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1.
Arq. bras. cardiol ; Arq. bras. cardiol;121(10): 20230692, out.2024. ilus, tab
Artigo em Inglês, Português | CONASS, Sec. Est. Saúde SP, SESSP-IDPCPROD, Sec. Est. Saúde SP | ID: biblio-1578025

RESUMO

FUNDAMENTO: Estudos de coorte internacionais têm consistentemente demonstrado ao longo das últimas décadas um prognóstico desfavorável em pacientes do sexo feminino após o primeiro infarto agudo do miocárdio. No entanto, dados nacionais sobre esse tema são limitados. OBJETIVOS: O presente estudo tem como objetivo comparar coortes nacionais de homens e mulheres hospitalizados devido ao primeiro infarto agudo do miocárdio (IAM), examinando os desfechos a longo prazo. MÉTODOS: Estudo retrospectivo, observacional, com dados de mundo real extraídos da plataforma global TriNetX, incluindo pacientes de ambos os sexos com diagnóstico confirmado de IAM por classificação internacional de doenças (CID), versão 11, código I21. O nível de significância estatística adotado na análise foi de 5% (0,05). O desfecho primário avaliado foi composto por óbito, nova hospitalização por IAM, procedimentos de revascularização miocárdica, ou insuficiência cardíaca após fase hospitalar e com seguimento de 5 anos. RESULTADOS: Foram avaliados dados de 29.041 pacientes, dos quais 11.284 (38,4%) eram mulheres. A idade média das populações feminina e masculina foi, respectivamente, 64,4 e 59,8 anos. O grupo de mulheres apresentou maior ocorrência do desfecho combinado de óbito, nova hospitalização por IAM, procedimentos de revascularização miocárdica, ou insuficiência cardíaca após fase hospitalar e com seguimento de 5 anos (OR 1.058; IC 1.005 - 1.113; p = 0,03). CONCLUSÃO: Nesta grande coorte brasileira, o sexo feminino foi associado a maior ocorrência de eventos cardiovasculares em período de 5 anos após a alta hospitalar.


Assuntos
Humanos , Masculino , Feminino , Pessoa de Meia-Idade , Mulheres , Fatores de Risco , Infarto do Miocárdio , Doenças Cardiovasculares , Insuficiência Cardíaca
2.
Arq. bras. cardiol ; Arq. bras. cardiol;121(9 supl.1): 260-260, set.2024. graf
Artigo em Português | CONASS, Sec. Est. Saúde SP, SESSP-IDPCPROD, Sec. Est. Saúde SP | ID: biblio-1568574

RESUMO

INTRODUÇÃO: O fechamento percutâneo transcateter do apêndice atrial esquerdo surgiu recentemente como uma alternativa segura e eficaz à terapia anticoagulante de longo prazo na prevenção de AVC e na redução dos riscos de sangramento em pacientes com FA não valvular. No entanto, o papel da combinação do fechamento percutâneo transcateter do apêndice atrial esquerdo e ablação por cateter em um único procedimento ainda não está claro. OBJETIVOS: Neste estudo, os autores buscaram comparar a segurança do fechamento percutâneo transcateter do apêndice atrial esquerdo, ablação por cateter e o procedimento combinando-os em pacientes com fibrilação atrial. MÉTODOS: As bases de dados MEDLINE, EMBASE e a Cochrane Central foram revisadas sistematicamente em busca de estudos que relatassem o desfecho de complicações periprocedimentos na ablação por cateter e oclusão do apêndice atrial esquerdo em uma abordagem "one-stop". O procedimento combinado dessas abordagens, o fechamento percutâneo transcateter do apêndice atrial esquerdo e a ablação por cateter isoladamente foram analisados. Foi realizada uma metaanálise em rede bayesiana para estimar os efeitos relativos entre tratamentos utilizando razão de risco (RR) e para classificar cada um de acordo com a "Surface Under the Cumulative Ranking Curve" (SUCRA). RESULTADOS: Identificamos 11 ensaios relevantes representando 3343 participantes. A avaliação dos valores SUCRA indicou que apenas o LAAC (0,84) emergiu como o tratamento mais eficaz para a redução das complicações periprocedimento, seguido por apenas ablação (0,60) e abordagem combinada (0,05). O risco de complicações periprocedimento foi maior para o grupo apenas ablação (RR 0,73; intervalo credível [CrI] 0,45, 1,1) e menor para o grupo LAAC (RR 0,62; CrI 0,35, 1,0) quando comparados ao grupo combinado. Na comparação indireta entre os grupos LAAC apenas e ablação apenas, não houve significância estatística (Odds Ratio [OR] 1,1; CrI 0,27, 4,4; p=0,60). CONCLUSÃO: Nesta metanálise de rede, a abordagem combinada do fechamento percutâneo transcateter do apêndice atrial esquerdo e da ablação por cateter foi associada a um aumento de complicações periprocedimentos quando comparado aos procedimentos isoladamente. Portanto, deve-se avaliar cuidadosamente os benefícios e riscos de realizar esses procedimentos em conjunto, levando em consideração a segurança do paciente.


Assuntos
Fibrilação Atrial , Ablação por Cateter , Apêndice Atrial , Metanálise em Rede , Oclusão do Apêndice Atrial Esquerdo , Acidente Vascular Cerebral , Hemorragia
3.
Arq. bras. cardiol ; Arq. bras. cardiol;121(9 supl.1): 261-261, set.2024. tab
Artigo em Português | CONASS, Sec. Est. Saúde SP, SESSP-IDPCPROD, Sec. Est. Saúde SP | ID: biblio-1568580

