ou de exames complementares associados à ocorrência de evento arrítmico grave em pacientes portadores de CHM e CDI. MÉTODOS: Trata-se de uma coorte retrospectiva cuja amostra foi dividida em dois grupos: Grupo I - Pacientes que receberam choque apropriado ou Terapia Antitaquicardia (ATP) pelo CDI + pacientes cuja indicação do CDI se deu por prevenção secundária e Grupo II Pacientes que não apresentaram terapia pelo CDI. Além de variáveis clínicas e ecocardiográficas, foi também calculado o HCM-Risk-SCD (escore de risco proposto pela diretriz europeia). RESULTADOS: 180 pacientes (idade 51,3±12,9 anos, N=55 no grupo I e N=125 no grupo II) foram avaliados. Diferença estatisticamente significativa foi observada entre os grupos em relação aos seguintes fatores de risco: espessura do septo (p < 0,001), HCM_Risk_SCD (p < 0,001) e DDFVE (p = 0,008) tabela 1 e figura 1. Na análise univariada, PCR prévia (p < 0,001), sincope (p = 0,001), história familiar de MS < 40 anos (p = 0,005), TVNS (p = 0,001) e prevenção secundaria (p < 0,001) associaram-se a maior ocorrência de eventos arrítmicos (p = 0,019). Na análise multivariada, sincope, história familiar de MS < 40 anos e TVNS constituíram fatores preditores independentes de eventos arrítmicos tabela 2. CONCLUSÕES: Sincope, história familiar de morte súbita em idade precoce e TVNS foram preditores independentes de eventos arrítmicos ventriculares na população estudada. Maiores estudos são necessários para confirmar.
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Arrhythmias, Cardiac , Cardiomyopathy, Hypertrophic , Death, Sudden, Cardiac , ShockABSTRACT
DESCRIÇÃO DO CASO: Paciente feminina, 29 anos, foi admitida por perda transitória da consciência em decúbito dorsal, sem pródromos e com recuperação espontânea após 5 minutos. Negava dor torácica, dispneia e palpitações. Não foram relatadas comorbidades ou história familiar de morte súbita cardíaca (MSC). O exame físico revelou clique mesossistólico seguido por sopro sistólico mais audível em ápice, com aumento com manobra de handgrip e elevação de membros inferiores e redução com manobra de Valsalva; ECG mostrou ritmo sinusal e ectopias ventriculares (EV) frequentes com morfologia de BRD; Holter de 24h demonstrou 11.331 EV monomórficas e 79 episódios de TVNS polimórfica rápida. Todos os episódios TVNS foram desencadeados por EV com a mesma morfologia com intervalo de acoplamento curto (260ms) (Figura 1); ecocardiograma mostrou FEVE preservada sem alterações da contratilidade miocárdica segmentar, valva mitral espessada com prolapso de ambas as cúspides, disjunção do anel mitral (14mm) e regurgitação mitral leve (Figura 2). Ablação por cateter foi indicada. O mapeamento do ventrículo esquerdo foi realizado com cateter de ponta irrigada, com auxílio de ecocardiograma intracardíaco e sistema eletroanatômico tridimensional, via acesso retroaórtico. A ativação mais precoce foi registrada no músculo papilar posteromedial com potenciais bipolares no cateter de ablação precedendo a EV em 40ms. RF foi aplicada nesta posição com término imediato das arritmias (Figura 3). Holter 24h realizado após 6 meses não mostrou recorrência das arritmias. DISCUSSÃO: O risco estimado de MSC em pacientes com PVM é de 0,2%-0,4%/ano, principalmente associado à presença de arritmias ventriculares. Fatores de risco incluem sexo feminino, comprometimento de ambos os folhetos e disjunção do anel mitral. A ablação por cateter é indicada nos casos em que os gatilhos de TV ou FV podem ser mapeados e identificados ou para TV por reentrada relacionada à fibrose. CONCLUSÃO: Descrevemos um caso de TVNS polimórfica desencadeada por EV com intervalo de acoplamento curto em paciente com PVM. Este caso ilustra a ocorrência de arritmias ventriculares malignas nessa população.
