ABSTRACT
INTRODUÇÄO: Atualmente tem sido realçado o papel da infecçäo genital feminina por Mycoplasma hominis (MH) e Ureaplasma urealiticum (UU) na genesi das complicaçöes sistêmicas que extrapolam a singularidade da infecçäo. A possibilidade de troca de material genético com a célula acometida sustenta um papel na genesi das doenças do conjuntivo e na formaçäo de super-antigenos piorando o prognóstico de mulheres contaminadas pelo Virus da Imunodeficiência Humana tipo 1 (HIV-1). OBJETIVOS: Avaliar a freqüência da infecçäo genital do MH e UU em mulheres, considerando o estado de portadora do HIV-1 e gestaçäo. CASUÍSTICA E MÉTODOS: Estudo prospectivo envolvendo 183 mulheres atendidas em um Hospital Universitário entre 1995 e 1996. Dividiu-se as pacientes do estudo em quatro grupos. O grupo I foi formado por 61 gestantes consideradas normais, o grupo II por 12 gestantes portadoras do HIV-1, o grupo III por 60 mulheres näo gestantes portadoras do HIV-1 e o grupo IV por 50 mulheres näo gestantes e näo contaminadas pelo HIV-1. O método utilizado para identificacao do MH e UU foi cultura com diluiçöes sucessivas, considerando positivo as diluiçöes maiores que 10 após a mudança de cor dos meios de cultura. RESULTADOS E DISCUSSÄO: Observou-se que as taxas de infecçäo genital pelo MH e UU säo baixas na populaçäo feminina, independentemente de sua condiçäo de portadora do HIV. Verificou-se que no período gestacional a freqüência do MH foi estatisticamente mais baixa ( 1,4 por cento) do que na populaçäo näo gestante ( 12,7 por cento). Näo se observou influência gestacional sobre a freqüência do UU. Sugere-se a todos que tenham condiçöes de cultivo para estes microrganimos que o executem