RESUMO

INTRODUÇÃO: A ablação da fibrilação atrial (FA) é essencialmente baseada no isolamento das veias pulmonares (PVI), no entanto, a recorrência da FA devido à reconexão da VP é um desafio. O uso da técnica de alta potência de curta duração (HPSD; > 40 W) mostrou-se mais eficaz e seguro, proporcionando lesões uniformes. Recentemente, foi introduzida a técnica de muito alta potência de curta duração (vHPSD) (90 W, 4 s), no entanto, sua eficácia e segurança ainda são controversas quando comparadas à técnica de alta potência. OBJETIVO: Realizamos uma revisão sistemática e meta-análise para comparar a técnica de altíssima potência e curta duração (vHPSD; 70-90 W) e a técnica de alta potência e curta duração (HPSD; > 40 W) em pacientes com FA. MÉTODOS: Pesquisamos no PubMed, Embase e Cochrane Central. Os desfechos foram a recorrência da FA e as complicações. Um modelo de efeitos aleatórios foi usado para calcular as razões de chances (ORs) com intervalos de confiança (IC) de 95%. A análise estatística foi realizada utilizando o programa R (versão 4.3.2). A heterogeneidade foi avaliada com estatísticas I2. RESULTADOS: Incluímos pacientes de 7 estudos. Destes, 1 foi derivado de RCT e 6 foram estudos observacionais. Em comparação com a alta potência de curta duração, a técnica de altíssima potência e curta duração (vHPSD; 70-90 W) não demonstrou uma variação estatisticamente significativa nas taxas de recorrência da FA (OR 0,91; IC 95% 0,50 - 1,67; p=0,769; I2 = 48%) e complicações associadas (OR 1,04; IC 95% 0,38 - 2,86; p=0,933; I2 = 0%). CONCLUSÃO: Os dados desta metaanálise revelam que não houve diferença significativa na recorrência da FA e nas complicações entre a técnica de muito alta potência de curta duração e a técnica de alta potência de curta duração.


Assuntos
Fibrilação Atrial , Interpretação Estatística de Dados , Indicadores de Qualidade em Assistência à Saúde
4.
Arq. bras. cardiol ; Arq. bras. cardiol;121(9 supl.1): 299-299, set.2024. tab
Artigo em Português | CONASS, Sec. Est. Saúde SP, SESSP-IDPCPROD, Sec. Est. Saúde SP | ID: biblio-1568628

RESUMO

INTRODUÇÃO: A rápida restauração do fluxo sanguíneo em pacientes com infarto agudo do miocárdio com supradesnivelamento do segmento ST (IAMCSST) através da intervenção coronariana percutânea (ICP) é crucial para a sobrevivência desta população. As tentativas de diminuir o tempo desde o diagnóstico do IAMCSST até a chegada ao laboratório de cateterismo têm sido extensivamente investigadas. Contudo, faltam estratégias que visem reduzir o tempo intraprocedimento. OBJETIVO: Portanto, realizamos uma meta-análise para avaliar a revascularização do vaso culpado antes da angiografia completa como estratégia para minimizar atrasos na ICP primária em pacientes com IAMCSST. MÉTODOS: Pesquisamos na PubMed, Embase e Cochrane Central. Os desfechos de interesse foram: tempo acesso vascular-balão, tempo porta-balão, tempo primeiro contato médico-balão, mortalidade hospitalar, mortalidade em 30 dias, mortalidade em 1 ano, mortalidade cardíaca em 30 dias, reinfarto em 30 dias, sangramento BARC ≥ tipo 3, encaminhamento para cirurgia de revascularização do miocárdio e FEVE %. A análise estatística foi realizada no programa R (versão 4.3.2). A heterogeneidade foi avaliada com estatística I2. RESULTADOS: Incluímos 2.050 pacientes de 6 estudos, dos quais 2 eram ECRs e 4 estudos observacionais. A mediana de acompanhamento variou de 17 a 65 meses. A revascularização do vaso culpado antes da angiografia completa foi associada a uma diminuição estatisticamente significativa dos tempos: acesso vascular-balão (MD -6,79; IC 95% [- 8,00, - 5,58]; p<0,01; I2 = 82%) e porta-balão (MD -9,02; IC 95% [− 12,83, − 5,22]; p<0,01; I2 =93%). Além disso, a abordagem inicial da artéria culpada com a ICP foi associada ao aumento da FEVE (MD 1,90; IC95% 0,77 − 3,04]; p<0,01; I2 =82%). Não houve diferença significativa entre os grupos em termos de mortalidade hospitalar (RR 1,15; IC 95% 0,34 - 3,87; p=0,823; I2 =0%), mortalidade em 1 ano (RR 0,83; IC 95% 0,59 - 1,17; p =0,282; I2 =0%), mortalidade cardíaca em 30 dias (RR 0,77; IC 95% 0,38 - 1,57; p=0,472; I2 =0%) e reinfarto em 30 dias (RR 1,02; IC 95% 0,29 - 3,58; p=0,980; CONCLUSÃO: Nesta meta-análise abrangente de pacientes que apresentaram IAMCSST, a realização da ICP na lesão culpada antes da angiografia coronária completa levou a tempos de reperfusão significativamente mais curtos, sem diferenças discerníveis nas taxas de complicações.


Assuntos
Angiografia Coronária , Indicadores de Qualidade em Assistência à Saúde , Infarto do Miocárdio , Circulação Sanguínea , Reperfusão , Mortalidade Hospitalar
5.
Arq. bras. cardiol ; Arq. bras. cardiol;121(9 supl.1): 300-300, set.2024. tab
Artigo em Português | CONASS, Sec. Est. Saúde SP, SESSP-IDPCPROD, Sec. Est. Saúde SP | ID: biblio-1568636

RESUMO

INTRODUÇÃO: O reparo transcateter borda a borda utilizando o dispositivo MitraClip é uma ótima alternativa para tratar pacientes com insuficiência mitral e com alto risco cirúrgico. No entanto, a eficácia e segurança da nova geração de MitraClip versus as gerações anteriores não estão bem estabelecidas. OBJETIVO: Portanto, nosso objetivo foi realizar uma meta-análise explorando as gerações de MitraClip no reparo borda a borda da valva mitral por transcateter. MÉTODOS: Pesquisamos no PubMed, Embase e Cochrane Central estudos comparando dispositivos MitraClip de quarta geração com as gerações mais precoces em pacientes com regurgitação mitral (RM) tratados com reparo transcateter borda a borda. Os desfechos foram grau de RM, RM residual >2+, sucesso técnico, sucesso do dispositivo, número de clipes, NYHA III ou IV e mortalidade por todas as causas. A análise estatística foi realizada utilizando o programa R (versão 4.3.2). A heterogeneidade foi avaliada com estatística I2. RESULTADOS: Incluímos 2.123 pacientes de 6 estudos observacionais. Os resultados agrupados não revelaram diferença estatisticamente significativa no grau de RM ≤ 2+ após o procedimento (95,9% vs 95,7%; OR 1,05; IC 95% 0,68 - 1,62; p=0,839; I2 =0%), grau de RM ≤ 1+ após procedimento (OR 0,97; IC 95% 0,71 - 1,32; p=0,857; I2 =42%), sucesso do dispositivo (OR 1,20; IC 95% 0,87 - 1,68; p=0,275; I2 =0%), sucesso técnico (OR 0,98; IC 95% 0,66 - 1,46; p=0,919; I2 =0%) entre grupos de quarta geração e gerações iniciais. Entretanto, a opção pelo MitraClip de quarta geração em pacientes com insuficiência mitral foi associada a um maior número de pacientes que necessitaram de apenas 1 clipe durante o procedimento (OR 2,06; IC 95% 1,23 - 3,46; p = 0,007; I2 = 0%). CONCLUSÃO: Os dados desta meta-análise revelaram que não houve diferença significativa na redução da regurgitação mitral, na taxa de pacientes com NYHA III e IV e na mortalidade por todas as causas entre as gerações de MitraClip. Embora o uso da quarta geração estivesse associado a uma menor necessidade de clipes durante o procedimento.