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Mitral Valve Prolapse , Tachycardia, Ventricular , Catheter Ablation , Ventricular Premature ComplexesABSTRACT
INTRODUÇÃO: A população de idosos com cardiopatias congênitas (CC) encontra-se em crescimento, frente o aumento de sobrevida pelos avanços técnicos e terapêuticos nos últimos anos. Com o envelhecimento, somam-se fatores adicionais de risco cardiovascular e multimorbidades, implicando em maior impacto dessas doenças na expectativa e qualidade de vida desses pacientes. Sarcopenia, síndrome de fragilidade do idoso e declínio cognitivo ocorrem mais precocemente nesta população, justificando a importância do diagnóstico precoce, do seguimento clínico e manejo adequado destes casos, com a indicação oportuna de intervenção/ tratamento invasivo. CASO 1: Feminino, 73 anos, 42 Kg, Imc: 19,9 Kg/m², admitida com quadro de insuficiência cardíaca perfil b. Ecocardiograma transesofágico (ECOTE): cia ostium secundum (22 X 16 Mm) ântero-superior no septo interatrial, com shunt esquerdadireita. Importante dilatação biatrial e do ventrículo direito. Função sistólica preservada. Psap: 55 Mmhg. Relação Qp/qs: 2,3 (Hiperfluxo Pulmonar). Realizada oclusão da cia com prótese amplatzer Aso 26 Mm, com sucesso. Eco pós procedimento: prótese bem posicionada no septo interatrial (SAI), sem comprometimento de estruturas adjacentes. houve queda de Psap Para 34 Mmhg pós implante. Paciente evolui com melhora importante do quadro clínico, atualmente em classe funcional Nyha I. Caso 2: feminino, 67 anos, 43 Kg, Imc: 20,1 Kg/m², com quadro de dispnéia progressiva no último ano, inapetência, perda ponderal e sonolência excessiva. Em classe funcional Nyha Iii à primeira consulta. Ao exame físico: ritmo irregular, P2 hiperfonética com sopro sistólico regurgitante 4+/6+ em foco tricúspide. Ecote: sia multifenestrado, com pelo menos 3 comunicações interatriais maiores, uma ânterosuperior De 20 Mm e duas posteriores medindo 12 E 4 mm, todas com fluxo esquerda-direita. Dilatação importante das cavidades direitas e átrio esquerdo. Disfunção sistólica moderada do vd. Psap: 68 Mmhg. cateterismo: teste de vasorreatividade pulmonar favorável para operabilidade. Qp/qs: 2,1. Otimizado tratamento clínico medicamentoso, com melhora discreta dos sintomas. Devido alto risco cirúrgico, paciente encaminhada para fechamento percutâneo parcial de cia. Discussão: Foram descritos 2 casos clínicos de cia manifestando-se por síndrome consumptiva e declínio de funcionalidade, em pacientes idosas. O manejo das cardiopatias congênitas no idoso constitui tema de crescente importância e um desafio clínico.
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Aged , Aged , Heart Septal Defects, Atrial , Frailty , Heart Defects, CongenitalABSTRACT
INTRODUÇÃO: O pseudoaneurisma do ventrículo esquerdo (VE) é uma complicação mecânica rara após o Infarto Agudo do Miocárdio (IAM), especialmente com a evolução das terapias de reperfusão. Sua formação ocorre quando uma ruptura de parede cardíaca é contida por pericárdio adjacente, gerando uma parede frágil composta por tecido cicatricial fibrótico. Está associado à elevada morbimortalidade, sendo o diagnóstico precoce e abordagem cirúrgica fundamental. DESCRIÇÃO DO CASO: Paciente 58 anos, feminino, hipertensa, diabética, dislipidêmica, hipotiroidea com antecedente de IAMSEST há 2 anos, não revascularizada. Evolui com quadro de dispneia progressiva, na admissão em classe funcional NYHA IV, acompanhado de ortopnéia, e anasarca. Permaneceu internada para compensação de Insuficiência Cardíaca perfil B. No ecocardiograma apresentou uma grande dilatação aneurismática em parede ínfero-lateral, sendo definida como pseudoaneurisma na Ressonância Magnética Cardíaca (RMC), com colo medindo 54 x 37 x 32mm. Coronariografia: artéria circunflexa (ACx) ocluída em terço médio, demais artérias coronárias normais. Ventriculografia: discinesia ínfero-lateral, valva mitral com refluxo moderado. Paciente encaminhada para resolução cirúrgica, no momento, assintomática em tratamento clínico otimizado. CONCLUSÕES: O pseudoaneurisma de VE após o IAM é uma complicação rara frequentemente não tratada devido a seu quadro clínico inespecífico. O ecocardiograma é o ponto de partida para o diagnóstico. No entanto, a RMC é necessária para diferenciar o aneurisma de um pseudoaneurisma sendo o diagnóstico final anátomo-patológico. Em razão do risco elevado de ruptura e tamponamento cardíaco, a correção cirúrgica é o tratamento de escolha, devido à alta tendência de ruptura (30% a 45%) e à chance de morte súbita.