Assuntos
Valva Mitral , Insuficiência da Valva Mitral , Características da Família , Interpretação Estatística de Dados , Indicadores de Qualidade em Assistência à Saúde , Cooperação Internacional
6.
Int. j. cardiovasc. sci. (Impr.) ; 37(suppl. 6): 23-23, sept. 2024.
Artigo em Português | CONASS, Sec. Est. Saúde SP, SESSP-IDPCPROD, Sec. Est. Saúde SP | ID: biblio-1571456

RESUMO

INTRODUÇÃO: Embora a hiperglicemia tenha valor prognóstico nas doenças cardiovasculares, há poucos dados disponíveis sobre seu valor prognóstico para pacientes em choque cardiogênico. OBJETIVO: Conduzir uma revisão sistemática e metanálise para avaliar os níveis glicêmicos no momento da admissão hospitalar em pacientes com choque cardiogênico decorrente de diversas causas etiológicas. MÉTODOS: Realizamos uma revisão sistemática nas bases de dados Elsevier, PubMed e Cochrane de estudos que avaliassem o valor prognóstico de índices glicêmicos na admissão de pacientes com choque cardiogênico, sendo o desfecho primário mortalidade geral. Incluímos estudos que definiram como hiperglicemia valores de corte de 180 a 220 mg/dL. Para a análise estatística foi utilizado o RevMan 5.1.7, e a heterogeneidade foi avaliada usando estatísticas I². RESULTADOS: Um total de 7 dos 5.214 estudos foram incluídos, resultando 3.504 pacientes, com média de idade variando entre 60 e 74 anos, sendo 2.242 (64%) homens. Desses pacientes, cerca de 926 (26%) tinham o diagnóstico prévio de Diabetes Mellitus. Estes pacientes foram divididos em subgrupos conforme seu índice glicêmico na admissão, Normoglicemia (<180mg/dL) e Hiperglicemia (180-220 mg/dL). O grupo hiperglicêmico foi associado a maior mortalidade (OR 2,14; IC 95% 1,53 - 3,00; p<0.00001; I²= 53%; Figura 1). CONCLUSÃO: Nesta revisão sistemática e metanálise, valores de glicemia entre 180 a 220 mg/dL foram associados a maior risco de mortalidade em pacientes em choque cardiogênico.


Assuntos
Humanos , Masculino , Feminino , Pessoa de Meia-Idade , Idoso , Choque Cardiogênico , Doenças Cardiovasculares , Índice Glicêmico , Prognóstico , Interpretação Estatística de Dados
7.
Int. j. cardiovasc. sci. (Impr.) ; 37(suppl. 6)sept. 2024.
Artigo em Português | CONASS, Sec. Est. Saúde SP, SESSP-IDPCPROD, Sec. Est. Saúde SP | ID: biblio-1571558

RESUMO

INTRODUÇÃO: A terapia com células T receptoras de antígeno quimérico (CAR-T) mostrou-se promissora no tratamento de malignidades hematológicas, mas seus potenciais efeitos cardiotóxicos requerem investigação aprofundada. Esse trabalho tem como objetivo realizar uma meta-análise, examinando os efeitos cardiotóxicos da terapia CAR-T em adultos com malignidadeshematológicas. MÉTODOS: Como estratégia de busca, foram utilizadas as bases de dados PubMed, Embase e o Registro Cochrane Central de Ensaios Controlados para estudos que relataram desfechos cardiovasculares, como arritmias, insuficiência cardíaca e redução da fração de ejeção do ventrículo esquerdo (FEVE). RESULTADOS: Foi feita análise de 20 estudos envolvendo 4.789 pacientes, que revelou uma taxa de incidência de eventos cardiovasculares de 19,68%, sendo as arritmias (10,19%), insuficiência cardíaca (5,73%) e redução da FEVE (3,86%) as mais prevalentes. Elevação de troponina foi observada em 23,61% dos pacientes, enquanto a elevação de NT-Pro-BNP foi observada em 9,4%. Análises de subgrupos mostraram riscos maiores em pacientes com condições pré-existentes, como arritmia atrial (OR 3,12; p<0,001), hipertensão (OR 1,85; p=0,002), insuficiência cardíaca anterior (OR 3,38; p=0,003) e doença arterial coronariana (OR 2,80; p=0,003). CONCLUSÃO: A partir dos dados obtidos neste estudo, que analisou 20 artigos e envolveu 4.789 pacientes, conclui-se que há uma incidência significativa de eventos cardiovasculares entre os pacientes tratados com terapia CAR-T, particularmente aqueles com condições cardíacas pré-existentes. As arritmias, a insuficiência cardíaca e a redução da FEVE foram as complicações mais frequentes. Este achado ressalta a importância de um monitoramento cardiovascular rigoroso durante a terapia CAR-T, a fim de maximizar a segurança e eficácia do tratamento, especialmente para aqueles em maior risco devido a condições pré-existentes.


Assuntos
Troponina , Doença da Artéria Coronariana , Arritmias Cardíacas , Neoplasias Hematológicas , Indicadores de Qualidade em Assistência à Saúde , Insuficiência Cardíaca , Hipertensão
8.
Int. j. cardiovasc. sci. (Impr.) ; 37(suppl. 6)sept. 2024.
Artigo em Português | CONASS, Sec. Est. Saúde SP, SESSP-IDPCPROD, Sec. Est. Saúde SP | ID: biblio-1571559

RESUMO

INTRODUÇÃO: A associação entre fibrilação atrial (FA) e condições de saúde mental é bem estabelecida na literatura médica, todavia o impacto da ablação por cateter em comparação à terapia médica sobre a saúde mental e qualidade de vida ainda permanece incerto. Esse trabalho tem como objetivo realizar uma meta-análise comparando os efeitos da ablação por cateter versus terapia médica na saúde mental e qualidade de vida em pacientes com FA. MÉTODOS: Foi realizado busca sistemática nas bases de dados PubMed, Scopus e Cochrane por ensaios clínicos randomizados (ECRs) que compararam a ablação por cateter com a terapia médica para o tratamento de FA. Foi posto em enfoque resultados relacionados a (1) indicadores de saúde mental, avaliados usando o resumo do componente mental do questionário SF-36 ou a pontuação HADS, e (2) qualidade de vida, avaliada através do resumo do componente físico do SF-36 (PCS SF-36) e pontuaçaõ AFEQT. Foi realizada análise de subgrupos com base no tipo de FA, comparando FA paroxística e persistente. Foi utilizado modelo de efeitos fixos ou aleatórios para calcular as diferenças médias (MD) ou diferenças médias padronizadas (SMD) com intervalos de confiança de 95% (IC). RESULTADOS: Dos 15 ECRs incluídos envolvendo 5.262 pacientes, 2.725 (51,7%) foram submetidos à ablação por cateter. A idade média era de 59 anos, 67,1% eram homens e o seguimento médio variou de 1 a 4 anos. Em comparação com o tratamento médico a ablação por cateter foi associada a uma melhoria significativa na saúde mental (SMD 0,34; IC 95% 0,05-0,63 pontos; p=0,02) e nos indicadores de qualidade de vida, avaliados tanto pelo PCS SF-36 (MD 2,64; IC 95% 1,06-4,26 pontos; p<0,01) quanto pelo AFEQT (MD 6,24; IC 95% 4,43-8,05 pontos; p<0,01). Não houve diferença nos escores de qualidade de vida entre os subgrupos de FA paroxística ou persistente. CONCLUSÃO: Com base em 15 estudos e 4.789 pacientes, observamos que a maioria dos submetidos à ablação por cateter são homens, com idade média de 59 anos, e seguimento de 1 a 4 anos. Esses pacientes apresentaram melhoras significativas na saúde mental e qualidade de vida comparados à terapia médica, com aumentos notáveis de 0,34 pontos na saúde mental e elevações de 2,64 e 6,24 pontos nos índices PCS SF-36 e AFEQT, respectivamente. Esses benefícios se mantiveram tanto para fibrilação atrial paroxísticaquanto persistente.


Assuntos
Fibrilação Atrial , Ensaios Clínicos Controlados Aleatórios como Assunto , Ablação por Cateter , Qualidade de Vida , Indicadores de Qualidade de Vida , Indicadores Básicos de Saúde
9.
Int. j. cardiovasc. sci. (Impr.) ; 37(suppl. 6)sept. 2024.
Artigo em Português | CONASS, Sec. Est. Saúde SP, SESSP-IDPCPROD, Sec. Est. Saúde SP | ID: biblio-1571561

RESUMO

Introdução: Evidências de estudos randomizados apoiam a revascularização completa em vez do culpado apenas para pacientes com síndrome arterial coronariana aguda (SCA) e doenças coronarianas multiarteriais. Se estes resultados se estendem a pacientes idosos, no entanto, não foi completamente explorado. Métodos: Realizamos uma revisão sistemática e meta-análise comparando os resultados clínicos de idosos (definidos como idade >;75 anos) com SCA e DMV submetidos à intervenção coronária percutânea (ICP) completa vs. parcial. Foram pesquisados ​​PubMed, Embase e Cochrane. Calculamos razões de risco agrupadas com intervalos de confiança (IC) de 95% para preservar os dados de tempo até o evento. Resultados: Incluímos 7 estudos, dos quais 2 eram RCT e 5 eram coortes ajustadas multivariáveis, compreendendo um total de 10 147, dos quais 43,8% foram submetidos à revascularização completa. Em comparação com PCI apenas parcial, a revascularização completa foi associada a uma menor mortalidade por todas as causas (razão de risco 0,71; IC 95% 0,60-0,85; P < 0,01), mortalidade cardiovascular (razão de risco 0,64; IC 95% 0,52-0,79; P < 0,01) e infarto do miocárdio recorrente (razão de risco 0,65; IC 95% 0,50-0,85; P < 0,01). Não houve diferença significativa entre os grupos em relação ao risco de revascularizações (razão de risco 0,80; IC 95% 0,53-1,20; P = 0,28). Conclusão: Entre pacientes idosos com SCA e DAC multiarterial, a revascularização completa está associada a um menor risco de mortalidade por todas as causas, mortalidade cardiovascular e infarto do miocárdio recorrente.


Assuntos
Humanos , Idoso , Síndrome Coronariana Aguda , Intervenção Coronária Percutânea , Revascularização Miocárdica , Recidiva , Indicadores de Qualidade em Assistência à Saúde
10.
Eur J Haematol ; 113(6): 798-809, 2024 Dec.
Artigo em Inglês | MEDLINE | ID: mdl-39171519

RESUMO

BACKGROUND: Chimeric antigen receptor T-cell (CAR-T) therapy has shown promise in treating hematologic malignancies, yet its potential cardiotoxic effects require thorough investigation. OBJECTIVES: We aim to conduct a systematic review and meta-analysis to examine the cardiotoxic effects of CAR-T therapy in adults with hematologic malignancies. METHODS: We searched PubMed, Embase, and the Cochrane Central Register of Controlled Trials for studies reporting cardiovascular outcomes, such as arrhythmias, heart failure, and reduced left ventricle ejection fraction (LVEF). RESULTS: Our analysis of 20 studies involving 4789 patients revealed a 19.68% incidence rate of cardiovascular events, with arrhythmias (7.70%), heart failure (5.73%), and reduced LVEF (3.86%) being the most prevalent. Troponin elevation was observed in 23.61% of patients, while NT-Pro-BNP elevation was observed in 9.4. Subgroup analysis showed higher risks in patients with pre-existing conditions, such as atrial arrhythmia (OR 3.12; p < .001), hypertension (OR 1.85; p = .002), previous heart failure (OR 3.38; p = .003), and coronary artery disease (OR 2.80; p = .003). CONCLUSION: Vigilant cardiovascular monitoring is crucial for patients undergoing CAR-T therapy to enhance safety and treatment efficacy.Novelty Statements.