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Aneurysm, False , Ventricular Dysfunction, LeftABSTRACT
INTRODUÇÃO: Pouco tem sido relatado a respeito das alterações hemodinâmicas agudas associadas ao implante de prótese aórtica transcateter (TAVI). Complicações vasculares, bloqueio cardíaco, sangramentos e lesão renal aguda são as complicações mais comumente associadas a esse procedimento. O caso a seguir mostra o impacto das alterações que podem ocorrer após o implante da TAVI. RELATO DE CASO: Paciente de 74 anos, masculino, hipertenso e diabético com queixa de tontura e dispneia aos esforços (CF II NYHA). Ao exame físico: sopro sistólico em foco aórtico 3+/6+, fenômeno de Gallavardin. Ecocardiograma transtorácico: diâmetro diastólico e sistólico final do VE = 46 mm e 35 mm respectivamente, septo = 13 mm, parede posterior = 10 mm, contratilidade miocárdica preservada (FEVE = 67%) e aumento da espessura miocárdica. Presença de septo em sigmoide de 13 mm sem gerar gradiente em via de saída do ventrículo esquerdo (VSVE). Valva aórtica com cúspides espessadas, calcificadas, abertura e mobilidade reduzidas, refluxo discreto, gradiente sistólico máximo = 55 mmHg, gradiente sistólico médio de 38 mmHg, AV indexada = 0,52 cm²/m² e V máx de 4,48cm/s. Optado por implante de TAVI após discussão em Heart Team. No intraoperatório, após implante Myval nº 26, houve necessidade de iniciar noradrenalina para suporte hemodinâmico. De forma paradoxal, cursou com importante queda da pressão arterial a despeito do aumento da dose da amina vasoativa, além de aumento súbito do gradiente sistólico médio na VSVE de 60 mmHg, VE hiperdinâmico com FEVE > 80%, veia cava inferior fina e com colabamento inspiratório maior que 50%. Após, foi realizado reposição volêmica vigorosa, desmame da noradrenalina e ajustada frequência cardíaca pelo marcapasso transvenoso, com posterior melhora clínica e estabilidade hemodinâmica. ECO de controle mostrou endoprótese em posição aórtica com abertura e mobilidade preservadas, GS máximo = 16 mm, GS médio = 08 mm, AV = 3,0 cm ², FEVE = 68%, gradiente da via de saída = 28 mmHg. DISCUSSÃO: O caso destaca as alterações hemodinâmicas agudas que podem ocorrer após o implante da TAVI. Trata-se de um paciente idoso com Estenose Aórtica grave estágio D (AHA), foi submetido à TAVI e após implante da endoprótese valvar aórtica e alívio da obstrução valvar fixa, evoluiu com obstrução aguda da VSVE e colapso hemodinâmico, chamado de ventrículo esquerdo suicida, que foi prontamente revertido após medidas clínicas urgentes com destaque para a reposição volêmica.