Assuntos
Cardiotoxicidade , Imunoterapia Adotiva , Humanos , Arritmias Cardíacas/epidemiologia , Arritmias Cardíacas/etiologia , Cardiotoxicidade/epidemiologia , Cardiotoxicidade/etiologia , Doenças Cardiovasculares/epidemiologia , Doenças Cardiovasculares/etiologia , Neoplasias Hematológicas/imunologia , Neoplasias Hematológicas/terapia , Imunoterapia Adotiva/efeitos adversos , Imunoterapia Adotiva/métodos , Receptores de Antígenos Quiméricos/imunologia
11.
Eur. j. haematol ; ago.2024.
Artigo em Inglês | CONASS, Sec. Est. Saúde SP, SESSP-IDPCPROD, Sec. Est. Saúde SP | ID: biblio-1567870

RESUMO

BACKGROUND: Chimeric antigen receptor T-cell (CAR-T) therapy has shown promise in treating hematologic malignancies, yet its potential cardiotoxic effects require thorough investigation. OBJECTIVES: We aim to conduct a systematic review and meta-analysis to examine the cardiotoxic effects of CAR-T therapy in adults with hematologic malignancies. METHODS: We searched PubMed, Embase, and the Cochrane Central Register of Controlled Trials for studies reporting cardiovascular outcomes, such as arrhythmias, heart failure, and reduced left ventricle ejection fraction (LVEF). RESULTS: Our analysis of 20 studies involving 4789 patients revealed a 19.68% incidence rate of cardiovascular events, with arrhythmias (7.70%), heart failure (5.73%), and reduced LVEF (3.86%) being the most prevalent. Troponin elevation was observed in 23.61% of patients, while NT-Pro-BNP elevation was observed in 9.4. Subgroup analysis showed higher risks in patients with pre-existing conditions, such as atrial arrhythmia (OR 3.12; p < .001), hypertension (OR 1.85; p = .002), previous heart failure (OR 3.38; p = .003), and coronary artery disease (OR 2.80; p = .003). CONCLUSION: Vigilant cardiovascular monitoring is crucial for patients undergoing CAR-T therapy to enhance safety and treatment efficacy.Novelty Statements.


Assuntos
Arritmias Cardíacas , Neoplasias Hematológicas , Cardiotoxicidade , Receptores de Antígenos Quiméricos , Troponina , Linfócitos T , Imunoterapia Adotiva , Ventrículos do Coração
12.
Artigo em Inglês | MEDLINE | ID: mdl-38980445

RESUMO

BACKGROUND: The association between atrial fibrillation (AF) and mental health is well-documented, but the relative benefits of catheter ablation versus medical therapy on mental health and quality of life are not clearly understood. This study assesses the impact of these interventions on AF patients' mental health and quality of life. METHODS: Through a systematic review of PubMed, Scopus, and Cochrane databases, randomized controlled trials (RCTs) comparing catheter ablation to medical therapy for AF were analyzed. The study focused on a range of outcomes, particularly mental health and quality of life, measured by tools including the SF-36 mental component, HADS, SF-36 physical component, and AFEQT scores, among others. Analyses were stratified by AF type (paroxysmal versus persistent) and synthesized using random or fixed-effects models to calculate mean differences (MDs) or standardized mean differences (SMDs) with 95% confidence intervals (CIs). RESULTS: From 24 RCTs totaling 6,353 patients (51.4% receiving catheter ablation, 71.1% male, average age 59), catheter ablation was found to significantly improve mental health (SMD 0.34; 95% CI 0.05-0.63; p = 0.02) and quality of life as indicated by PCS SF-36 (MD 2.64; 95% CI 1.06-4.26; p < 0.01) and AFEQT scores (MD 6.24; 95% CI 4.43-8.05; p < 0.01), with no significant difference in outcomes between AF subtypes. CONCLUSION: Catheter ablation offers significant improvements in mental health and quality of life over medical therapy for AF patients, demonstrating its efficacy across different types of AF.

13.
ABC., imagem cardiovasc ; 37(3 supl. 1): 9-9, jul.-set. 2024.
Artigo em Português | CONASS, Sec. Est. Saúde SP, SESSP-IDPCPROD, Sec. Est. Saúde SP | ID: biblio-1566686

RESUMO

APRESENTAÇÃO DO CASO: Homem, 61 anos, foi encaminhado para nosso serviço após quadro de síndrome coronariana aguda com supradesnivelamento do segmento ST. Atualmente queixandose de dispneia aos grandes esforços e em uso de atenolol, enalapril, AAS e atorvastatina. Durante seguimento ambulatorial, optado por indicação de cirurgia de revascularização miocárdica devido doença coronariana multiarterial com carga isquêmica de 35% em cintilografia. Comparece para realização de ecocardiograma transtorácico pré operatório. No estudo, foi evidenciada disfunção sistólica de grau discreto (FEVE=46%, pelo método de Simpson) às custas de acinesia do segmento apical das paredes inferior e septal e hipocontratilidade dos segmentos médio e basal da parede inferior. Além de imagem sugestiva de cisto pericárdico ­ imagem esférica de margens bem delimitadas e conteúdo anecoico, sem fluxo em seu interior ao Doppler colorido ­ localizada adjacente ao átrio direito, ocasionando abaulamento dessa câmara em direção ao septo interatrial, porém sem causar turbilhonamento significativo do fluxo doppler colorido. DISCUSSÃO: Em um caso de pré-operatório de revascularização cirúrgica, um homem de 61 anos com história de síndrome coronariana aguda apresentou o achado incidental de CP em ecocardiograma. O cisto pericárdico (CP) é uma formação cística benigna no pericárdio, geralmente diagnosticada incidentalmente em exames de rotina. Predominantemente congênitos, representam 6-7% das massas mediastinais, localizando-se frequentemente no lado direito do coração. Podem variar em tamanho, sendo assintomáticos na maioria dos casos, mas grandes cistos podem comprimir estruturas vizinhas, causando dispneia e dor torácica. COMENTÁRIOS FINAIS: No caso descrito, o diagnóstico foi confirmado por características típicas no ecocardiograma, que é crucial na avaliação pré-operatória de anomalias cardíacas. O tratamento varia com o tamanho e sintomas do cisto, sendo necessário em casos sintomáticos ou com risco de complicações. O prognóstico é geralmente excelente, mesmo após cirurgia, com a maioria dos casos tendo um bom desfecho.


Assuntos
Humanos , Masculino , Pessoa de Meia-Idade , Cisto Mediastínico , Ecocardiografia
14.
ABC., imagem cardiovasc ; 37(3 supl. 1): 11-11, jul.-set. 2024.
Artigo em Português | CONASS, Sec. Est. Saúde SP, SESSP-IDPCPROD, Sec. Est. Saúde SP | ID: biblio-1566692

RESUMO

APRESENTAÇÃO DO CASO: Paciente do gênero feminino, 75 anos de idade, com diagnóstico de Comunicação Interatrial do tipo Ostium Secundum (CIA OS) desde os 65 anos, encontrava-se em acompanhamento ambulatorial, inicialmente assintomática. Nas últimas consultas, queixando-se de dispneia classe funcional II de NYHA. Realizado novo Ecocardiograma Transtorácico, três anos após o último, evidenciando a valva aórtica espessada e calcificada, com aspecto degenerativo, com gradientes sistólicos elevados (máximo de 30 mmHg e médio de 19 mmHg), TAC de 114 ms e área valvar de 0,8 cm² estimada pela Equação de Continuidade, além da CIA OS previamente descrita, medindo 6 mm, com shunt esquerda-direita (Qp/Qs de 3,9). Fração de ejeção do ventrículo esquerdo (FEVE) estimada em 60%, stroke volume indexado do VE de 25 ml/m². DISCUSSÃO: Dentre as causas clássicas de Estenose Aórtica (EA) grave com baixo fluxo e baixo gradiente, encontramos a disfunção sistólica do ventrículo esquerdo (classicação D2), bem como a presença de ventrículos esquerdos pequenos e de espessura parietal aumentada que podem apresentam baixo volume sistólico, apesar de paradoxalmente apresentarem FEVE preservada (classificação D3). Encontramos na literatura médica poucos casos de EA grave associada à presença de CIA. Fisiopatologicamente, o shunt interatrial esquerda-direita leva à redução do fluxo transvalvar mitral e aórtico, gerando uma condição de baixo fluxo e baixo gradiente sistólico trans-aórtico, ainda que na presença de uma valva aórtica com evidente redução de sua área de abertura. COMENTÁRIOS FINAIS: Este caso clínico ilustra uma causa não usual e ainda pouco descrita de EA grave baixo fluxo e baixo gradiente em uma paciente idosa de 75 anos que apresentava previamente uma CIA OS associada. A associação destas duas condições muda não somente o entendimento hemodinâmico e fisiopatológico, como também a condução clínica e a decisão de uma provável programação de tratamento intervencionista.


Assuntos
Humanos , Feminino , Idoso , Estenose da Valva Aórtica
15.
ABC., imagem cardiovasc ; 37(3 supl. 1): 17-17, jul.-set. 2024.
Artigo em Português | CONASS, Sec. Est. Saúde SP, SESSP-IDPCPROD, Sec. Est. Saúde SP | ID: biblio-1566781

RESUMO

APRESENTAÇÃO DO CASO: Paciente feminina de 65 anos que apresentou dor torácica anginosa durante a realização de teste ergométrico, foi encaminhada ao pronto socorro, onde foi documentado elevação de marcadores de necrose miocárdica. Paciente evoluiu com dor refratária a vasodilatadores. Foi realizado ecocardiograma no leito com agentes de realce de ultrassom (ARUS) -primeiro agente de realce, que evidenciou balonamento médio apical do VE com hipercontratilidade dos segmentos basais e disfunção ventricular esquerda. Concomitantemente foi observada a presença de imagem retrocardíaca suspeita que não captou ARUS (afastando a possibilidade de ser aorta). Em seguida foi administrado pequena quantidade de água gaseificada via oral (Segundo agente de realce), com evidência de realce na imagem interrogada ao ecocardiograma, sugerindo o diagnóstico de bolha gástrica. Na sala de hemodinâmica, a ventriculografia confirmou a alteração segmentar e a arteriografia sem lesões coronárias obstrutivas (Terceiro agente de realce). A Ressonância magnética confirmou a alteração segmentar e não evidenciou realce tardio miocárdico (Quarto agente de realce). Houve reversão completa do quadro, caracterizando o diagnóstico de cardiopatia catecolaminérgica (síndrome de Takotsubo) e bolha gástrica intratorácica. DISCUSSÃO: O diagnóstico definitivo da cardiopatia catecolaminérgica baseia-se em vários critérios e requer uma abordagem de imagem multimodal incluindo ecocardiografia, arteriografia coronária e ressonância magnética cardíaca (RNM). A utilização de ARUS para melhor definição da borda endocárdica por ecocardiografia alcançou um papel bem estabelecido. O ARUS tem uma distribuição intravascular, por esse motivo na avaliação de massas que não sejam dessa origem, outros agentes de contraste podem ser utilizados de forma complementar. COMENTÁRIOS FINAIS: A realização do ecocardiograma na vigência de dor torácica é fundamental, tanto para aumentar a sensibilidade em caso de doença isquêmica como para afastar outras causas de dor torácica com risco iminente de morte. Em centros terciários, a disponibilidade da imagem multimodalidade para chegar até os diagnósticos definitivos deve ser aproveitada. O caso documenta do começo ao fim a integração da imagem multimodalidade contrastada para construir o diagnóstico completo da cardiopatia catecolaminérgica, e ainda com intervenção de um quarto agente de contraste que não deve ser subvalorizado, como é a água gaseificada.


Assuntos
Humanos , Feminino , Idoso , Disfunção Ventricular Esquerda
16.
ABC., imagem cardiovasc ; 37(3 supl. 1): 17-17, jul.-set. 2024.
Artigo em Português | CONASS, Sec. Est. Saúde SP, SESSP-IDPCPROD, Sec. Est. Saúde SP | ID: biblio-1566783