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Ventricular Dysfunction, Left , Transcatheter Aortic Valve ReplacementABSTRACT
INTRODUÇÃO: Com o surgimento do novo coronavírus (COVID-19) em dezembro de 2019, diversas áreas da medicina sofreram com o impacto da pandemia. Na cardiologia, a redução da procura por atendimento gerou consequências imediatas no número de procedimentos e cirurgias, com consequente aumento da letalidade das doenças cardiovasculares, inclusive no Brasil. Ao longo do último ano, o impacto do COVID-19 na mortalidade dos pacientes submetidos a cirurgias cardíacas tornou- -se OBJETO DE ESTUDO. Em março de 2021, uma análise prospectiva e multicêntrica identificou aumento da mortalidade neste grupo de pacientes. O objetivo do atual estudo é avaliar eventos adversos em pacientes que foram submetidos à cirurgia de troca valvar em serviço terciário brasileiro, com diagnóstico de COVID-19 na internação, antes ou após o procedimento. MÉTODOS: Coorte retrospectiva de pacientes internados pelo pronto-socorro submetidos à cirurgia de troca valvar de urgência, de maneira consecutiva, durante a pandemia (01 de abril de 2020 à 31 de março de 2021). Eventos intra-hospitalares foram comparados entre pacientes não contaminados pelo COVID-19 com os que testaram positivo (RT-PCR), pré ou pós procedimento cirúrgico. Variáveis categóricas foram apresentadas em frequências e porcentagens, enquanto as variáveis numéricas foram descritas em medidas de tendência central. Foi realizada análise estatística bivariada e considerou-se estatisticamente significativo o valor de p < 0,05 bicaudal. RESULTADOS: De Abril de 2020 à Março de 2021, foram realizadas 278 cirurgias de trocavalvar no instituto. Destes pacientes cerca de 60% deles foram contaminados antes do procedimento. Cerca de 53% na tabela 1 observa-se o perfil epidemiológico dos pacientes e as características de base, seguindo pelos desfechos na tabela 2. Foi observado maior tendência à mortalidade intra-hospitalar, aumento da necessidade de hemodiálise e período mais prolongado de internação hospitalar (31,1 vs 15,3 dias entre cirurgia e alta, p < 0,001), nos pacientes infectados pelo COVID-19. CONCLUSÃO: O atual estudo é o primeiro a avaliar exclusivamente o impacto da infecção pelo novo coronavírus nas cirurgias de troca valvar no Brasil. Os dados sugerem que a presença da doença pode estar associada a aumento da mortalidade, necessidade de hemodiálise e aumento considerável no tempo de internação. Mais estudos são necessários, com maior número amostral, para avaliar com mais precisão o verdadeiro impacto do COVID-19 nas cirurgias de troca valvar.
Subject(s)
Cardiovascular Diseases , Coronavirus Infections , Heart Valve Diseases/surgeryABSTRACT
INTRODUÇÃO: Os Cuidados Paliativos (CP) consistem em um conjunto de práticas instituídas a pacientes e seus familiares diante de enfermidades terminais ou avançadas. Diversos estudos já avaliaram seu papel e indicações nos cenários ambulatoriais ou de emergência. Entretanto, faltam dados na literatura acerca do papel da paliação no contexto de pandemia, como a COVID-19. OBJETIVOS: Analisar o perfil de óbitos por COVID-19 em hospital cardiológico terciário de referência e determinar os fatores que estiveram vinculados à maior indicação de CP na abordagem do cuidado ao paciente. MÉTODOS: Foram estudados, entre 1º de março a 31 julho de 2020, todos os casos de óbito no período e infecção comprovada por COVID-19, sendo obtidas informações clínico-epidemiológicas, laboratoriais e de imagem. RESULTADOS: 26,8% dos óbitos receberam abordagem por Cuidados Paliativos durante internação. Na comparação entre os grupos (cuidados padrões vs. abordagem paliativa), houve diferença estatisticamente significativa (p< 0,05) nos seguintes parâmetros: idade (67,1 ± 12,1 vs. 73,5 ± 9,1), diagnóstico de Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) (3,2% vs 14,7%) e causa de óbito sendo hipoxemia (17,2% vs 55,9%). CONCLUSÃO: No presente estudo, em uma amostra de pacientes cardiopatas admitidos em Pronto-Socorro de hospital terciário, os fatores determinantes para maior indicação de CP foram idade e DPOC prévio. Hipoxemia foi a principal causa de óbito, mais prevalente no grupo paliativo.