RESUMO

APRESENTAÇÃO DE CASO: Paciente de 60 anos apresentou em ecocardiograma transtorácico achado de obliteração apical do ventrículo direito (VD), sem aumento de átrio direito nem sinais ecocardiográficos de restrição ao enchimento ventricular (achados não compatíveis com endomiocardiofibrose). Foi injetado solução salina agitada (macrobolhas), reforçando a imagem de obliteração apical, sem detalhes anatômicos adicionais. Em seguida, administrou-se agente de realce de ultrassom (ARUS), que evidenciou preenchimento do VD com amputação parcial do ápice, devido a trabeculação aumentada em segmento apical do septo, com aumento da espessura miocárdica até a via de saída proximal do VD, sem obstrução dinâmica de fluxo e sem defeitos de preenchimento nem aumento da captação na região após o pulso de alta energia ultrassónica, quando comparado com o miocárdio adjacente, o que afastou hipóteses de trombo ou neoplasias. Concluiu-se então que a amputação seria secundária ao aumento da espessura miocárdica do VD, sem acometimento do ventrículo esquerdo (VE). A ressonância magnética confirmou o diagnóstico de cardiomiopatia hipertrófica (CMH), com acometimento exclusivo do ápice de VD e septo ventricular na porção apical. Ambos os métodos documentaram fração de ejeção de VD preservadas, contudo, o strain, quando incluída a porção apical do VD, era reduzido (-13%). DISCUSSÃO: Entre os diagnósticos diferenciais da obliteração ventricular, devemos incluir a endomiocardiofibrose, variante apical de CMH, e massas como trombos e tumores. A utilização de ARUS tem papel bem documentado no diagnóstico dessas entidades no VE pela capacidade de passar o capilar pulmonar e opacificar as cavidades esquerdas, contudo existe poucos casos na literatura de CMH isolada de VD e de utilização de ARUS com esse objetivo específico. COMENTÁRIOS FINAIS: A utilização de ARUS para avaliação do VE, tem indicações consagradas. O caso documenta a utilidade dos ARUS para avaliações de alterações dentro do ventrículo direito, principalmente com estudo de perfusão, não apenas para afastar a possibilidade de trombos e tumores, como para melhor opacificação das bordas endocárdicas. Já que os dados sobre os parâmetros de avaliação de CMH de VD são muito escassos quando comparado com os dados disponíveis no ventrículo esquerdo, a utilização de ARUS nesses pacientes poderia fornecer informações importantíssimas para documentar o acometimento isolado do VE, biventricular ou exclusivo de VD.


Assuntos
Disfunção Ventricular Direita
17.
ABC., imagem cardiovasc ; 37(3 supl. 1): 22-22, jul.-set. 2024.
Artigo em Português | CONASS, Sec. Est. Saúde SP, SESSP-IDPCPROD, Sec. Est. Saúde SP | ID: biblio-1566816

RESUMO

APRESENTAÇÃO DO CASO: Paciente, sexo feminino, 60 anos, com antecedentes de doença valvar reumática, submetida a troca valvar mitral com implante de prótese biológica em 1996 e a implante transcateter (valve-in-valve) de valva mitral em 2023, apresentou-se com queixa de dispneia aos esforços, ortopneia e edema de membros inferiores. O ecocardiograma transesofágico revelou disfunção da bioprótese mitral, com redução significativa da abertura e mobilidade de dois folhetos, com gradiente diastólico médio de 6 mmHg e orifício efetivo de fluxo (OEF) de 1,0 cm², assim como disfunção sistólica discreta do ventrículo esquerdo, disfunção sistólica do ventrículo direito, valva tricúspide com falha de coaptação e refluxo importante. Além disso, foi identificada comunicação interatrial (CIA), medindo 12x5 mm, com área de 0,6 cm², e shunt transeptal bidirecional, compatível com status pós punção transeptal. O caso foi discutido em equipe multidisciplinar e, devido ao alto risco cirúrgico, optou-se por realizar tratamento percutâneo, com balonamento da bioprótese e fechamento da CIA, que ocorreu sem intercorrências. Em seguimento ecocardiográfico, apresentou melhora parcial da mobilidade dos folhetos da bioprótese mitral, com OEF de 1,7 cm². DISCUSSÃO: A síndrome de Lutembacher é uma condição cardíaca rara caracterizada pela presença de CIA, congênita ou adquirida, em combinação com estenose mitral. A apresentação clínica varia de acordo com a gravidade do defeito no septo interatrial. Em casos de CIA restritiva, os sintomas são predominantemente relacionados à estenose mitral e ao aumento da pressão nas veias pulmonares, incluindo ortopneia e hemoptise. Por outro lado, quando a CIA é não restritiva, os sintomas da estenose mitral podem ser mais atenuados, devido ao alívio da pressão no átrio esquerdo através do shunt esquerda-direita pelo septo, levando a sintomas de sobrecarga das câmaras cardíacas direitas, como edema de membros inferiores e ascite. COMENTÁRIOS FINAIS: Conforme ilustrado pelo caso apresentado, com a crescente utilização de tratamentos percutâneos, que frequentemente requerem punção transeptal, para abordar cardiopatias estruturais, como a estenose mitral, a síndrome de Lutembacher pode se tornar mais frequente. Isso representa um desafio diagnóstico, pois os sintomas podem ser atribuídos à doença mitral, à CIA ou a outras patologias valvares e disfunções ventriculares frequentemente presentes nesses pacientes.


Assuntos
Humanos , Feminino , Pessoa de Meia-Idade , Valva Aórtica , Ecocardiografia
18.
ABC., imagem cardiovasc ; 37(3 supl. 1): 29-29, jul.-set. 2024.
Artigo em Português | CONASS, Sec. Est. Saúde SP, SESSP-IDPCPROD, Sec. Est. Saúde SP | ID: biblio-1566867

RESUMO

INTRODUÇÃO: Os fatores relacionados ao paciente que contribuem para a restenose do stent ainda não estão claros. A espessura da gordura epicárdica é proposta como um marcador potencial para pacientes de maior risco. MÉTODOS: Realizamos uma revisão sistemática e metanálise comparando a média da espessura da gordura medida por ecocardiografia em pacientes que desenvolveram versus pacientes que não desenvolveram restenose intrastent durante o acompanhamento após intervenção coronariana percutânea. Foram pesquisados PubMed, Cochrane e Embase. Um modelo de efeitos aleatórios foi usado para calcular as diferenças médias (MDs), com intervalos de confiança (IC) de 95%. As análises estatísticas foram realizadas usando o Review Manager 5.4.1. RESULTADOS: Quatro estudos observacionais compreendendo 820 pacientes foram incluídos, dos quais 61,3% eram do sexo masculino e 25,6% desenvolveram restenose; a idade média variou de 57,6 a 63,0 anos. O período médio de acompanhamento foi de 12 meses. A espessura média da gordura epicárdica variou de 3,8 a 10,4 mm no grupo de restenose e de 3,2 a 7,9 mm no grupo sem restenose. Pacientes que desenvolveram restenose do stent coronariano durante o acompanhamento mostraram uma espessura basal significativamente maior da gordura epicárdica do que aqueles sem restenose (MD = 1,02 mm; IC 95% 0,23; 1,80; p= 0,01). CONCLUSÃO: Nossos resultados apontam para uma associação significativa entre o aumento da espessura da gordura epicárdica e a incidência de restenose intrastent coronariana. Dada a possível relevância prognóstica dessa medida, recomendamos sua consideração para inclusão nos relatórios de exames, especialmente em pacientes com doença aterosclerótica.


Assuntos
Doenças Cardiovasculares/prevenção & controle , Reestenose Coronária
19.
ABC., imagem cardiovasc ; 37(3 supl. 1): 31-31, jul.-set. 2024.
Artigo em Português | CONASS, Sec. Est. Saúde SP, SESSP-IDPCPROD, Sec. Est. Saúde SP | ID: biblio-1566879

RESUMO

CONTEXTO: A doença de Chagas continua sendo uma das principais causas não isquêmicas de cardiomiopatia na América Latina. No entanto, nossa compreensão dos parâmetros ecocardiográficos prognósticos além da fração de ejeção do ventrículo esquerdo (FEVE) permanece limitada. Objetivo: Conduzir uma revisão sistemática e metanálise para avaliar a relação entre o strain longitudinal global do ventrículo esquerdo (GLS-VE), o diâmetro diastólico final do ventrículo esquerdo (DDFVE) e a FEVE com o risco de mortalidade por todas as causas, transplante cardíaco ou necessidade de dispositivo de assistência ventricular mecânica. MÉTODOS: Realizamos uma busca sistemática nas bases de dados Elsevier, PubMed e Cochrane por estudos que avaliassem GLS-VE, DDFVE e FEVE em pacientes com doença de Chagas, abrangendo tanto as fases indeterminada quanto de cardiomiopatia. A análise estatística foi realizada utilizando o RevMan 5.1.7, e a heterogeneidade foi avaliada usando estatísticas I². Calculamos razões de risco (HR) combinadas com intervalos de confiança (IC) de 95% sob um modelo de efeitos aleatórios. Também realizamos uma análise de subgrupos de análises multivariáveis para minimizar o efeito de variáveis de confusão. RESULTADOS: Incluímos 1.277 pacientes de 10 estudos observacionais, com idade média variando de 53 a 66 anos, sendo 60,3% do sexo masculino. Desses pacientes, 1.138 (89%) apresentavam cardiomiopatia chagásica, enquanto 139 estavam na fase indeterminada. A FEVE média variou de 26% a 52%. A redução do GLS-VE (HR 1,14; IC 95% 1,01-1,29; p= 0,04; Figura 1A) e o aumento do DDFVE (HR 1,07; IC 95% 1,02-1,12; p< 0,0001; Figura 1B) foram associados a maior risco de mortalidade por todas as causas, transplante cardíaco ou necessidade de dispositivo de assistência ventricular mecânica. Em contrapartida, maiores índices de FEVE foram associados a menor risco desse desfecho composto (HR 0,93; IC 95% 0,90-0,96; p= 0,002), o que permaneceu estatisticamente significativo após análise de subgrupos com apenas resultados ajustados por multivariáveis (HR 0,95; IC 95% 0,91- 0,99; p= 0,001; Figura 1C). CONCLUSÃO: Nesta revisão sistemática e metanálise de pacientes com doença de Chagas, a redução do GLS-VE e o aumento do DDFVE foram associados a maior risco de mortalidade por todas as causas, transplante cardíaco ou necessidade de dispositivo de assistência ventricular mecânica, enquanto o aumento da FEVE foi fator protetor prognóstico independente para esse desfecho.

20.
ABC., imagem cardiovasc ; 37(3 supl. 1): 32-32, jul.-set. 2024.
Artigo em Português | CONASS, Sec. Est. Saúde SP, SESSP-IDPCPROD, Sec. Est. Saúde SP | ID: biblio-1566880

RESUMO

INTRODUÇÃO: A avaliação da deformação miocárdica do AE por técnica de speckle tracking tem sido de crescente interesse na avaliação funcional dessa câmara. Inicialmente, utilizou-se a adaptação da ferramenta direcionada à análise do ventrículo esquerdo para a análise da câmara atrial, que apresenta particularidades anatômicas. Mais recentemente, ferramentas dedicadas à análise dessa câmara cardíaca têm sido disponibilizadas comercialmente. Os valores de normalidade assumidos baseiam-se em estudos com diferentes ferramentas e softwares. OBJETIVOS: Avaliar o nível de concordância entre as ferramentas dedicada e não dedicada ao átrio esquerdo em software disponível comercialmente (GE EchoPAC Version 204). MÉTODOS: Estudo unicêntrico, transversal, com avaliação ecocardiográfica de 81 pacientes com ecocardiograma transtorácico bidimensional registrado com aquisições completas. Utilizou-se a padronização de técnica por recomendações da American Society of Echocardiography de 2018. Para ambas as ferramentas, foi empregado o método biplanar para obtenção dos valores de strain global longitudinal do AE de seus componentes reservatório (R), conduto (CD) e contrátil (CT). Para análise de concordância entre as ferramentas não dedicada e dedicada à medida de strain AE, realizou-se cálculo da diferença absoluta média (d.a.m.) e análise de Bland-Altman, com descrição da diferença média e dos limites de concordância (±1,96 desvio-padrão). Para análise de variabilidades intraobservador e interobservador foram descritos diferenças absolutas médias e desvio-padrão entre as medidas, bem como empregado o coeficiente de correlação intraclasse (CCI). RESULTADOS: Os valores médios obtidos para strain AE R, CD e CT, não apresentaram diferença significativa quando comparados os softwares não dedicado e dedicado: - strain AE R: 33.2 ± 8.4 vs 33 ± 7.9, p: 0.52, d.a.m.: 1,68 ± 1.28; - strain AE CD: -16.4 ± 5.5 vs -16.2 ± 5.2; p: 0.48; d.a.m.: 2,12 ± 2,10 - strain AE CT: -16.9 ± 5.1 vs -16.7 ± 5.3; p: 0.51; d.a.m.: 1,58 ± 1,31 Para avaliação de variabilidade intraobservador e interobservador das medidas de strain AE R, CD e CT, repetiram-se as análises de forma aleatória e cega aos resultados iniciais após pelo menos quatro semanas da primeira medida em 16 casos aleatórios, com concordância elevada. CONCLUSÃO: Os valores médios obtidos para o strain AE não diferiram significativamente com a escolha da ferramenta dedicada ou não dedicada ao AE em software disponível comercialmente.


Assuntos
Software , Ecocardiografia
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